Eu ficava arrumando desculpas, dizendo que o irmão da Silvinha já tinha encontrado a Diana antes e que o pior havia acontecido e que ela nunca quis me contar, mas, no fundo da minha alma, eu sabia que esse feto nada tinha a ver com aquele psicopata.
Diana morava comigo há mais de dois anos, então era óbvio que, se Cristo não estivesse voltando à Terra, minha Diana não era tão pura e tão inocente como eu havia pensado idiotamente.
Meu sangue fervia e gelava simultaneamente e eu precisava me manter frio e com a cabeça no lugar para tomar uma providência. Parei de vomitar, me recompus, embora minha cabeça desse voltas e minhas mãos estivessem tremendo, fiz um esforço sobre-humano para controlá-las e fiquei bem quieto esperando uma oportunidade de ir vê-la.
Giovanna não havia me falado sobre essa criança. Será que ela sabia? Sabia quem era o pai? Pai, coisa nenhuma! Esse bebê era meu! Assim como Diana, era minha! E assim que eu pegasse o desgraçado, esse bebê ficaria órfão antes mesmo de nascer!
Demorou mais três longas horas até que eu pudesse ter permissão e ir ver a Diana. Felizmente, a enfermeira disse que ela estava acordada e já tinha perguntado por mim muitas vezes. Assim que entrei no quarto e a enfermeira nos deixou a sós, os olhos dela brilharam e ela me disse:
— Eu te amo tanto, Jeff!
Aquilo me deixou muito desconsertado, eu nem sabia mais o que dizer. Eu havia imaginado esse encontro de tantas formas, inclusive a matando, mesmo sabendo que, no fundo, eu nunca faria isso, mas gostei de imaginar que teria coragem. Imaginei que ela me imploraria perdão, ou até que ela mesma tentasse me matar, mas nunca imaginaria ouvir essa frase.
Ela se sentou na cama e me estendeu a mão. Eu a segurei e ela me disse com lágrimas nos olhos:
— Não era assim que eu queria que soubesse, eu estava buscando uma oportunidade para te contar de uma forma melhor. Sei que você sempre foi um irmão muito ciumento! — Ela disse sorrindo, enxugando uma lágrima do olho.
Não tive tempo de abrir minha boca, ela levantou a camiseta e colocou minha mão em sua barriga, dizendo:
— O bebê está bem e você vai ser um ótimo tio!
Aquilo foi o fim para mim, eu retirei a mão imediatamente e me afastei três passos, estava atordoado e não fazia ideia de que diabos estava acontecendo em minha vida!
Então, ela me pediu para que eu me sentasse e me contou toda a tragédia. Eu sabia que ela tinha começado a estudar, estava em um daqueles programas para pessoas que largaram os estudos e depois recuperam o tempo perdido. Ela disse que conheceu um rapaz chamado Eros.
Eros! Só pelo nome, eu já tinha motivos suficientes para matá-lo! Quem, em sã consciência, nomeia um filho para ser o Deus do Amor. Pois, muito bem, Eros, eis aqui o Deus da Morte e estou sedento para te conhecer!
Diz ela que foi amor à primeira vista, que ele era um rapaz ótimo e trabalhador, que sustentava sozinho a mãe doente. Era motorista de uma família rica e ganhava até razoavelmente bem. Disse que as suas intensões eram boas, que eles iriam se casar, que ele queria muito me conhecer e que foi ela quem evitou todo esse tempo, pois sabia que eu a protegia como irmã!
Eu estava a cada palavra mais enojado, fiquei mudo o tempo inteiro em que ela falava. Ela tentou me tranquilizar dizendo que o idiota com nome de cupido já tinha terminado os estudos, e que havia começado a fazer faculdade de engenharia, era muito inteligente e havia ganhado uma bolsa. Logo, eles teriam dinheiro para alugar um lugar só para eles e se prepararem para cuidar do bebê.
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Com amor, Jeff the Killer
FanficEla era doce, eu não Ela era boa, eu não Ela era ingênua, eu não Eu estava apaixonado, ela não... Será o amor capaz de controlar sua necessidade de matar?