Capítulo 35

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(Jeff)

E, no fim das contas, eu não fui preso. A Diana 2 não chamou a polícia, embora eu não faça ideia do motivo, cheguei a pensar que talvez Diana 1 a tenha matado e nunca quis me contar, isso teria mais cabimento do que eu ter duas mulheres sequestradas que simpatizaram comigo e decidiram me deixar livre!

E claro, Diana 1 continua aqui e o pulguento também. Mas o meu erro foi nunca ter levado a sério o dia em que tentaram matar nosso cachorro. Como nunca mais nada aconteceu, eu acreditei estarmos seguros e então tudo estava prestes a mudar. No começo, até que Diana ainda insistia em irmos para um lugar mais legal, começarmos a faculdade juntos e sei lá o quê. Mas eu não nunca fui ninguém muito sociável, então fui enrolando, enrolando, até que foi tarde demais...

Para falar a verdade, eu estava tão acostumado com aquela vida patética a qual Diana me submeteu que eu já me considerava em fim de carreira. Me via em um futuro bem próximo, aposentado, velho, gordo e cansado, em frente à TV assistindo a bangs, bangs o resto da vida, lembrando com saudade da época de ação. Resumindo, eu quase não saía mais de casa. E acho que de certa forma isso evitou por um tempo o que aconteceu, mas não evitou para sempre, pois um dia inventei de fazer uma surpresa para Diana. Ela me disse que nunca havia comemorado o natal e eu achei que deveríamos enfeitar a casa toda e ter uma noite mágica. Eu deveria tê-la levado comigo para escolher as coisas! Acho que nunca serei capaz de me perdoar.

Principalmente porque escuto a voz dela ainda na minha cabeça me falando que queria saber aonde eu ia, que queria ir junto, que sentia que não deveria ficar sozinha. Por que diabos eu não ouvi? O mal da humanidade é o comodismo! Achar que as coisas só acontecem com os outros!

Levei umas três ou quatro horas comprando todas as porcarias de natal que possam imaginar e nem gosto de pensar quanta dor Diana passou em cada precioso minuto que desperdicei nessa idiotice! Sim, o ataque à festa da Silvinha me custou caro!

Eu nunca imaginei que havia deixado um sobrevivente! Eu nunca imaginei que o irmão menor dela assistiu tudo para esperar anos para vir me assombrar depois, para vir me tirar a única coisa que já amei na vida.

Assim que parei o carro e desci com um saco imenso parecendo o papai Noel, logo o esqueci no chão, meus olhos pararam na entrada, a porta estava escancarada e isso já me deu um frio no estômago. Diana tinha me transformado em um banana, mas não em um retardado, então eu ainda andava armado. A primeira coisa que fiz foi abrir o porta-luvas e retirar minha semiautomática. A arma não me impediu de tremer ao me aproximar da porta e ver espinafre encolhido no chão gemendo. Ele tinha pelo menos 2 das patas quebradas e, embora sei que Diana iria querer que eu salvasse a vida desse imundo ao invés da dela, eu não iria fazer isso.

Entrei com cuidado, mas a casa estava totalmente silenciosa. Instintivamente, eu sabia que eles estariam no andar superior, então subi fazendo uma oração. Pedindo a Deus que, caso existisse, pudesse perdoar meus pecados e fosse misericordioso, poupando a vida de Diana. E também barganhei com o demônio que, caso existisse, levasse minha alma, mas deixasse a dela intacta, assim como seu corpo, para viver os anos que ainda lhe restassem nesse mundo.

 E também barganhei com o demônio que, caso existisse, levasse minha alma, mas deixasse a dela intacta, assim como seu corpo, para viver os anos que ainda lhe restassem nesse mundo

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Com amor, Jeff the KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora