Faye inclinou a cabeça, e olhou atentamente para Harry de costas para ela. Na penumbra da lâmpada do teto ela podia ver o contorno de seus músculos tensos. Ela queria correr os dedos sobre as costas de Harry, sentir sua pele sob seu toque.
Lentamente Faye deu alguns passos pra frente, mas Harry levantou a mão, a fazendo parar.
"Não." Ele disse rapidamente, sua garganta arranhando. "Não se aproxime."
Faye levantou uma sobrancelha, ela não entendia. Ele estava bravo com ela? Ela se perguntava. Mas se estivesse, por que? O pensamento dele com raiva fez memórias reaparecerem na mente de Faye.
"Por que?" Disse ela calmamente. Havia uma sensação de formigamento nos dedos, desejando tocar a pele fria de Harry.
"Porque eu disse." Foi a resposta de Harry, fria e reta.
"Não é possível, pelo menos, você olhar para mim?" Faye perguntou cuidadosamente.
"Não." Harry respondeu, mas suave desta vez. "Ainda não."
"O que está acontecendo?" Faye exclamou, cedendo para sua confusão. "Eu sinto muito, ok? Por favor, se vira para que eu possa olhar para você quando eu digo isso."
"Faye, para de se desculpas. Eu já ouvi." Harry respondeu, com os pés se arrastando para se virar, mas se obrigou a ficar parado. "Você não tem que pedir desculpa, nunca."
"Eu-" Faye abriu a boca para falar, mas foi interrompida pelo som da porta do porão se abrindo e batendo contra a parede, seguido pelo som de alguém descendo as escadas.
"Faye!" Disse Catherine alto enquanto descia a escada. "O jantar está pronto."
"Me encontra no quarto depois do jantar. Por favor." Faye implorou silenciosamente antes de se virar, quando sua mãe apareceu no fundo da escada.
"Oi, mãe." Faye disse e passou a mão sobre seu braço.
"Eu gritei por você por dez minutos avisando que o jantar está pronto." Catherine disse.
"Desculpa. Eu não ouvi." Ela respondeu e começou a caminhar na direção da escada, olhando rapidamente por cima do ombro. Harry tinha ido embora.
Faye se sentou na mesa de jantar, pegando sua comida. Ela não estava com fome, apesar de não ter comido, pois sua mente estava em outro lugar. A visão dos olhos verdes de Harry preenchia sua cabeça. O pensamento de ele não querer se virar fez o coração de Faye doer, mas a memória de Harry dizendo que ela não tinha que pedir desculpas, foi o bastante para ela. Ele lhe causou tanta dor, mas ele também podia curá-la.
"Faye? Faye...?"
A cabeça de Faye virou, e a imagem de Harry desapareceu. Ela olhou para seus pais, que estavam olhando para ela. Eles haviam acabado de comer, ela nem tinha notado. Ela não tinha feito nada ou ouvido algo.
"Faye, querida?" Disse sua mãe, e colocou a mão em cima da de Faye. "Você está bem? Você não comeu nada."
Ela encontrou o olhar de sua mãe antes de olhar para seu prato e de volta para sua mãe, a mente de Faye estava em branco. Era como se fosse um livro, que tinha sido preenchido por uma história detalhada, mas agora tinha nada mais do que páginas vazias no seu interior.
"Eu estou b-" Faye começou, mas se calou, repensando no que iria dizer. "Eu não estou me sentindo muito bem." Acrescentou, e colocou o garfo no prato. "Eu vou ir pra cama, se estiver tudo bem por vocês."
"Claro, amor." Catherine disse e sorriu. "Durma um pouco. Você quer que te acorde amanhã quando sairmos pro trabalho?"
"Não está tudo bem, mãe. Eu realmente acho que preciso dormir um pouco." Respondeu e se levantou. "Boa noite."
Assim que Faye chegou no corredor, ela se apressou a subir as escadas, seu coração batia com força sentar suas costelas e seu estômago se contorcia em nervosismo.
Ela parou a alguns metros de distância de seu quarto. Será que Harry estaria lá, ou iria encontrar seu quarto vazio? Faye não tinha certeza se tinha coragem de ir ao seu quarto, com medo de se sentir desiludida por Harry não está lá. No entanto, ela se sentia animada com a sensação de que ele poderia estar em seu quarto, e o pensamento de Harry estar em pé ao pé da janela, os raios de sol batendo em sua pele pálida e seus olhos verdes brilhantes, fizeram Faye ir para seu quarto.
O quarto tornou visível quando Faye abriu a porta. Seus olhos esperançosos procuraram por Harry, perto da janela, mas não do jeito que ela queria. Suas costas estavam enfrentando Faye, assim como no porão, mas ela podia ver seu olhar colado no chão.
"Harry." Disse Faye com alívio.
"Por que eu estou aqui?" Harry perguntou. "Por que fez isso comigo?"
"Eu..." Ela começou. "Você não precisava mudar, Harry. Você não precisava, mas fez. Você está aqui por que você quer." Adicionou e entrou no quarto. "Talvez você devesse perguntar a si mesmo. Por que você está aqui?"
O quarto ficou em silêncio. O único som audível era de suas respirações sincronizadas e o vento uivando. A escuridão suave encheu o quarto quando o sol, desaparecia trás de uma nuvem cinzenta, fazendo o quarto maçante é chato.
"Por que você está aqui, Harry?" Faye repetiu com cuidado.
"Talvez você não seja a única pessoa que precise de alguém." Ele respondeu, quase inaudível para Faye.
"Desculpe?" Disse Faye, dando passos pra mais perto de Harry. Ela quase podia tocá-lo agora. Ela podia colocar as mãos nas costas dele, sentir sua frieza através do tecido da camisa. Mas apenas ficou parada.
"Eu preciso de você!" Harry exclamou, e jogou as mãos no ar antes de se virar.
Faye engasgou com a visão e, automaticamente, deu um passo para trás. Não era o Harry amável, com olhos verdes que olham para Faye. Ele a olhava através de uma névoa de escuridão, a única coisa que havia sido deixada para trás depois que seus olhos voltaram ao normal, depois de tantos anos.
"Eu preciso de você, assim como você precisa de mim."
Dor. Não havia escuridão, nenhum mal quando ele falo. Havia apenas dor.
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Haunted |h.s | tradução
Fanfiction"Quando ele morrer, Pegue-o e corte-o em pequenas estrelas, E ele vai fazer a face do céu tão bem Que todo o mundo vai estar apaixonado pela noite E não pagaram a adoração ao sol berrante. " - William Shakespeare 19 de junho de 1924 foi um dia...