Acordei com um barulho alto, de alguma coisa caindo no chão de madeira. Abri os meus lentamente, vendo Gustavo vestido em um terno preto, segui o seu olhar, vendo o que havia caído no chão. Meu coração disparou ao ver uma arma brilhando na madeira escura. Ele veio andando em minha direção, fazendo meus músculos ficarem rígidos.
- Por favor, não faça nada comigo – me encostei na cabeceira da cama, sentindo as lágrimas arderem nos meus olhos. Escondo o meu corpo nu, como o lençol preto.
- Não vou fazer nada com você – sua voz é doce - Fica calma – ele levantou as mãos para cima, dando dois passos para trás e chutou a arma para longe de nós – Posso me aproximar?
Afirmei com a cabeça, mesmo estando em choque e não sabendo se ele está com outra arma na cintura ou no bolso interno do blazer. Ele se aproximou lentamente em minha direção, com as mãos ainda para cima. Gustavo se sentou ao meu lado e colocou uma mexa do meu cabelo para trás da minha orelha.
- Eu nunca vou machucar você – falou calmamente – Eu não queria que você tivesse visto a arma.
Sua mão pousou na minha nuca, juntando nossos lábios em um beijo agressivo. Sua língua massageava os meus lábios, abrindo passagem para entrar na minha boca. O gosto mentolado e fresco da sua boca era mais gostoso do que o de gloss de cereja. Gustavo se afastou de mim, interrompendo o nosso beijo e finalizando com um selinho rápido. Ele se levanta e vai até a arma, a pegando no chão e colocando nas suas costas.
‐ No banheiro tem tudo que você precisa – ele apontou para a porta no canto do quarto – E, por favor. Não deixe a curiosidade tomar conta de você. Não abra nenhum dos armários ali fora – disse firme.
Eu afirmei com a cabeça. Ele veio até mim depositando um selinho em meus lábios e saiu do quarto. Me levantei, ainda com as pernas bambas e fui para o banheiro, suas paredes e chão são feitos de mármore preto. Na bancada da pia, tem uma blusa masculina e uma cueca, ao lado de duas toalhas. Entrei no box, deixando que a água quente relaxante meus músculos, após o meu susto. Coloquei um pouco de sabão líquido na esponja e comecei a esfregar a minha pele, levemente.
Assim que lavei o meu cabelo, o enxaguei, pegando uma das toalhas em cima da bancada e sequei meu cabelo, enrolando na minha cabeça. Comecei a secar o meu corpo, sentindo o algodão macio passar pelo meu corpo. Vesti a cueca e coloquei a blusa, que estava com o cheiro do perfume de Gustavo. Saí do banheiro e peguei meu salto, vestido e também a minha bolsa, que estava com os meus pertences.
Saí do quarto e os grandes armários chamaram a minha atenção. Me aproximei de uma das grandes caixas metálicas e passei a minha mão pela lutaria, até chegar na fechadura eletrônica. Recolhi a minha mão e subi as escadas me levando para longe daqueles armários. Olhei pelos cômodos da casa e não havia nenhuma pessoa em casa, além de mim.
Subi as escadas, indo em direção ao quarto, onde Sophia estava me hospedando. Entrei no closet, tirando a blusa e a cueca do Gustavo, deixando as peças no cesto de roupa suja. Coloquei uma lingerie branca e vesti um vestido dourado longo e solto, com um decote em V na frente e um decote nas costas em forma de U. Coloquei um cinto da Gucci e coloquei na cintura, modelando o meu corpo. Coloquei o meu sobretudo sob o meu vestido e calcei o meu Louboutin branco e peguei meu cartão de crédito e algumas notas que tinha na minha carteira. Coloquei tudo na minha bolsa, junto com o meu celular, carregador, batom e bala de menta.
Fui para frente do espelho e fiz uma maquiagem chamativa que combinava com o meu vestido. Coloquei o par de brincos de diamante que o meu pai me deu, na minha formatura do ensino médio. Deslizei dois anéis, um no meu indicar e o outro no anelar. Desci as escadas e dei uma olhada pelo primeiro andar, conferindo se nem havia chegado.
