Capítulo 32

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Talvez eu esteja envelhecendo, naturalmente não em idade, mas em espírito, já foi a época em que eu sentia a euforia pulsar em cada veia do meu corpo enquanto buscava por uma presa

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Talvez eu esteja envelhecendo, naturalmente não em idade, mas em espírito, já foi a época em que eu sentia a euforia pulsar em cada veia do meu corpo enquanto buscava por uma presa. Devo assumir com certa vergonha que eu andava bem vagarosamente, como se buscasse algo que pudesse chamar minha atenção e me tirar daquele lugar, daquelas pessoas cretinas e daquele mundo do qual eu já não achava mais fazer parte.

Devido ao breu total da noite, eu conseguia localizar exatamente onde cada um dos futuros cadáveres estava se movendo. Os ruídos eram precisos para quem era um perito em andar na floresta em plena madrugada. Pude ouvir quando a garota idiota rasgou o braço em um galho e caiu em seguida, um sorriso se abriu em meu rosto quando ouvi o desgraçado correr indo em sua direção. Meus passos eram leves e macios e eu poderia chegar até ela antes dele, mas isso não teria graça.

Me aproximei o suficiente para vê-lo praticamente pular em cima dela.

Ela o chutava por todos os lados, seus golpes eram imprecisos e a maioria das vezes tocou o ar. Ele não teve dificuldade alguma em imobilizá-la e arrancar o resto do vestido que faltava.

— Agora, você vai aprender a não brincar comigo, sua vagabunda!

E eu não pude segurar uma gargalhada, o que fez imediatamente ele olhar para trás e rolar de lado, completamente assustado.

A garota estava com os olhos cheios de lágrimas e ficou em um estado de anestesia, podia ver em seus olhos a dúvida sobre quem eu seria, um salvador ou mais um tarado e assassino.

­ — Cai fora, babaca! Essa piranha é minha! — O idiota falou, mas pude detectar muitas partículas de medo em sua voz, parecia um bichinho acuado que tentava atacar mesmo sabendo que iria morrer.

Calmamente, tirei a lanterna do meu bolso e iluminei meu rosto. Como eu adorava a sensação de horror que eu provocava nas pessoas. De alguma forma, ele me reconheceu, ultimamente o tal "assassino da cicatriz" começava a ficar famoso e ele tirou forças sabe-se lá de onde e começou a correr.

Não gosto de armas, já disse isso, elas acabam muito rápido com toda diversão, mas eu sinceramente não estava disposto a sair correndo atrás desse verme, meu tempo valia muito mais, eu voltaria logo para casa, mataria aquele cachorro idiota e teria Diana só para mim.

Um único disparo perfeito e ele caiu no chão. Óbvio que não atirei para matar, meu único interesse era abater o porco. Andei calmamente onde ele estava e o arrastei pela perna sadia, já que a outra eu havia estourado o joelho, esse não andaria nunca mais...

A garota que o acompanhava deveria ter algum problema mental, pois nem desmaiava como a maioria fazia, nem gritava, nem tentava correr. Seria uma pena se ela morresse de um ataque do coração, seria muita injustiça para um infeliz como eu, que não tem quase nenhuma diversão.

Muitos insultos, depois muitos pedidos de perdão, lágrimas e tentativas de sedução pelo cretino que eu acabara de amarrar junto a uma árvore. À medida que enfiava minha faca no buraco que a bala fizera em seu joelho, ele tentou me convencer de todas as formas a ficar ao seu lado. Contou uma ladainha estúpida de que a garota era uma vadia, que sabia que o estava traindo e só enrolava ele há mais de seis meses, que estava mais do que na hora de transar com ela já que ela "tinha dado" a escola toda.

Me arrependi de não ter trazido linha e agulha, esse tipo de palavreado, totalmente vulgar, é de pessoas baixas, eu adoraria costurar a boca desse verme. Não entendo por que as pessoas associam assassinos em série com alguém desequilibrado e inculto.

Isso me causa horror! Mesmo que esse idiota não tivesse tentado nada com a garota, só de usar esse tipo de palavreado já era motivo suficiente para eu fazê-lo se calar para sempre.

Como nada parecia estar adiantando e ele via que eu iria matá-lo em breve, ele então disse que eu deveria fazer o que ele estava prestes a fazer com ela. Dá para acreditar nisso? Ele me ofereceu uma garota, a qual estava paralisada feito um dois de paus e que, se eu quisesse, não precisaria da autorização dela e muito menos a dele. Tive vontade de rir, teria rido, mas minha raiva aumentou, como ele se atrevia? Cravei com força minha faca em sua perna, fazendo jorrar boa quantidade de sangue. Nunca o suficiente para atingir alguma veia fatal, eu não o deixaria morrer tão rápido.

Infelizmente, para ele e felizmente para mim, o pobre diabo ainda reunia as últimas forças para tentar me convencer e foi aí que ele cometeu o maior erro de sua vida. Repetirei as mesmas palavras que ele disse para que todos possam sentir exatamente o choque que senti.

— Pode me matar, cara, mas vê se ao menos seja homem e fode essa piranha da Diana primeiro.

Pois é, vocês não leram errado, é óbvio que eu sabia que não era a minha Diana, mas somente o fato de ouvir seu nome pronunciado em boca tão imunda tive que me controlar como nunca fiz em minha vida para soltar a garganta dele. Sentia tanto ódio que minha vontade era morder seu pescoço até encontrar as veias e arrancá-las uma por uma. Não, eu não sou um canibal!

Tudo pareceu em câmera lenta àquela hora. Eu me levantei e fui até a garota que inacreditavelmente estava na mesma posição. Ajudei-a a se levantar e tirei meu casaco.

Disse a ela que a levaria para casa e então me voltei para ele. Não tive pressa em arrancar sua calça, a qual já estava com o zíper abaixado graças às suas intenções medonhas, peguei minha doce faca bowie e cortei a porcaria da coisa que fazia com que ele se achasse homem ou no direito de forçar qualquer mulher. Por mais que o sangue espirrasse por todo meu rosto e seus gritos atingissem fundo meus ouvidos até cessarem por completo, eu não havia descontado nem 1% da repulsa que eu sentia. Abri minha mochila, joguei gasolina, meu humor melhorou um pouco após riscar o fósforo e ele começar a se debater, havia apenas desmaiado, e agora poderia morrer como realmente merecia.

A garota se deixou guiar, acredito que os psicólogos diriam que ela estava em estado de choque. Eu sabia que não poderia deixá-la na rua daquela forma, e também que ela deveria ter meu DNA, então tomei a decisão mais absurda que poderia ter tomado, a coloquei no carro e vendei seus olhos. Ela não poderia ver o caminho, pois eu iria levá-la para casa. Duas Dianas! Isso me fez sorrir, mas, ao mesmo tempo, me fez questionar minha sanidade.

 Duas Dianas! Isso me fez sorrir, mas, ao mesmo tempo, me fez questionar minha sanidade

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Com amor, Jeff the KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora