16° capítulo.

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Luke

- Bom dia, Lukitinho. - escutei uma voz falando em meu ouvido e dei um pulo quando me deparei com a imagem de Michael a minha frente.

- Porra, Tolman. - falei baixinho, olhando ao redor, com medo de alguém nos visse. - Como você entrou aqui? Tá maluco?

- Fiz aquilo com a pasta de dente, na minha cela. - Michael e uns rapazes da gangue, descobriram que se colassem uma tapinha de pasta de dente, no topo do portão das celas, ele não fechava. Parecia que estava fechado, mas com um empurrãozinho, abria. Por ter cometido um crime considerado leve, eu tinha ido para uma ala na qual era permitido transitar tranquilamente, exceto a noite e de manhã. E Michael sabia disso. - E o Reggie tá dormindo. Peguei a chave e vim pra cá. - ele concluiu com a maior naturalidade.

- Que horas são? - falei me espreguiçando e levantando da cama.

- Quase hora do café da manhã.

- E por que você veio pra cá tão cedo?

- Descobri umas coisas... - ele olhou para os lados e se aproximou. - sobre a jornalista.

- O que é?

                                  ~

Quando Michael terminou de falar, fiquei em choque. Parei por um minuto, tentando assimilar tudo. Era tudo muito inacreditável.

- Tem certeza, Tolman? - perguntei. - Quem te contou?

- Tenho, minhas fontes são confiáveis.

- Por que você acha que isso aconteceu?

- Faço a menor ideia. - ele deu de ombros. - Não me contaram muita coisa não.

- Será que foi por causa disso que ela saiu de casa naquele dia? Pra encontrá-lo?

- Talvez. Você vai continuar encontrando com ela?

- Acho que sim. Noite passada ela ligou para o Steve e disse que iria me ver esse fim de semana.

- Pergunta pra ela então, porra! - ele disse sorrindo e me empurrando. - Pergunta se é verdade. Fiquei curioso e quero saber se tudo isso aconteceu mesmo.

- Lógico que eu não vou perguntar né, Tolman. Isso não é coisa que se pergunte!

- Eu perguntaria. - ele deu de ombros e fez um biquinho.

- Você é sem noção.

O som da sirene ecoou em nossos ouvidos, indicando que a hora do café da manhã se aproximava.

- Vou ter que voltar. - Tolman anunciou, levantando-se da cama e abrindo o portão. - Daqui a pouco a gente continua o papo. Beijos.

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