Capítulo 1

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Saí mais uma vez pela noite escura em busca de mais vítimas para minha coleção. Tem uma semana que não encontro ninguém que preencha toda minha necessidade, aquelas que gritam e imploram por suas vidas são as que mais me divertem. Ultimamente, tenho apenas encontrado idiotas que ficam paralisados sem nem coragem de emitir uma única palavra.

A primeira vez que cheguei a não pensar realmente em matar foi um cretino qualquer que encontrei ao virar uma esquina, ele ficou tão aterrorizado ao saber quem eu era que desmaiou! Acredita? Qual é a graça de cortar em pedaços uma pessoa desmaiada?

Aquilo foi tão frustrante que apenas dei com uma barra de ferro na cabeça dele e fui embora. Sinceramente, eu nem estava preocupado em se ele iria sobreviver ou não. As pessoas já sabem quem sou, os policiais já andam procurando o "maluco da cicatriz", como eles me apelidam carinhosamente. Então, realmente pouco me importava se aquele otário ia morrer ou não. Mas morreu. Li em um jornal dias depois, "briga em discoteca" dizia a manchete, não chegaram a me mencionar, não que eu me importe com a fama.

Atualmente, se o escolhido me reconhece ou não, é claro que os mato da mesma maneira, mas confesso não ficar nada satisfeito quando eles praticamente "morrem" antes mesmo da minha faca encontrar suas gargantas.

Esse mês tem sido bem estranho, encontrei três garotas que me fizeram juras de amor. Isso me faz rir muito. O medo é tanto que elas apelam até mesmo para isso, se oferecem para ser minhas criadas, prisioneiras e escravas. Isso me diverte! E isso me faz pensar que a humanidade enlouqueceu. A maioria aceita qualquer vida apenas para continuar vivo. Não, eu não quero viver, se for para viver um inferno como vivi no passado, eu prefiro a morte.

Você deve estar se perguntando por que diabos não me matei, e então eu te digo que não tive sorte, porque tentei e tentei muitas vezes.

Voltando ao episódio das garotas malucas que imploraram para ficar comigo, devo dizer que a única coisa que me faz levar uma garota para casa é para ouvir seus gritos e finalmente matá-la, se ela souber cozinhar, melhor ainda. Gosto de cumprir minha missão com o estômago bem cheio!

Acabo de passar por um grupo de jovens, todos na faixa dos seus catorzes, quinze anos, que estão bebendo escondido em um beco velho e úmido. Eles não escutaram meus passos suaves. Já estão alcoolizados demais para prestar atenção em mim. Acabo de contar, eles são quatro ao total. Eles não têm tempo de gritar, a minha lâmina atravessa rapidamente e em uma velocidade incrível seus jovens pescoços.

Um, dois, três e quatro. Todos caídos em harmonia ao chão. Não foi muito divertido. A melhor caçada é quando eles saem correndo para vários lados, se perdem, tropeçam, se atrapalham e acabam vindo direto para mim. Aliás, acabei de ter uma ideia genial, eu moro em um lugar muito grande. Grande o suficiente para construir um labirinto, estou até salivando de imaginar construir esse labirinto, dopar mocinhas desavisadas, garotos prepotentes e soltá-los em meu brinquedo, deixá-los correrem exaustos e desesperados até finalmente virem direto para minhas mãos.

Limpo minha faca na calça ainda com um sorriso no rosto, muito impressionado com a ideia genial que acabei de ter. Estou pronto para sair em busca de mais diversão quando uma lata de lixo se mexe. Parece idiota, eu sei, sou eu quem assusta as pessoas e não deveria ser eu o assustado, mas realmente fiquei.

Permaneci parado olhando para frente, tentando entender a lixeira que se movia muito lentamente, quase com uma gentileza sobrenatural. Uma sombra surgiu e, como bom assassino que sou, não me permito recuar nenhum passo. Meus olhos piscaram muito até entender o que a sombra formava. Era uma garota de quinze, dezesseis anos, talvez mais, só era bem magrela, de longos cabelos negros e uma face alva e delicada. Ela estava engatinhando, tinha um ferimento na cabeça e um filete pequeno de sangue escorria. Ela ficou em pé e me olhou nos olhos. Fiquei sem reação quando ela me disse:

— Me mate como fez com eles ou me leve com você, mas, por favor, não me deixe aqui.

Se eu fosse um drogado, teria certeza de estar alucinando. Agora, podendo enxergar melhor e meus olhos tendo se acostumado à escuridão daquele beco específico. Vi atrás da garota um cartaz com um suposto retrato falado meu e letras grandes dizendo "Procurado", então, por mais que eu quisesse pensar que não, sim, ela sabia quem eu era. Não havia gritado, nem corrido e nem tentado inutilmente me seduzir.

"Me mate ou me leve", a voz fraca dela ainda ressoava em meus ouvidos, e em seus olhos eu não vi medo, sou muito bom em ver medo, mesmo os que tentam disfarçar. Mas ela não sentia medo, sentia um enorme cansaço. Sabia quem eu era e me pedia para levá-la, como se eu fosse a merda de um salvador ou coisa do tipo. Mas a verdade é que vi, o cansaço dos anos em seus olhos, o mesmo cansaço que vi nos meus no dia em que afiei minha faca e abri um sorriso macabro em cada uma das minhas bochechas. Nem assim consegui parar a dor dentro de mim, nem assim fui capaz de acabar com a infinita tristeza, mas a partir daquele dia eu iria sorrir para o mundo através da cicatriz e as pessoas me fariam sorrir à medida que os seus corpos começassem a cair.

 Nem assim consegui parar a dor dentro de mim, nem assim fui capaz de acabar com a infinita tristeza, mas a partir daquele dia eu iria sorrir para o mundo através da cicatriz e as pessoas me fariam sorrir à medida que os seus corpos começassem a cair

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Com amor, Jeff the KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora