17° capítulo.

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Julie

Depois de que fomos dispensados, perguntei a Willie se ele queria ir para minha casa, para tomarmos algo e conversarmos. Liguei para Flynn e ela disse que tinha uma folga na agenda, por causa que dois pacientes não iriam a clínica e disse que nos encontraria em minha casa. Peguei minha bicicleta e fui embora, enquanto Willie me acompanhou, em seu carro.

- O que você achou de tudo que ela contou? - Willie me perguntou, enquanto preparava um chá. Ele quis tomar cerveja, mas achei que seria melhor algo mais leve, devido a tudo que escutamos e falamos. Estávamos precisando relaxar, um pouco. - Acha que ela inventou?

- Willie... - soltei um suspiro. - Há poucos minutos, você estava falando que todos temos um passado pesado e como isso nos afeta. Você não acha que é muita contradição insinuar que ela mentiu?

- Não sei, Julie. - ele deu de ombros e pegou a xícara de minha mão. - Eu não consigo confiar nela, desculpa.

- Eu sei. É difícil confiar, depois de tudo que ela fez. Inclusive, eu ainda estou em conflito quanto a isso. Fui errada em julgá-la.

- Tudo bem, Julie. Eu me comovi com a história dela, até deixei uma lágrima escapar! mas, não justifica o que ela fez. Enquanto você estava internada, sabia que ela iria te demitir?

- Como? - perguntei, sem entender e quase me engasguei com chá, devido a revelação de Willie. - Ela não seria capaz disso.

- Seria, Julie. Seria e quase o fez.

- Eu vi verdade nela, ela se desculpou e explicou seus motivos. Mas, ainda continuarei com um pé atrás. Uma vez, alguém me contou que todos carregamos amor dentro de nós! até as piores pessoas. E, acredito que, o amor está atrelado ao perdão. Se podemos amar, podemos perdoar... - fui interrompida pelo som da campainha, indicando que Flynn havia chegado. Fui até a porta e a atendi. - Oi, Flynn!

- Oi, Jules! - ela disse me abraçando. - Como você está?

- Estou bem! vem, - chamei-a. - eu fiz chá e o Willie tá aqui também.

- Oi, Will. - Flynn o cumprimentou e falou: - Sabia que a Jules foi visitar o bandido que roubou o coração dela?

- Mentira!? - ele exclamou, fazendo uma expressão de choque. - Por que você não me contou?

- Eu ia contar, mas a Flynn se adiantou né.

- E como foi?

- Foi legal. - deu de ombros. - Conversamos bastante e ele foi super atencioso.

- Ele continua gostoso? - Will indagou.

- Willie! - senti minhas bochechas arderam e abaixei o olhar. - Eu não reparei nisso. Só queria conversar.

- Conversar? - ele riu. - Julie, se você queria conversar, era só nos mandar mensagem! Tenho certeza que o motivo foi outro. - Flynn concordou.

Ás vezes, eu adorava o fato de que Flynn e Willie me conheciam na palma da mão. Mas, outras vezes, detestava isso. Por que eles sabiam os motivos de cada atitude minha. Assim como, eu sabia o motivo de cada atitude deles. Conheci Willie no meu primeiro dia de trabalho, estava perdida em meio a tantos papéis; ele notou e foi me ajudar. Uns meses depois tivemos uma festa na empresa e convidei a Flynn. Ela começou a conversar com meu amigo e o adorou. Desde então, não nos desgrudamos mais. Mesmo com tantos compromissos, procurávamos algum motivo para nos encontrarmos.

- É, o pior que foi quase isso. - bufei. - Eu tive vontade de vê-lo novamente e fui lá.

- Sabia! - eles falaram em uníssono.

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