Saí da casa de Sophia e peguei um Uber, que me levou para a Time Square. Com o meu cartão já cadastrado no aplicativo, apenas desci do carro, quando chegou na minha parada. Olhei na tela do meu celular vendo as horas e me lembrei que não tomei nada de café da manhã. Entrei em um restaurante de luxo e escolhi uma mesa ao lado da janela e um garçom veio até mim.
- Senhorita Laura, vai querer um Waffle recheado com Nutella, com calda de chocolate e alguns morangos frescos?
Eu não precisava me virar para saber quem está ao meu lado. Aquela voz doce e rouca, dando em um português arrastado. Porque eu tinha que ter o azar de entrar no restaurante em que Henri trabalha. Eu o conheci em um aplicativo de conversa com as pessoas dos Estados Unidos, que Sophia me forçou a usar. As conversas sempre fluíram, mas eu perdi o contato há alguns anos atrás.
- Você ainda se lembra do que eu gosto! – me virei, finalmente encarando aquele par de olhos verdes com detalhes castanhos.
- Comecei a gostar, depois que comecei a conversar com você – ele mantinha o sorriso perfeito, nos lábios. Como aquele sorriso era mais lindo pessoalmente, do que nas nossas conversas noturnas.
- Pode ser sua recomendação – retribui seu sorriso, com um sorriso de canto.
- Já irei trazer.
Ele se virou com o sorriso que deixava as minhas noites molhadas e foi em direção ao balcão de madeira de demolição. Peguei o meu celular e tem uma mensagem da minha mãe e eu a respondi, o que levou a uma conversa empolgada. Contei como as passagens eram lindas e falei que fiz uma boate inteira parar, só para mim ter o meu momento de fama. Henri voltou segurando dois pratos de porcelana.
- Tomei a liberdade de trazer um Petit Gateau de frutas vermelhas - ele colocou os pratos em cima da mesa e eu o encarei.
- Vou ter que pagar extra por esse belo Petit Gateau, de geleia caseira de frutas caseiras? – perguntei em um tom brincalhão.
- Esse vai ser pela conta da casa – ele puxou a cadeira – Posso me sentar?
- Claro, mas você não tem outros clientes para atender? – Ele puxou a cadeira e se sentou, me dando um sorriso que me fez molhar a calcinha.
- Eu pago as pessoas para fazer este tipo de atendimento.
Eu não soube onde enfiar o meu rosto e senti o calor cobrindo todo o meu rosto. Henri fez um sinal para o verdadeiro garçom, pedindo para ele trazer mais dois sucos de laranja. Não demorou para que os sucos estivessem na minha mesa.
- Fica calma. Eu gosto de ficar aqui embaixo, para ajudar nos dias de alta no restaurante – ele bebeu um pouco de suco, sem tirar o olhar de mim –Então? O que faz aqui nos Estados Unidos? - falou em um português embolado e fofo.
- Está tentando me encantar com o seu português? - Ergui uma sobrancelha.
- Não, mas posso tentar, já que tive uma ótima professora – bebeu mais um pouco do seu suco – Estou esperando a minha resposta. O que está fazendo aqui nos Estados Unidos?
- Vim visitar uma amiga , que fez intercâmbio no Brasil – comi um pedaço do Petit Gateau.
- Legal – ele se arrumou na cadeira, como se algo o incomodasse - Eu te mandei um monte de mensagens, querendo saber como foi o seu dia, se você estava bem, mas você nunca mais me retornou – o sorriso não largava seus lábios, mesmo sua expressão ser triste.
‐ Meu celular caiu na privada e estragou. O meu chip não teve um rumo muito bom como o celular. Aí tive que trocar de número
Peguei um guardanapo e a caneta na blusa social de Henri. Escrevi o meu número em um papel e integrei para ele. Continuamos a conversar, falando do nosso tempo em que não conversamos.
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Seu para amar
RomantikNas férias da faculdade, Laura decide fazer uma viagem para a casa da sua amiga, nos Estados Unidos. Tudo estava perfeito para dar certo, mas sempre tem algo que foge do planejamento. Após uma noite de muitas bebidas e um uma intensa madrugada de p...