Born to die

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Capítulo 25

    Quando saí do carro de Kai, encontrei o olhar apavorado de Mason. E não era imaginação minha ou coisa assim. Eu não sabia onde enfiar a cara maquiada. Ele obviamente viu o beijo de despedida. O homem com a mão no meu vestido, na minha bunda. Eu podia correr ou travar, mas não fiz nem uma coisa e nem outra, andei até a calçada, perto de onde ele estava.

- Você vai mesmo ficar bem. Não sabia que tão rápido.

- Isso não é da sua conta. Espero que tenha uma boa noite, Mason. - Respondi ríspida, mas morrendo de tristeza.

- Você tem toda razão, Camila. Sempre tem. Eu só não esperava que ia transar comigo ontem, falar que me ama, que sente saudades para estar aqui deste jeito no dia seguinte. - Sua voz estava embargada. 

- Devia ter ficado chorando sua falta em casa? Perdão se não agi como você esperava. 

- Você nunca agiu mesmo, grande surpresa a minha!

   Me virei e deixei ele falando sozinho. Um nó se fez na minha garganta. Era estranho. Eu estava péssima por toda a situação, ele estava me odiando no mínimo, mas eu queria ter largado tudo, abraçado ele forte, dito que aquilo não significava nada. Mas teria que contar que era um programa.

    Bom, quando eu resolvi pagar tudo o que Mason deu a minha mãe e ao marido dela sabia que não teria modos de fazer isto de forma rápida apenas com o que recebia de modelo, por melhor que minha carreira estivesse. Fui conversar com Thomas.

- Tom, eu sei que tem a prostituição, mas eu não quero me expor, expor a ele também. Imagina se logo depois que terminamos o namoro eu apareço por aí em presenças acompanhando empresários, ou coisa pior, ficando com eles por aí. Um dia beijo um, outro dia estou agarrada com outro. Não posso!

- Tem um esquema mais reservado. A maioria dos caras também famosos e com imagens a zelar. O dinheiro é bom, eles são ricos. Mas é prostituição também, você sabe o que vai ter que fazer.

- Quem são os clientes? 

- Depende. Tem atores, jogadores de futebol, empresários famosos, músicos...Posso ver com uns amigos que marcam estes programas. Você pode fazer sucesso com os jogadores, até. E pelo lado bom, eles ao menos são o seu tipo.

- Eu não vou nem rir desta merda. Mas tá, que seja. Espero que não os amigos do Mason, imagina? 

- Você é exigente demais para dar, credo. Ainda bem que não sou hétero.  Mas tá, podemos conseguir algumas restrições. 

- Pode ser.

   Não demorou muito até que eu iniciasse os programas. Normalmente marcado em um hotel cinco estrelas marcado com nomes falsos. Eu fumava uns baseados para tentar me soltar, e ia. Só fiquei com uns atletas bem jovens, o que era bom, pois normalmente terminava mais fácil. Tudo os excitava mesmo. Era estranho. Eu viajava para alguma outra cidade e encontrava o cara só para o sexo. Já estava no meu terceiro holandês seguido quando apareceu Kai.

   Tudo foi diferente com o alemãozinho. Nos encontramos em Londres, ele falava que gostava da cidade, bom, devia gostar mesmo se anos depois se mudou para lá. E pasmem, ficou amigo de Mason. Ele era mais novo que eu, mais deslumbrado com a vida e meio que se apaixonou quando me viu em uma revista, bem coisa de adolescente, apesar dos seus dezenove anos na época. 

Chuva de LondresOnde histórias criam vida. Descubra agora