Capítulo 11

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   É difícil para mim admitir que eu tinha uma "colega de quarto". Me referir a ela como minha prisioneira era simplesmente ridículo, qual prisioneira tem a chave da sua casa e ainda sai para buscar flores? Certo, então eu tinha uma empregada, ela lava, passa, cozinha, só não recebe salário, mas ainda assim dorme e come de graça e está viva. Acho que isso já seria recompensa o suficiente.

O problema é que ela estava me atrapalhando, eu tinha noites de caçadas, mas tinha vezes que eu apenas queria trazer alguém para minha casa e me divertir um tempo antes de fazê-la se calar para sempre e a presença de Diana tornava inviável. Por mais de uma semana quase não saí para caçar, de certa forma eu estava começando a gostar de ficar em casa.

Já tive outras prisioneiras e elas também lavavam, passavam e cozinhavam na esperança de ficarem vivas, mas estavam sempre chorando, implorando e principalmente com medo. Diana estava sempre sorrindo, cantando e me olhando com olhos brilhantes. No início era estranho, hoje acredito que já me acostumei e talvez sinta até falta disso. A grande verdade é que antes eu trancava as garotas em minha casa para matar e hoje eu penso em trancar Diana para que ela não morra do lado de fora. Sabe se lá onde essa maluca pode ir, e se algo acontecer a ela? Eu não devo ser o único psicopata a solta, não é mesmo?

Bem, a companhia dela tinha diminuído meu instinto assassino, mas estava bem longe de cessá-lo, eu começava a sentir falta dos gritos e isso me colocou em um dilema. Como eu iria trazer uma garota para casa com essa idiota circulando para todos os lados?

Tive uma ideia! Nesse nosso tempo de convivência era sempre ela falando sem parar e eu respondia vez ou outra, nunca tomava a iniciativa de coisa alguma, era sempre ela.

"Quer jantar?", "Quer assistir televisão?", "Quer ir descansar agora?"

Era sempre ela que fazia essas perguntas.

Mas naquela noite fatídica, fui eu quem tomou a iniciativa e lhe disse que iria preparar o jantar. Os olhos dela me olharam muito surpresos. É claro que eu sei cozinhar e não, eu não estava querendo ser bonzinho com ela. Foi a única forma que encontrei de fazê-la dormir e não atrapalhar meus planos.

Nada que um remedinho básico extra forte não resolvesse meu problema. Bem diluído em um purê suculento com carne ao molho madeira. Ela parecia uma criança feliz, inúmeras vezes notei o impulso dela querer me agradecer e me abraçar. Felizmente ela se conteve.

Não foi preciso mais do que meia hora, e ela estava apagada em meu sofá. Eu estava feliz. A peguei no colo e levei para o andar de cima, a deitei cuidadosamente em minha cama. De repente começo a sentir um frio no estômago e minhas mãos começam a suar, não tenho certeza qual a sensação do medo, é bem diferente identificar medo nas pessoas e sentir você mesmo. Mas eu acredito que era medo o que eu estava sentindo ao observar o que tinha acabado de fazer. Minha cama? Eu devo estar ficando doido! Comecei a puxar pela memória se não tinha por acaso ingerido também o conteúdo daquele frasco, mas não, eu havia tomado cuidado de comer algo diferente. A levantei, me odiando pelo descuido e a levei para o quarto dela.

Desci as escadas, feliz da vida e pronto para buscar minha próxima vítima. Aquele remédio faria com que Diana dormisse ao menos umas doze horas direto e isso me daria tempo suficiente de encontrar uma vagabunda, levar para o porão, me divertir o suficiente e cortar todos seus pedaços.


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Com amor, Jeff the KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora