Capítulo 17

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Taehyung sentiu a dor crescente queimando seus pés, à medida que era levado pelos desconhecidos. Compreendia que para sobreviver naquele instante, precisava pensar rápido e ser ágil, ou talvez seria seu fim. Mas esse não era o problema em sua cabeça, encontrava-se sentindo-se mal pelos amigos. Não queria mantê-los nessa situação, a culpa era inteiramente sua.

Não sabia se poderia apagar ou esquecer as lágrimas de Yeonjun, a quase morte de Minho. A memória estava frágil e vívida em sua mente, fazendo todos seus membros formigarem

- Vamos! Joguem logo esse maldito ômega! - Berrou logo atrás dos companheiros. Taehyung arregalou os olhos quando avistou um poço a alguns metros de distância, cada vez mais perto.

- Por favor, parem com isso! - Yeonjun se contorcia furiosamente, tentando desesperadamente se libertar - Me desculpe, está bem? A gente promete não invadir seu território novamente!

- Não tem segunda chance. Eu tentei ser gentil com prostitutas como vocês... Mas seu amigo resolveu ser tão rebelde quanto você. - O homem se aproximou perigosamente do rosto vulnerável de Yeon Jun, lambendo nojentamente os lábios. - Mas não se preocupe, antes de matar você, vou usufruir de tudo o que tem a me oferecer, pequeno.

- Argh! Que inferno! - Taehyung virou a cabeça, conseguindo tirar o tecido da boca. A pessoa que o prendia teve que usar mais força para fazê-lo continuar a andar. - Saia de perto dele, seu maldito pervertido!

O homem engasgou, encarando furioso o outro ômega que persistia sem desistir.

- Por que ele ainda está falando?! Joguem logo! - Brandou com as mãos, vermelho de raiva.

Minho se encontrava preso entre três homens, com a cabeça baixa e os olhos derrotados. Taehyung nunca o viu dessa forma, era deprimente, ele não podia aceitar tão facilmente.

- Maldição... - Falou entre dentes, frustrado. - Eu aceito seu desafio! Escutou? Eu aceito beber vinte canecas de cerveja, mas deixe eles irem embora.

- Taehyung... - Yeonjun levantou a cabeça para protestar

- Deixe eles irem embora, eu imploro. Eu fui o único que bati em você, sim? Eles não merecem isso. - Tentou novamente, se sentia em uma sentença. O homem riu soprado, debochando

- Você acha mesmo que sou burro a esse nível? Nunca permitirei isso, acha que não percebi que seu amiguinho ali é da guarda real? - Apontou para Minho, que ainda permanecia calado de cabeça baixa. - Se eu liberar eles, tenho certeza que vão envolver o reino nisso, não queremos guerra. Vamos simplesmente acabar com isso aqui.

Todos pararam em uma distância considerável, apenas Taehyung sendo levado para a beira do poço. Quando percebeu que o homem que o prendia tentou o empurrar para cima da borda, arregalou os olhos desesperados

- Espere! Não me jogue! - Foi inclinado, apenas um empurrão e cairia facilmente para o fundo naquele poço e morreria. Teve que pensar rápido - Eu proponho uma aposta! - Rapidamente soltou, com os olhos assustados.

- Sem apostas! - Negou.

- Já brincou de berlinde quando era criança? - Perguntou, fazendo todos pararem confusos. Olhou em volta, prensando os lábios - Quem ficar com mais pedrinhas na mão ganha, não? O que acha de uma aposta? Se você ganhar, pode me matar, mas se perder... Eu e meus amigos estaremos livres. Então? - Insistiu, com esperança nos olhos, se lembrou da época em que brincava com Bora. - Ou você não consegue?

- Que besteira. - Apertou os dentes, tentado. - Certo, vamos apostar então.

- Começaremos com três pedras de cada um no círculo. São três rodadas, no final quem conseguir ficar com mais pedras na mão, ganha. - Taehyung explicou, convencido.

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