22: Alívio

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Sou acordada com o som de alguém chorando. Quando abri os olhos, gotas frias caiam no meu rosto, me virei e os olhos de Henri estão vermelhos e as olheiras fundas.

‐ O que foi, amor? – Comecei a acariciar sua bochecha com o meu polegar.

‐ Você é o meu amor e sempre vai ser – sua voz é melancólica.

‐ Eu sei, mas o que está acontecendo com você? – suas lágrimas não paravam nem por um segundo.

‐ Não quero te preocupar com isso, amor.

‐ Eu me formei para escoltar os problemas dos outros, então me diga o que será te incomodando tanto! Nós vamos nos casar e seus problemas também são meus.

Ele me abraçou e colocou a cabeça no meio dos meus peitos. Se eu não tivesse toda certeza do mundo, que eu não estou grávida, ia ficar com medo da sensibilidade que os meus seios estavam. As lágrimas e Henri, se infiltraram na minha blusa e começou a molhar a minha pele.

‐ Amor, estão me ameaçando de morte.

‐ Calma meu amor, ninguém vai fazer nada com você – dei um beijo no meio dos seus cabelos – Lembre que você é melhor que isso, você veio de baixo e chegou ao topo. Ninguém pode com você, meu querido raio de sol – segurei o queixo dele e o fiz me encarar. Juntando nossos lábios por um instante e sequei suas lágrimas – Agora vamos para o chuveiro, temos um voo de volta para São Paulo em cinco horas.

‐ Eu te amo, mas tenho mais uma coisa para te contar – ele fungou – Eu deixei a garrafa cair ontem, porque a fratura no osso do meu braço e os médicos disseram que com os tratamentos e os cuidados vai melhorar.

Levantei e estiquei a minha mão para Henri, que segurou com força, me puxando  para os seus braços musculosos. Passei os meus braços em volta do seu pescoço. Seu calor me aqueceu, me deixando relaxada e me sentindo segura.

‐ Nunca mais vou mentir para você. Eu nunca menti para você e não vai ser agora que vamos começar essa nova etapa.

Aumentei a força do meu abraço e ficamos ali parados por três minutos, em um silêncio acolhedor. Tomamos um banho juntos e quando entrei no closet, um dos lados estava cheio de roupas e sapatos, para mim e do outro roupas para o Henri. Peguei um vestido ombro a ombro, com duas fendas que vinham quase até um pouco acima do meio da minha coxa. Calcei um Louboutin branco, para combinar com o dourado do vestido, olhei para o meu noivo que estava vestindo uma bermuda de moletom e uma camiseta branca. Dei um leve beijo em seus lábios e começamos a arrumar a mala. Meu noivo deu um beijo no meu pescoço, me fazendo encará—lo.

‐ Obrigado por fazer uma coisa que eu já devia ter feito! – seus olhos brilham, deixando o verde mais claro.

‐ Tudo por você, meu amor.

Não fiquei surpresa por ele saber que eu enviei as ligações gravadas para o Arthur, ainda mais por eu ter visto que ele estava acordado quando guardei o ipad e quando ele fala sonolento, ele fala em inglês e ele falou em português.

— Depois te ensino a fingir que está dormindo, melhor.

Acabei de arrumar a mala e subimos para a cozinha. Esquentei os pedaços de pizza e guardei todos os lanches que fiz, para os funcionários comerem. Me sentei na banqueta ao lado de Henri e comecei a comer.

‐ Amor, você estava mentindo sobre a sua má alimentação? 

‐ Infelizmente sim. Para você ver como eu não gosto de mentir para você, eu tenho nutricionista e ele não me deixaria comer menos que o necessário – dei uma risada por não me lembrar do nutrichato, que eu desliguei o celular na sua cara – Mas sobre a academia e verdade, tô pegando mais pesado.

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