Capítulo 36

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Vacilei ao chegar no andar superior. Nunca ver sangue havia me causado tanta dor e vontade de chorar. O corredor estava tingido de vermelho e eu sabia que era o sangue dela. Fiquei imaginando se ela ainda estava viva...

Caminhei aquele corredor o mais rápido que pude e instintivamente parei na última porta. Tinha uma marca de mão com sangue nela e eu sabia o que me esperava assim que a abrisse. Não, eu não sabia. E gostaria de nunca ter visto aquela cena.

— Entre, querido! — A voz de um homem tentando imitar uma mulher falou.

Aquilo me arrepiou a alma, mas eu não tinha opção.

Diana estava pendurada pelos pés com uma corda presa no alto da janela. Toda cheia de hematomas e vários cortes, sangue pingava com certa frequência no chão. Abaixo dela estava um enorme caldeirão que com certeza caberia todo o seu corpo e o irmão da Silvinha a segurava pela corda pendurada. Se ele a soltasse, ela cairia. Meu primeiro impulso foi atirar no invasor. Ele estava desarmado.

— Eu não faria isso se fosse você. — Ele disse com um sorriso, apontando com os olhos em uma direção.

Então entendi que minha vida havia chegado ao fim. Ao meu lado esquerdo, atrás da porta, estavam vários galões escritos Ácido sulfúrico e eu tinha certeza de que era o que estava no caldeirão esperando Diana cair.

— Atira, gato! E antes que consiga salvar sua puta, ela estará com uma cara mais linda que a tua!

Senti as lágrimas vindo nos meus olhos. Diana, não se mexia, deveria estar desmaiada, ao menos eu esperava que estivesse.

Coloquei a arma no chão e dei um chute, ela foi parar bem perto dele. Ele sorriu. Estava claro quem venceria aquela batalha. Posso ser egoísta, mas eu gostaria que ele me matasse primeiro. Eu não gostaria de ver a Diana morrer e muito menos ficar desfigurada ao cair naquele ácido corrosivo.

— Agora, tira a roupa e agacha, bonitão. Quero ter certeza de que não está com outra arma enfiada no rabo!

Por que eu não podia ter um ataque cardíaco fulminante e morrer com dignidade como a maioria dos assassinos? Nunca soube de assassino nenhum que tivesse uma morte cruel, morrem geralmente com um tiro simples, ou sofrem um ataque do coração, e no fim acabam não pagando por seus crimes.

Eu não me importaria de pagar por meus crimes. Mas Diana não tinha nada com isso. Mas eu tinha certeza de que esse maluco não ia poupar minha Diana. Ele estava lá para me fazer sofrer. Pensei em contar o que a irmã dele e suas amigas faziam comigo na escola, mas isso seria perda de tempo.

Ele não ia acreditar e talvez até soubesse. Isso não seria justificativa para deixar Diana viva. Eu precisava pensar em alguma coisa bem rápido, só não sabia o quê.

Ele amarrou a corda e eu fiquei morrendo de medo de ela não aguentar o peso e acabar derrubando Diana no ácido. Ele pegou minha arma e atirou na minha perna. Eu realmente não estava esperando por isso. Meu corpo automaticamente tombou e fiquei de joelhos.

— Era só para ter certeza de que estava carregada. Não se preocupe. Não vou te matar com um tiro! E com certeza, não antes de ver tudo que farei com sua amiga...

Eu pensava desesperadamente o que eu poderia fazer desarmado e pelado, com Diana pendurada pelos pés e um cachorro que só se arrastava.

Ele me mandou abrir a porta e sair pelo corredor. Ele já tinha passado bastante tempo na minha casa, ele sabia de todos os meus "brinquedos" e de tudo que poderia usar contra nós. Eu sabia onde ele me colocaria antes mesmo de chegarmos ao porão.

Com amor, Jeff the KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora