Antigamente, quando eu saia para caçar alguma presa específica e era obrigado a passar o tempo em algum lugar à espera do momento certo, eu dormia tranquilamente, como um bebê, me entregava aos braços de Morfeu e acordava bem descansado e disposto com sede de sangue.
Hoje? Mas que fiasco! Estou acordado e passa das duas da manhã. É a sexta vez que olho no relógio e mal se passaram dez minutos.
Decidi que a hora certa para voltar à casa antiga de Diana seria por volta das três, mas não é isso que me deixa em agonia e sim em pensar que Diana está sozinha na casa e não tenho como falar com ela. Sim, tem telefone em minha casa, mas aquela lesada não atenderia, já o ouvi tocar inúmeras vezes mesmo quando estou dormindo e ela não atende! Acredito que tem medo de ser algum contato meu, fico pensando se ela pensa que sou algum tipo de agente secreto com dupla identidade, tipo um Dexter da vida...
Bom, isso me deixou claro que preciso dar a ela um celular. Ficar distante assim não é uma coisa boa, ao menos para mim não está sendo. Na verdade, começo a ficar desesperado, e se ela resolver ir embora? E se eu nunca mais conseguir encontrá-la?
Os minutos parecem passar cada vez mais lentos com esses pensamentos macabros, penso seriamente em desistir e voltar para casa apenas para ter a certeza de que ela está lá. Depois desisto. Não posso perder essa oportunidade! E sei que essa será uma grande noite!
Abro minha pequena maleta e analiso mais uma vez ambas as seringas com fentanil, exatamente o que preciso, efeito imediato e de curta duração. Fico delirando mais um tempo, saboreando cada parte dos meus planos e, quando dou por mim, finalmente está na hora de sair.
Ruas desertas e mal iluminadas, eu adoro a periferia, nada torna mais propício ao crime do que os lugares esquecidos pelos governantes locais. Apenas como aquecimento, vejo não muito longe do meu destino um garoto com provavelmente seus quinze anos abordar uma senhora idosa. Fico pensando que diabos essa mulher faz na rua uma hora dessas, mas meu pensamento é interrompido quando o garoto lhe aplica uma rasteira, a vejo tombar ao chão e ele puxa-lhe a bolsa e sair em disparada pela esquina.
Diana disse que eu era um justiceiro. Sorrio a tal pensamento, e de certa forma, me sinto altamente motivado. Não, eu não ajudarei a velha! Tenho uma fama a manter! Mas nada me impede de encontrar o pequeno marginal. Não será difícil, eu o reconheci do grupo de moleques que estavam perto da casa de Diana horas antes.
Diminuo a velocidade do carro e aproveito a brisa fresca trazida pela noite. Com as janelas abaixadas, vou circulando pelas ruas até avistar meu alvo. O idiota está sentado em uma esquina, pelos olhos vermelhos e o tremor das mãos, sei que está bem longe de suas faculdades mentais. Não perdi mais do que dez minutos circulando e foi o tempo que ele encontrou para conseguir o que queria com seja lá o que tivesse na bolsa da velha.
Vi-o aplicar uma seringa em seu braço, usando parte da camiseta rasgada como garrote. Interessante técnica, não pude deixar de pensar.
Paro o carro do outro lado da rua e me aproximo, ele estava tão "distante" e "viajando" em seu barato que realmente só se deu conta de que não estava mais sozinho quando o espetei no pescoço com uma das minhas seringas. Vi seu corpo imundo cair lentamente pela calçada. E me coloquei a pensar o que eu deveria fazer, poderia cortá-lo em pedaços ali mesmo, mas decidi que ele me teria melhor proveito.
Não foi difícil arrastar o magricela para dentro do carro e jogá-lo no banco traseiro. Calmamente, parei na frente da casa de Diana e adentrei o portão sem a menor das cerimônias. As luzes estavam ainda acesas, então dei poucas batidas na porta e esperei pacientemente.
Muito obrigada a todos que estão acompanhando essa e minhas demais obras!
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Com amor, Jeff the Killer
FanfictionEla era doce, eu não Ela era boa, eu não Ela era ingênua, eu não Eu estava apaixonado, ela não... Será o amor capaz de controlar sua necessidade de matar?