Capítulo 25

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Depois de dias exaustivos e intermináveis de prática com o arco e flecha, Taehyung estava cada vez mais ansioso com as consequências disso, todo o seu esforço por um mundo pacífico carregava consigo um grande fardo chamado medo, noites estressantes sem dormir, relembrando os momentos em que desfrutava do calor e do aroma reconfortante de seu amado, a culpa de tê-lo deixado naquele dia o assombrava a cada hora, a saudade se infiltrando em sua carne tornando o destino mais doloroso, e a apreensão de seu alfa em não querê-lo de volta.

As ramificações são árduas, contudo as alternativas são inevitáveis para alcançar a vitória. Devido às perseguições mais intensas, cem vezes piores e com um aumento no número de guardas, o povo optou por permanecer escondido durante esses três dias.

Com o restante da coragem que possuíam, o grupo se preparou adequadamente, Taehyung usando todos os acessórios para segurar as flechas e prender o arco nos suspensórios, o cinto envolvendo sua cintura fina, e uma luva especial em sua mão direita para obter mais firmeza ao puxar a corda do arco. Tudo estava organizado, chegou o momento de seguir para a guerra e lutar com todas as forças para proteger quem amava, mesmo que estivessem em lados opostos.

— Está pronto? — Ao sentir o toque de Jiwoong em seu ombro, Taehyung foi retirado de seus pensamentos, inicialmente assustado, mas depois sorrindo confiante para seu irmão.

— Sim, vamos recuperar a nossa pedra. — Com palavras reconfortantes e uma melodia suave, Taehyung levantou o espírito do grupo, que logo se armou e se preparou para seguir em frente.

Dias privados da luz da manhã para a sobrevivência fez com que Taehyung cobrisse os olhos assim que os primeiros raios atingiram seus globos oculares. Jiwoong puxou o braço do irmão para ficar próximo, dando as últimas orientações para o seu bando. Suas ações foram ágeis e discretas, sempre certificando-se de estarem escondidos dos olhos de guardas que rodeavam a região, subiam em cima de telhados e corriam, camuflando-se nas partes sem luz da cidade.

Sempre com o olhar fixo no grandioso castelo, o destino final. As muralhas estavam repletas de guerreiros, tornando impossível qualquer tentativa de fuga, mas a maldição dos lobisomens permitia que se movessem rapidamente e se escondessem em vários locais, mantendo uma vigilância constante para evitar serem capturados. Toda vez que seu irmão precisava usar a velocidade transportadora, Taehyung sentia uma tontura, pois isso causava enjoo no ômega, mas ele precisava suportar a situação para não comprometer o plano e colocar todos em perigo.

As condições do lado oposto também não eram favoráveis, o sino da igreja ecoou alto, o vento gelado se arrastou pelo chão, passando pelos grandes portões.

Há instantes, o vento agitava os fios negros e encantadores de Jungkook, que estava montado em seu cavalo, observando a cidade do lado de fora dos portões, com uma expressão tão gélida que poderia congelar a alma mais pura, acompanhado por um exército de duzentos homens em fileiras extremamente organizadas.

Ele possuía a capacidade de mobilizar uma força de dez mil soldados, porém achou que seria exagerado e não queria intimidar Taehyung, pois sabia que o ômega logo atravessaria os portões. O castelo estava completamente cercado e a única opção de ataque seria pelo portão da frente, mesmo que fosse a opção mais arriscada. O soberano deixou bem claro que, se alguém ousasse encostar em um simples fio de cabelo de Taehyung, seria severamente punido com a perda de ambas as mãos e pernas.

Desde o início, sua intenção foi evidente: restitua o que é meu e permita-me buscar a justiça adequada, em nome do meu coração e do meu povo.

Menos de trinta minutos se passaram e Taehyung já se encontrava escondido atrás de alguns arbustos, na companhia do grupo de encapuzados. Observava por entre as folhagens as entradas do palácio, aguardando o momento oportuno e uma ordem para invadir.

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