Capítulo 6 - Matando aranha à tiro

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Grande coisa, isso eu faço
de olhos fechados.

Sophia Savoia

Depois que sai do quarto da Giulia, eu senti uma estranha tristeza, todo aquele sentimento de euforia parecia ir por água abaixo. Entrei no meu quarto após Calleb me dar boa noite, acho que ele notou que eu estava diferente, perguntou umas mil vezes se eu queria algo. A verdade é que eu estava agora pensando em tudo que Giu contou, a história dos Kims, a forma como eles estão sendo ingratos ao Papa, me deixaram mais focada do que antes. Eu estava deitada na cama olhando o teto, enquanto havia apenas uma janela aberta, entrando uma pequena brisa noturna.

Eu não conseguia mais dormir, minha mente estava trabalhando em tudo que ouvi hoje.

A reunião foi divertida, mas depois se tornou meio tensa, ainda mais por Giulia estar com dor, eu imagino como a cabeça dela estava a mil. Agora que estávamos mais focadas, isso era bom.

Me mexi na cama a toda hora, eu não conseguia dormir devido a não estar em minha cama. Isso seria um problema com o tempo, fora que depois do que Giulia falou eu fiquei extremamente desconfortável. Resultado: uma noite mal dormida de sono.

Acordei com sono ainda, tirei o lençol que me cobria assim que vi o quarto mais claro. Sai da cama e fui diretamente ao banheiro, fiz minhas necessidades, tomei um banho, fui ao armário e coloquei um macacão jeans curto, com uma t-shirt preta por baixo. Coloquei um tênis branco e finalmente sai do quarto. Olhei o corredor vazio, passei pelo quarto de Mia, abri a porta e vi a bagunça.

— Mio Dio! — Resmunguei vendo aquela zona, fechei a porta do quarto, passei pelo quarto de Giulia e nem precisei entrar, sabia que ela não estaria ali. Nem me importei em bater ou abrir, Giu sempre acordou cedo, quando o sol está raiando, nunca vi.

Desci as escadas e fui direto para onde as vozes constantes soavam, cozinha. Abri a porta e logo as risadas cessaram, em um primeiro momento eu franzi o cenho, parecia que estava na hora do almoço, pela quantidade de comida. Pelo que eu vi em meu celular, eram ainda 9am. Depois vi cada um deles com uma mini cumbuca em mãos, hashis e alguns até com macarrão na boca. Jungkook era um deles, ele estava com as bochechas cheias e o restante de macarrão parado. Jimin estava comendo carne, Hoseok estava rindo ainda, porém mais calmo e Peppe? Era assim que chamava Matteo, assim minha confusão aumentou.

— Bom dia... — Falei meio incerta do horário. — Eu acho que meu celular quebrou... — Matteo me olhou confuso. — Já é o almoço?

Eles riram de novo.

— Não, é o café da manhã. — Hoseok falou. — Mia teve outra reação, engraçado.

— Outra? — Matteo concordou rindo. — Típico.

— A sua irmã é sempre... — Jimin começou, mas eu interrompi.

— Exagerada? Se for é. — Entrei mais no espaço e me sentei em uma das banquetas. Apesar de Mia ser assim, eu sempre vou amar minha irmã, claro que como irmã mais velha que ela eu gosto de implicar e faço isso muito bem, mas também Giu e Fran não faziam isso comigo. Apesar de tudo, esse era meu jeito meio estranho de demonstrar meu carinho por ela. Saí dos pensamentos olhando para a mesa cheia de comidas e nada do que eu comia pela manhã. — Não tem café? Tipo, café, café preto? — Olhei para os quatro.

— Tem, eu posso fazer se você quiser. — Pensei sobre, eu poderia fazer o meu, mas eu não queria ser mal educada. Jungkook já tinha levantado de bom grado, não custava aceitar, não é?

— Pode ser. — Falei fraco, olhei pra Matteo que comia kiwi tranquilamente, apesar de às vezes franzir o cenho. Me inclinei levemente para o seu lado. — Por que você está aqui?

Intoucibile  | BTS   -   LIVRO IOnde histórias criam vida. Descubra agora