1° capítulo.

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5 anos depois.

Julie

Acordei ofegante e suando bastante, assustada com o sonho que tive. Há 1 mês, mais ou menos, eles começaram. E eu não faço a menor ideia de qual seja o motivo pelo qual meu subconsciente começou a projetar o trauma dessa forma, ele tem ciência de que não aconteceu bem assim.

Certa vez, a Flynn me contou que nosso subconsciente é como uma caixinha que guarda aos pouquinhos, cada acontecimento em nossa vida, cada coisa que visualizamos. Ela só esqueceu de me contar que ele conseguiria me deixar muito abalada.

Tomei um banho, arrumei meus cabelos e fui preparar meu café da manhã. Quando olhei a tela do celular, meu coração quase saiu pela boca ao ver o horário. Enquanto rolava a tela do celular, recebi uma mensagem da Carrie, minha chefe. Foi quando olhei para o relógio e me dei conta que estava atrasada há mais de 1 hora para o trabalho.

(...)

- Tá, como eu ia dizendo...- Carrie cortou sua fala quando me viu adentrar na sala de reuniões - Julie! a reunião começou já tem uma hora, onde você estava?

Sonsa! Ela acha que eu não vi a mensagem não? - enquanto estava escovando os dentes para ir ao trabalho, minha chefe me mandou inúmeras mensagens que continham as frases: "Temos reunião, agora!", "Cadê você?", "Morreu foi, porra?" e "Ops, foi o corretor! :)".

- Perdi a hora, Carrie! me desculpe, não vai acontecer de novo.
- Então, tá. Vamos voltar a onde parei antes da Julie me interromper. - ela falou dando ênfase em meu nome e me olhando com sangue nos olhos. - Eu acho que já é do conhecimento de todos o que aconteceu no presídio daqui de Chicago na semana passada, certo?

Todos na sala assentiram.

- Pois bem, isso começou a gerar um enorme repercussão na mídia internacional e... - Carrie foi interrompida novamente, dessa vez por Willie.

- Desculpa, Carrie! o pneu do meu carro estourou e quase sofri um acidente. - ele se justificou, fazendo com que eu arregalasse meus olhos com sua fala.

- Tá. - Carrie deu de ombros e continuou.

- Você tá doido, Willie? - falei assim que meu amigo sentou ao meu lado. - Como é que você quase sofre um acidente e nem me manda mensagem?
- Calma, Ju. - ele me tranquilizou. - não aconteceu nada! só falei isso, por que queria ver a reação dessa peste em pessoa.

Ri baixinho.

- Estão me ouvindo? - nossa chefe falou estralando os dedos no ar, na tentativa de captar nosso atenção.

- Tô sim, chefinha linda do meu coração. - Willie falou jogando um beijo em direção a ela e foi ignorado, em seguida sussurrando em meu ouvido: - Bruxa.

- Beleza, como vocês viram, o acontecimento no presídio tá repercutindo muito e nós temos que aproveitar isso! Vou selecionar alguém pra ir até lá e fazer uma reportagem sobre segurança, detentos que ficam isolados e essas coisas. Fiquem atentos aos seus telefones que mandarem mensagem para a pessoa selecionada até o fim do dia. Podem voltar ao trabalho - concluiu sorrindo cinicamente.

Bruxa.

- O que aconteceu no presídio hein? - Willie perguntou ao sairmos da sala.

- Tá falando sério? Sério que você não viu?

Ele negou com a cabeça.

- Aquele assassino fugiu.
Meu amigo fez uma expressão de choque fazendo com que eu caísse na risada.

O assassino em questão  era um homem que tinha como preferência de vítimas, as crianças. Falam as más línguas que ele sofreu abuso sexual de sua madrasta na infância e ela o comprava com brinquedos; e, então ele começou a repetir os atos dela.

- Ah, sei. - Willie falou, dando a entender que não tinha ouvido nenhuma palavra do que eu havia dito.

Em questão de poucos minutos, após o término da reunião, fui até o escritório e senti o celular vibrando em minha bolsa. Era uma mensagem da minha chefe. E nela tinha escrito que eu era a pessoa escolhida para fazer tal entrevista.

Bruxa.

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