Capítulo 4 - Sombras

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Uma vez no braço,
o braço não sai do corpo!

Giulia Savoia

A reunião de boas vindas do Bangtan atrasou um pouco porque a Mia herdou a pontualidade do papa. Cheguei junto com a Sophia na sala que ficava no segundo andar do subsolo do local, acompanhadas por Calleb e Andrea. Ficamos no corredor escuro esperando um tempo pela Mia e o Matteo. A Sophia já estava perdendo a pouca paciência que tinha com a Mia.

— Eu vou matar ela por ter nos atrasado.

— Não precisa ficar brava Sophia. Eu mesma não estou exatamente pronta pra uma reunião nesse momento. Por mim adiávamos. — Falei respirando fundo. 

— E porque não pediu pra que adiassem então?

— Porque não estou em minha casa! — Eu me virei pra ela na hora que falei e sei que ela percebeu o tom de alerta em minha voz.

— O problema aqui não sou eu. — Sophia respondeu.

— A Mia vai se comportar.  — Falei meio tentando me convencer mas Calleb tossiu duas vezes e eu virei pra trás pra olha-lo. Ele olhava pra mim sem culpa e fazendo bico.

— Nem você acredita nisso, Giulia! — Sophia falou quase rindo.

— Sinceramente, eu só quero dormir!

Foi quando escutamos passos atrás de nós e o Andrea nos alertou do que se tratava.

— Piccola chegou! — Ele chamava a Mia de Piccola às vezes, ela é a menor de nós em altura, acho até que por isso, é a mais estressada. Dizem que isso tem a ver com comprimento, embora eu não ache que tenha algo a ver.

— Ótimo. — Respondi.

Falei já batendo e abrindo a porta. Não queria deixar a Mia e a Sophia começarem uma discussão do lado de fora da tal sala.  Abri a mesma e fiquei na porta, indicando a ordem de quem deveria entrar.  Sophia e Calleb entraram primeiro, com Andrea em seguida.

— Demorei muito? — Ela perguntou se ajeitando quando parou em minha frente.

— Só entra Mia.

Ela entrou meio desconfiada e o Matteo veio logo atrás.

— Eu juro que a culpa foi dela.

— Eu converso com você mais tarde!

Matteo era a pessoa perfeita pra ficar com a Mia, porque ele era o único que não entrava na onda dela, e conseguia controlar ela na grande maioria das vezes. Eu precisava alertá-lo sobre os cuidados que ele teria de ter em relação a personalidade da Mia naquele ambiente. Eu não tinha tido a oportunidade antes, e Andrea, embora já tenha começado uma conversa com ele sobre o assunto, me falou que talvez uma chamada minha pudesse ajudar melhor.  Mas  no geral, o Matteo nunca precisou de ajuda.

Quando entrei, tranquei a porta e me virei. Foi quando tomei ideia do ambiente. Era uma sala escura e absolutamente luxuosa, parecia uma sala de uma boate. Jamais imaginaria que faziam reuniões naquele lugar. Eu olhei mais ao redor, estava mesmo impressionada.

— Giulia! — Escutei o Andrea me chamar. Ele bateu duas vezes no sofá de couro em que estava me chamando pra sentar ao lado dele, fui devagar, mas antes mesmo de sentar, Jin ficou entre mim e o Andrea. Ele estendeu a mão pra mim e me deu um sorriso simples e simpático. Eu estava acostumada com aquela feição, mas assim que o vi agora, como se nada de errado estivesse acontecendo, senti uma tristeza estranha tomar conta de mim.

Intoucibile  | BTS   -   LIVRO IOnde histórias criam vida. Descubra agora