20° capítulo.

41 7 2
                                    

Luke

Era uma manhã ensolarada de outubro e eu estava deitado em minha cama, lendo Temor e Tremor, uma obra de Soren Kierkegaard. Quando Reggie me chamou, falando era hora de lavar os banheiros. Ele chamou um guarda e seguimos para os banheiros. Onde Michael já estava passando uma esponja pelas paredes.

- Oi, Lukitinho! - ele disse, enquanto afastava uma mecha de cabelo suada, que caia sobre sua testa. - Como você tá?

- Estou bem! tava lendo e o Reggie me chamou para vir aqui.

- Uma porra isso, né? - ele bufou. - Eu tava fumando, numa boa e me chamaram pra vir limpar merda de vagabundo.

- Sua merda, não é Tolman? - perguntei. - Esqueceu que você também toma banho aqui, porra?

- Não. Mas, tem um monte de vagabundo aqui se livrou de lavar os banheiros. Eu tenho um puta ódio de ser liso! se tivesse alguma grana, não teria que fazer essa porra.

Michael estava se referindo as gangues. No nossa penitenciária, eram elas que mandavam em tudo. Os guardas só estavam lá, para ajudar caso algo saísse do controle. Eu sempre achava essa situação estranha, mas o Tolman me contou que isso é mais normal do que imaginávamos! ele disse que isso acontece em varias penitenciárias. Em relação ao dinheiro, caso você tivesse alguma prata sobrando, estava na gangue e livre dos afazeres domésticos. Caso contrário, teria que contar com a sorte. Para não ser morto, e para limpar os banheiros e corredores, que eram assustadoramente sujos.

Alguns outros, ajudavam na cozinha, também, mas o Tolman estava proibido de entrar lá. Por que, uma vez, ele colocou um rato na sopa de um dos chefes da gangue, com o qual ele tinha uma intriga.

- Nós, que vivemos aqui, não somos mais do que fantasmas ou ligeiras sombras.

- O que porra é isso?

- Sófocles. - respondi. - É isso que nós somos, Tolman.

- Então, você está me dizendo que é um fantasma?

- Sim, sou. - sorri. - E você também.

- Você é louco, Luke. - respondeu-me enquanto passava a esponja ensaboada, em volta do vaso sanitário.

- De médico e louco todo mundo tem um pouco.

- Vai se fuder.

Sorri.

- A Julie veio aqui, semana passada. - falei. - Ela me passou seu número e conversou sobre o trabalho. Ela disse que sua chefe continua sendo insuportável. E que, ela acha, que o amigo dela está começando a se resolver com um outro rapaz.

Nas últimas semanas, havia tido uma pequena rebelião. Onde meus colegas de presídio tinha queimado alguns colchões e feito alguns reféns. Os reféns sempre eram os prisioneiros recém chegados, alguns sentia-se intimidados e acabavam caindo nas mãos das gangues. Enquanto outros juntavam-se a eles e participavam dos atos rebeldes. Uma vez ou outra, isso ocorria por lá. O ato da semana passada, tinha sido em virtude das visitas. Ou Steve aumentaria a quantidade de visitas para três vezes por semana ou eles fariam uma chacina. Steve optou pela primeira opção.

Por causa disso, Julie passaria e me visitar mais vezes. Ou, pelo menos, era o que eu desejava.

Notas da autora:

Oi, leitores de Journalist!
Como vocês estão?

Me perdoem pelo sumiço (de verdade, eu sinto muito!) final do ano passado foi uma loucura com trabalho, faculdade e afins. Por causa disso, não consegui atualizar a história e deixei vocês na mão.

Mais uma vez, me desculpem.

Irei voltar a postar regularmente e prometo não sumir mais. :)

Journalist Onde histórias criam vida. Descubra agora