Luke
Tomei banho, passei uma generosa camada de gel em meu cabelo, bagunçando-o em seguida. Entregaram-me uma muda de roupa limpa, escovei meus dentes. E me dirigi a porta da cela, colocando meus braços para frente, a fim que fossem algemados.
Steve pediu para que Reggie me guiasse até a área de visitas.Chegando lá, me acomodei em uma mesa perto da porta e pus meus braços sobre a mesa. Foi quando uma mulher morena e cacheada entrou, acompanhada de Steve.
Não podia ser.
O ar escapou de meus pulmões; e, com muito esforço, tentei levar as mãos a boca. Fazendo o formato de uma concha. Inspirando pelo nariz e expirando pela boca. Fechei meus olhos.
- Oi, Luke! - Steve me atrapalhou. - Essa é a Julie Molina.
O loiro se virou para cacheada e sorriu.
- Julie, esse é o Luke Patterson. Ele é quem vai ser seu entrevistado.
Balancei as pernas, na tentativa de expulsar o nervosismo de meu corpo. Isso não poderia estar acontecendo. Não agora.
- Oi, Luke. - ela sorriu. - É um prazer te conhecer.
- Olha, vou deixar vocês a sós. - Steve falou com cacheada a minha frente. - Tem dois guardas ali, encostados na parede. E mais dois lá fora, qualquer coisa, é só gritar.
Muito obrigado, Steve. Você acabou de assustar a garota, pensei comigo mesmo.
- Tudo bem, muito obrigada. - ela agradeceu.
Steve saiu da sala, deixando-nos a sós.
- Olha, Luke. Eu vou gravar a entrevista, se você não se importar, tudo bem?
Assenti. E ela colocou seu telefone sobre a mesa, a uma distância considerável de minhas mãos. Fazendo com que eu soltasse uma risada, incrédulo.
- Se você não se sentir confortável com alguma pergunta, me alerte e eu paro. Pode ser?
Afirmei com a cabeça.
- Você pode me contar um pouco sobre ti e sua relação com as outras pessoas daqui?
- Posso. - afirmei.
Um silêncio se instalou na sala.
- E aí? - Julie perguntou com certa expectativa. - Vai falar ou não?
Dei uma risada de canto de boca.
- Vou, relaxa. - falei demonstrando a falta de interesse em sua conversa.
- Eu não deveria estar aqui. - comecei. - Isso aqui é pior local que alguém poderia pisar em algum momento de sua vida. As pessoas daqui são nojentas e egocêntricas. As celas fedem a merda e masculinidade frágil. Um passo em falso e seu corpo aparecerá esticado no chão, em questão de horas. Eu não desejaria isso nem para o meu maior inimigo.
A mulher a minha frente soltou um suspiro, na tentativa de processar tudo o que eu havia dito, supus.
- E você gosta daqui? - ela parou para pensar em sua pergunta. - Digo... você acha que aqui é um local seguro?
- Você ouviu o que acabei de falar?
- Ouvi sim.
- Então, pronto. - falei, revirando os olhos. - Já acabou?
- Não, ainda quero saber umas coisas.
Balancei a cabeça.
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Journalist
FanfictionOnde Julie precisa fazer uma reportagem sobre o sistema carcerário e marca uma visita, ela só não sabia que tal ato deixaria seu psicológico tão abalado.