20: Despedida

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A vida pode ser uma montanha russa de emoções, quanto nossos planos não saem como queríamos. Às vezes descontar a raiva nas pessoas é mais fácil do que assumir o próprio erro. Uma certeza eu tenho, já passei pelas duas opções, mas Laura me ensinou que sou melhor que isso, me ensinou como ser melhor que isso.

Hoje seria o dia que terei que me despedir da minha noiva e a encontrar só daqui cinco meses no nosso casamento. Meu coração martelava com mais força a cada hora que se passava e esse momento se aproxima.

Eu não vou poder encostar a mão na sua pele macia, sentir todo o calor ardente do meio das suas pernas. Vou me tornar novamente um virgem por cinco meses. Sei que as provocações de Wanessa iram aumentar depois dela ter me tocado na boate, mas eu sou fiel a sua só mulher.

‐ Dois anos - Laura saiu do closet, com uma mala de bordo.

‐ Não entendi. Para que dois anos? - desviei o olhar do livro que estou lendo e olho para a minha noiva.

‐ Nosso primeiro filho - ela se olhou no enorme espelho do meu quarto - O meu estágio vai me matar!

Me levantei e abracei ela por trás. Apoiei a minha cabeça no seu pescoço, deixando a minha barba roçar na sua pele sensível. Meu corpo se encaixava perfeitamente no meu.

‐ Somos igual lego - ela fez uma careta e me olhou pelo reflexo do espelho - Nos encaixamos perfeitamente.

‐ Agora chegou a hora desse lego, entrar dentro do avião de peças

Dei uma risada da sua pronúncia e virei o seu corpo, encostando ela no espelho. Juntei nossos lábios em um beijo calmo e apaixonado. Nossas línguas permaneçam dentro das nossas próprias bocas, mantendo o beijo calmo.

‐ Eu te amo tanto, Laura! - depositei um beijo na sua testa.

‐ Sempre é para sempre!

Peguei as malas dela e levei para o carro. Nossas mães então curtindo as belezas da Itália. No começo, Laura ficou receosa por saber quem estava pagando pela viagem da sua mãe, era eu.

Fecho o porta-malas quando a vejo desfilando pela minha casa e vindo na minha direção, com um largo sorriso no rosto. Logo meus lábios retribuem o gesto, me fazendo sorrir que nem uma criança que acabou de receber o melhor presente de Natal.

‐ Eu não queria partir, queria ficar mais um pouco com você - ela jogou a cabeça para trás gemendo - Só quero terminar a minha graduação.

‐ E depois se casar comigo. Vamos ter nove filhos e morar em uma casa no campo, na Espanha, com três cachorros - ela me olha confusa.

‐ Primeiro: Esse assunto de ter nove filhos, teremos que negociar melhor. Segundo: Sério mesmo que está cogitando se mudar para a Espanha? Terceiro: Um cachorro só está de bom agrado.

‐ Vamos ter tempo para discutir isso na nossa lua de mel no Caribe - seus olhos se arregalaram. Eu sabia o tanto que ela era apaixonada pelas praias do Caribe, mesmo nunca tendo ido.

‐ Você vai me levar para qual praia do Caribe? - seus olhos iluminam de curiosidade.

‐ Terá que esperar por cinco meses - dei um beijo na sua testa e dou a volta no carro.

‐ Vou ficar me sentindo uma grávida, esperando para descobrir o sexo do bebê.

Revirou os meus olhos e entro no carro ligando o motor. Esperei Laura entrar e comecei a sair com o carro da garagem. O trânsito de New York está caótico e se eu não conhecesse os devidos em meio a grande paisagem de cimento. Todos os grandes prédios, criam enormes sombras no asfalto quente.

Aviões cortam o vento e uma velocidade extremamente rápida, os sons das turbinas são ensurdecedor. Limpei a lágrima solitária que escorreu pela sua bochecha corada. Pessoas passam por nós, apressadas e sem olhar para onde andam. Mas nada disso me importa, porque eu só quero passar esses últimos momentos com a mulher que me entreguei por completo.

‐ Vou sentir falta de ter o seu corpo quente ao meu lado! - encostei a minha testa na dela.

‐ Fique calmo, nós nos encontraremos em alguns meses.

‐ Vou cuidar do resultado do sexo do nosso bebé - um sorriso cresceu em seus lábios.

‐ Cuida muito bem dele, se não meu coração vai parar de ansiedade, se sumir - ela uniu nos lábios em beijo calmo. Minhas mãos seguravam sua cintura, querendo a impedir de se afastar - Eu te amo, Henri!

‐ Eu também te amo, meu amor!

Laura pegou a sua mala e se distanciou de mim. O barulho do seu Louboutin ficava cada vez mais baixo. Ela não se virou para trás, e eu já sabia que ela não faria isso, é muito clichê para Laura. Ela saiu da escada rolante e seguiu seu caminho.

‐ Henrique Alstyn?

Virei para trás, para ver quem estava me chamando. Quando os meus olhos se encontram com o carvão do olhar de Gustavo, engoli em seco, antes de sentir um soco no meu estômago e toda a minha visão escureceu.

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