Capítulo 5

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Taehyung sentiu sua vista clarear, minutos antes de acordar. Amanheceu e parecia um dia chuvoso, sem nada de especial a ser observado. O ômega teve pesadelos durante a noite, se revirando toda vez que lembrava dos olhos cinzas. Sozinho se viu confidente de um rosto que se tornou sua maior perturbação e crises momentâneas.

Durante certos períodos da noite, puxava seus próprios fios de cabelo e apertava a mandíbula, enterrava o rosto fortemente contra o travesseiro tentando se esconder da própria dor, a culpa. A culpa de não ter chegado a tempo de salvá-las.

E quanto se sentou, temeu profundamente. Tudo voltou à realidade, tudo era real. Até então, o dia anterior parecia mais um pesadelo, e Taehyung esperava que ao acordar estaria novamente naquela cela, Chae Won iria recebê-lo mais cedo, e tudo não passaria de um terrível pesadelo realista. Mas não foi bem assim…

E de repente, tudo parecia mórbido e vazio, o dia parecia morto, mesmo com o sol presente. Embora se Taehyung escrevesse em um papel tudo o que estava sentindo, não iria trazer quem mais precisava de volta, a solidão não iria desaparecer, e todas suas palavras e sentimentos se tornam nulos a partir do momento que pisasse nas terras da veracidade.

Um barulho forte na porta fez o ômega sobressaltar na cama, como se alguém tivesse batido nela. Taehyung colocou a mão no coração com o susto que levou, arregalou os olhos amedrontado. Poderia ser o homem que capturou na noite passada? Ele teria escapado e ido atrás de si por vingança?

Foi com esses pensamentos que Taehyung pressionou os lábios, pegando um abajur na cabeceira, andando lentamente até a porta. Com o coração acelerado e as mãos tremendo, Taehyung abriu a porta lentamente, até conseguir visualizar o lado de fora…

Seu rosto formou uma careta de confusão. Não havia ninguém. Por um momento se permitiu resmungar chateado

— Fala sério… tem gente com brincadeirinhas logo cedo, as pessoas desse lugar não tem empatia, não? Mas que… — Antes que terminasse olhou para o lado esquerdo da porta, onde tinha um homem uniformizado tentando tirar a espada que tinha prendido no cinto. — Hã?

— Que coisa! Porcaria de cinto, era mesmo necessário fazer parte do uniforme? — Taehyung ergueu uma sobrancelha, achando uma cena estranha logo de manhã. Quem era esse sujeito na frente de sua porta? — Oh! Bom dia, senhor Kim! — Disse todo sorridente, Taehyung nunca viu um sorriso tão grande logo de manhã.

— Senhor Kim? — Fechou a cara, injuriado, ninguém nunca tinha o chamado tão formalmente em toda sua vida — Eu suponho que se enganou, viu. Passar bem. — Fechou a porta na cara do homem, estava de fato mal-humorado. Largou o abajur no chão, tentando voltar para cama, mas escutou batidas na porta. Bufou, dando meia volta. — O que é?

— É o senhor Kim Taehyung? — Tirou um papel do bolso, lendo lentamente, antes de erguer os olhos grandes na direção do ômega, que estava com a cara amassada e o cabelo todo desgrenhado para cima.

— Senhor não, Kim Taehyung sim. — Respondeu seco, ficando com raiva do rosto tão sorridente. Aquele indivíduo sabia da situação que Thurfales estava?

— Então é com o senhor mesmo, senhor Kim. — Sorriu-lhe, estendendo a mão. — Permita-me apresentar devidamente, me chamo Choi Minho, sou seu novo guarda particular. — Taehyung teve vontade de rir. O homem beta provavelmente não passava do palhaço da corte, tentando fazer uma piada consigo logo cedo. Deve ser alguma tradição, caçoar dos novos membros do conselho no primeiro dia com o título.

Taehyung soltou uma risada seca e fingiu achar graça, torcia mentalmente para que Minho fosse embora o mais rápido. Seu temperamento não estava muito bom para cortesias logo cedo.

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