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Olho para meu irmão me sentindo um infeliz após contar tudo o que aconteceu nos últimos meses

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Olho para meu irmão me sentindo um infeliz após contar tudo o que aconteceu nos últimos meses.

Henrique me olha preocupado.

- Primeiro de tudo.. vá conversar com Henrico. Nem sabemos se o que houve com Maria, tem haver com o problema de dinheiro dele.- Diz sério.

- Tudo bem.. - Digo por fim.

- Sei que agora não é o momento mas quando Maria melhorar conte a ela sobre a gravidez de Samantha. - Diz mais baixo.

- Estou esperando o detetive que contratei investigar mais a fundo.. eu sempre tomei cuidado não é possível que logo com ela isso foi acontecer..- Digo e Henrique me olhar raivoso.

- Claro.. você briga tanta com Henrico sobre jogatina mas não consegue manter as calças no lugar .- Joga a verdade na minha cara.

Fico calado olhando pro meu irmão. Ele está certo. Quando vejo que vai falar mais alguma coisa, noto a enfermeira de antes se aproximando, logo me levanto e caminho até ela.

- O senhor é da família da vítima?!- Pergunta analisando a prancheta em suas mãos.

- Sim.. sou o noivo dela..- Digo e meus irmãos me encaram espantados.

Dou de ombros e vejo meus irmãos e cunhada se aproximar.

- Senhor.. sua noiva teve duas costelas fraturadas, deslocamento de um dos ombros, braço direito quebrado e alguns arranhões. Por sorte não teve mais nada muito grave.. estamos tratando dos ferimentos e em breve vocês poderam visita la. - Diz.

Estou desnorteado. Meu irmão fica ao meu lado como apoio.

- Quando for a hora de visitar a paciente, peço que mantenham a ordem. Provavelmente ela estará dormindo por causa dos medicamentos, em breve venho avisar vocês.- Diz e se vai.

Todos vamos nos sentar dando graças Deus por ela estar bem. Aperto meus olhos tentando raciocinar quando sinto uma mão grande e quente em minha perna.

Quando abro os olhos, vejo Henrico me olhando meio envergonhado. Noto o nariz meio inchado do soco que lhe dei e sorrio sem mostrar os dentes.

- Me desculpa..- Sussurro.

- Tá tudo bem.. eu só faço merda mesmo.. me perdoe.. - Diz apertando os lábios entre os dentes.

Estamos nos encarando quando vejo dois policiais se aproximar. Meu irmão Henrique logo se levanta e eu vou atrás.

- Senhores.. encontramos o carro e o motorista. Estamos levando ele para delegacia agora..- Diz e eu encaro meu irmão.

- Pode ir.. não confio em Henrico para deixa lo aqui com Gabriela..- Diz olhando a noiva de longe.

- Qualquer coisa.. me ligue por favor..- Peço e ele acena.

[...]

Entro na delegacia agoniado, vejo o policial que falou comigo passar com um homem de meia idade algemado.

Encaro o homem tentando de alguma forma ver se o reconheço e não consigo.

Ele não é familiar para mim.

Tento me controlar ao máximo para não voar em cima do homem, preciso manter a compostura. O policial me chama para anotar tudo que me lembrei enquanto estava no hospital, conto lhe sobre Maria reclamar de alguém a seguindo e do carro atrás de si.

Ele anota tudo e faz perguntas sobre onde eu estava e horários, sei como isso funciona por isso não me irrito, não tenho nada a esconder.

Depois de sair de sua sala, vejo o homem que estava sendo interrogado, ser levado pra uma cela.

O homem tem os olhos arregalados e posso ver o quão nervoso está. Assim que estou saindo da delegacia, querendo loucamente voltar pro hospital, o policial me chama novamente.

- Senhor só mais uma coisa, esse nome.. Giulia Alencar lhe é familiar?! - Pergunta me encarando fixamente.

Quando ouvi o nome da Giulia meu coração deu uma pontada.

- Si..sim senhor.. o que ela tem haver com isso?!- Pergunto com medo da resposta.

- Segundo o homem.. ele fez isso a mando dela. Ela lhe deu uma quantia considerável de dinheiro se ele a atropelasse..- Diz e sinto meus ouvidos arderem em descrença.

- Eu.. eu a conheço, na verdade tivemos um envolvimento rápido no passado..- Digo desacreditado.

- O senhor é responsável pela vítima nesse momento.. quer prestar queixa?! Ele deveria mata la senhor.. foi o que ela pediu. Isso é tentativa de homicídio.. - Diz.

Minha mente ainda está assimilando os fatos quando sinto a mão do policial em meu ombro perguntado se estou bem.

Sinceramente.. não..

- Claro.. eu.. vou prestar queixa. Sou advogado e nesse momento defendo os direitos da vítima.. - Digo enquando caminho em direção a mesa do policial.

Fiquei mais tempo do que o esperado na delegacia, meu celular não tocou em nenhum momento.

Osmar Pereira. É o nome do homem que atropelou minha menina. Quando seu advogado chegou nos sentamos e conversamos por pelo menos uma hora.

- Se você depor contra ela.. sua pena pode ser reduzida. Você tem noção do que é pegar pena de quase 20 anos por tentativa de homicídio?! - Digo e o homem me olha assustado.

Vejo seu advogado olhar de lado tentando tranquiliza lo.

- Senhor Ferraz.. meu cliente tem total intenção de contribuir para a resolução do crime aqui cometido.. que tal um acordo?! - Diz o advogado.

- Quero o dinheiro, o extrato da conta, seu depoimento escrito e assinado como também gravado.. se você me der o que eu quero.. talvez sua pena seja reduzida..- Digo encarnando o advogado em mim.

- Preciso de garantias..- O homem diz e vejo seu advogado encara lo.

Pego a pasta em minha mãos e a abro sobre a mesa.

- Vejamos.. porte ilegal de drogas, aliciamento de menores.. hum.. olha tem mais aqui, porte ilegal de armas.. caramba.. - o encaro - você não é réu primário. Última chance, me dê o que eu quero e será acusado como co- autor da tentativa de homicio. Nós sabemos que você só entrou nessa pelo dinheiro..- Digo e vejo o homem olhar para o advogado que balança a cabeça.

- Tudo bem.. - Diz por fim.

..

Saio da delegacia com tudo arranjado mas o coração doendo pelo estado da minha menina, meu irmão ligou a pouco dizendo que ela já estava no quarto.

Estava dormindo então preferi passar em casa e tomar banho antes de e vê la.

Penso na desgraça da Giulia que teve a coragem de atentar contra a vida da minha bebê..

Espremi até conseguir as provas que precisava para encriminar aquela infeliz, ela tem dinheiro e sei que vai arranjar um bom advogado.

Mas no que depender de mim ela não sairá dessa.

Consegui até as imagens de algumas câmeras que comprovam que ela se encontrou o tal Osmar.

Enfim, logo tratarei disso. Em partes já fiz tudo que me cabia. Agora eu só quero correr no banho e voltar para Maria Helena.

Entro no apartamento, tomo banho e troco de roupa. Logo estou no carro de volta ao hospital, me sinto hiperativo que não consigo controlar os movimentos das minhas pernas e mãos.

Vejo meus irmãos que acenam e vão embora pois vão voltar pela manhã. Passo álcool nas mãos e entro no quarto, tudo está muito silencioso mas escuro Helena resmungar baixinho.

[...]

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