Harry ficou em silêncio na porta do quarto de Faye, tentando não olhar para seu reflexo no espelho. Os sussurros de Faye, macios e cheios de dor, permaneciam no quarto que agora parecia triste e escuro, e pela primeira vez em 90 anos Harry sentia pena por outra pessoa. Era uma sensação estranha, pelo menos para alguém que por anos não teve sentimentos. Por que ele estava se sentindo assim? Por que dói ver Faye neste estado?Harry gostaria de saber por que todo seu corpo doía ao ver o pequeno corpo de Faye no chão. Ele pensou em todos os seus momento em que estava vivo e mesmo assim ele nunca sentiu isso por ninguém, exceto seus pais.
"Harry." Faye sussurrou e olhou para ele, de onde estava, no piso de madeira fria. "O que está acontecendo comigo?"
Harry caminhou lentamente até Faye e sentou-se na frente dela. Ele estava pálida, com olheiras sob seus olhos e suas lágrimas haviam se misturado com o sangue em suas bochechas. Era como se ela fosse tirada de um filme e colocasse no mundo, para a realidade.
"Eu estou ficando louca, não é?" Perguntou Faye. "Você está morto, e fez minha entranhas virar do avesso. Você múltiplas vezes tentou me matar, nenhuma pessoa em sã consciência iria falar que alguém tentou a matar!" Exclamou Faye e jogou as mãos no ar, em um gesto dramático, antes de seu olhar cair no chão.
"Você eme assusta. Mas há alguma coisa que me assusta mais do que você. A escuridão." Fay estremeceu quando ela disse as últimas palavras. "Eu só não entendo o que está acontecendo, Harry. Eu estou chorando sangue." Faye passou as mais frias sobre seus braços. "Eu estou viva, mas silenciosamente sangrando, morrendo lentamente. Eu não sei se eu vou estar viva até o fim do verão, a escuridão está me sufocando."
Harry observou Faye em silêncio. Ele queria pegar as mãos dela, passar os dedos sobre sua suave e delicada pele, sentindo o toque queimar, mas Harry estava com medo de fazer, então colocou as mãos em seu colo e deixou seu olhar vagar para a janela. A chuva começava a cair, fazendo pingos baterem contra a superfície da janela, e um relâmpago iluminou o quarto por alguns segundos.
"Eu estava prestes a pedir para você sair." Faye disse baixinho e Harry olhou para ela.
"Oh." Harry respondeu e se levantou, sua entranhas virando dentro dele, ao mesmo tempo que ele entendia por que ela queria que ele saísse.
"Mas eu nunca gostei de trovão, então você pode ficar, por favor?" Faye disse, e sorriu lentamente.
"Claro." Harry respondeu e se sentou novamente na frente de Faye.
Um silêncio pareceu no quarto entre os dois adolescentes, um morto e uma viva, que não sabiam o que falar um para o outro. Em vez disso, eles olharam um para o outro, através de um par de olhos castanhos e um par verdes. Faye queria descrever o quão bonito os olhos de Harry eram. Mas eles eram mais bonitos do que o verde de um prado com belas flores, mais bonitos do que o por do sol, mais profundo do que os oceanos, e mais brilhantes do qua a maior estrela do céu. Ela estava à procura de uma descrição que não existia.
"Faye." Disse Harry de repente. "Talvez seja melhor você se livrar desse sangue."
"Oh." Faye respondeu e moveu sua mão até sua bochecha onde o sangue tinha secado. Então ela olhou para Harry novamente, colocando seu olhar em em sua camisa. Foi quando ela percebeu que ele ainda estava usando a mesma roupa de quando ele morreu, a camisa branca coberta pelo seu sangue. Ele estava usando isso por 90 anos.
"Talvez seja melhor você mudar de blusa." Disse Faye, ficando de pé e sorrindo para Harry.
"Não tenho camisetas."
"Tenho certeza que que podemos encontrar uma." Disse Faye, e se espremeu quando ouviu um trovão vibrar a janela.
Quando Faye teve certeza que ainda estava viva e nenhum raio atingiu a casa, ela ofereceu a mão para Harry.
"Você não precisa." Harry levantou por conta própria, e seguiu Faye para fora do quarto.
Faye foi para o quarto dos pais, onde ficou por um momento com o sentimento de saudade. A memória de seus pais dizendo que eles estavam se mudando sempre estava fresca em sua mente. Isso era tão ruim. Eles estavam mais longe dela do que nunca.
"Faye, você está bem?"
"Sim." Disse Faye rapidamente e dirigiu para o guarda-roupa de seus pais. "Uma delas deve provavelmente caber em você." Ela acrescentou e procurou através das roupas até encontrar uma camisa que não lembrava de seu pai usar.
"Aqui." Faye entregou a camiseta para Harry, que imediatamente tirou sua blusa sangrenta sobre sua cabeça.
Faye está prestes a se virar para dar Harry alguma privacidade, mas algo chamou sua atenção. Suas cicatrizes. Toda parte superior de seu corpo estava coberto por elas. Em alguns lugares havia uma ou duas, enquanto em outros lugares era impossível distinguir onde começava e onde terminava. Mas havia uma coisa que destacou de suas cicatrizes. Uma linha clara vermelha, era visível em seu peito, logo acima de seu coração, fazendo Faye se lembrar quando Harry pressionou uma faca encima de seu coração.
Faye tinha dificuldade de parar de olhar para o peito de Harry, e isso doía dentro dela quando pensou o que havia acontecido com Harry era pior do que ela pensava. Naquele momento, ela quase poderia perdoá-lo por tudo que tinha feito, porque ela entendia por que ele havise transformado na pessoa que era.
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Haunted |h.s | tradução
Fanfiction"Quando ele morrer, Pegue-o e corte-o em pequenas estrelas, E ele vai fazer a face do céu tão bem Que todo o mundo vai estar apaixonado pela noite E não pagaram a adoração ao sol berrante. " - William Shakespeare 19 de junho de 1924 foi um dia...