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Capítulo 18

   Quando Mason me falava que aqueles eram os melhores dias da vida dele, eu sempre achei exagero. Hoje eu entendo. Quando ele voltava dos treinos e dos jogos, eu normalmente estava esperando por ele com uma lingerie bonita e uma roupa especial. Às vezes um moletom velho, às vezes um sobretudo apenas cobrindo o conjunto vermelho com espartilho, às vezes um pijama, ou um vestido sexy. A gente transava em todos os lugares da casa, e eu sempre pedia para Bertha não estar lá no final da tarde. Gostava do jeito como ela olhava para mim como se eu fosse um anjo. Não queria estragar isso com ela "sabendo" que eu transava e muito. Bertha era tipo uma tia legal. Para Mason também. E ela trazia notícia da casa da família real, os Mount.

   Ele almoçava com os pais sempre que podia. Passava muito tempo com os irmãos, com a cunhada e a sobrinha. Ela estava sempre lá em casa, inclusive. E eu tinha que me conter para não ser a tia "boca suja", ainda bem que a bebê não entendia português. O tio dela tentava entender e aprender.

   Foi uma terça feira quando cheguei com minha primeira edição de capa na Vogue. Eu transbordava felicidade. Minha carreira finalmente chegava em pontos que tanto queria. Chanel, Versace, Gucci, Dolce Gabbana. Elle, Vogue, Cosmopolitan, Bazar...eu estava no top 50 da moda. Mason me enaltecia e tentava fazer com que seus pais entendessem meu trabalho, nosso relacionamento.

   Se eles entendessem e aceitassem metade do que as fãs dele aceitavam...A gente tinha fã clubes de casal!

   Quando teve cinco dias de folga na temporada, Mason organizou uma das viagens que eu mais amei, a Tailândia.

   Foram três dias tirando os deslocamentos para viajar e voltar, mas deveriam ser trinta porque parecia um sonho. A água morna e cristalina molhando a nossa pele, por do Sol juntos em uma toalha na areia de frente para o mar, uma cama de lençóis brancos onde nos amávamos.
Quando tudo deu errado, só eu sei quantas vezes olhei com lágrimas nos olhos as fotos daquela viagem, daquele tempo.

   Eu evitava ao máximo aceitar campanhas com alguma nudez pela imagem dele, pela família dele. Mas não pude recusar as lingeries Vitoria's Secrets. E ele estava eufórico. No Brasil, eu brincava que ele era o namorado da top, tipo uma versão de Gisele e Tom Brady, guardadas as devidas proporções.

  Minha família tinha sumido. Aliás, falava com meus irmãos. E eu achava estranho que mesmo sabendo que eu progredia, minha mãe não aparecia pedindo mais dinheiro com o traste do marido dela. Passaria o Natal com os Mount. E que Deus me ajude.

   A gente comemorava cada campanha minha e cada bom jogo dele. E eu não falo só do sexo. Óbvio que fazíamos muito. Eu era completamente apaixonada e fixada nele sexualmente. Seu corpo perfeito de atleta sempre estremeceu meu corpo magro de modelo. Mas não, comemorar vitórias e conquistas juntos eram viagens curtas, era fazer comidas juntos, que quase sempre não davam certo, mas eu amava aquilo. Assistirmos filmes no sofá da sala. Lembro de comemorar uma boa fase dele enchendo a casa de bilhetinhos, do mesmo jeito que ele fazia comigo, mas em uma espécie de caça ao tesouro misturado com elogios. Também gosto muito de lembrar do dia que ele me esperou chegar em casa de uma sessão de fotos com uma cabana, parecida com a que montei no início do nossos namoro.  Summer fez todos dormirmos duas noites na cabana depois que encontrou ela na sala.

    Thomas conseguiu entradas para Mason ver o desfile de Vitoria's Secrets, que seria em Londres. Quem diria que esses desfiles deixariam de existir? Naquela época não podíamos imaginar jamais. Era um frisson. Modelos de lingerie e asas de anjo. Eu não estragaria nenhuma surpresa deste momento, nem mesmo contei a ele sobre quantas entradas eu teria na passarela.

Chuva de LondresOnde histórias criam vida. Descubra agora