Epílogo

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Tempos depois..

Estou sentado na sala vendo jogo quando escuto a porta da frente ser aberta. Passos e resmungos estão mais audíveis agora.

Vejo quando minha princesa vem correndo e se joga em meus braços.

- Papaizinho!!!- Grita me agarrando.

- Minha princesa linda.. - Beijo seu rosto.

Vejo minha esposa se aproximar e por a bolsa na poltrona enquanto meu filho se aproxima emburrado.

- Posso saber o que aconteceu?!- Pergunto ajeitando minha filha no colo e olhando pro meu filho no sofá.

Minha esposa olha pro nosso filho, o semblante cansado. Sorrio quando enfim seus olhos pousam sobre os meus.

Vejo ela desviar o olhar escondendo o sorriso até responder minha pergunta.

- O seu filho me fez passar uma vergonha no hospital.. fiquei toda sem graça. - Diz colocando as mãos na cintura.

Meu filho que até então estava calado, se levanta e começa a falar.

- Papai.. me deixe explicar o que aconteceu. O que o senhor sempre diz quando saímos somente mamãe, minha irmã e eu?! O senhor diz para que eu cuide das duas e foi isso o que fiz..- Diz e eu fico besta com seu modo de falar e gesticular.

Olho para minha esposa de boca aberta. Impressionado.

- O que você fez Noah?!- Pergunto.

- Um homem se aproximou da Emilly e ofereceu um pirulito, eu disse que ela não poderia aceitar então o homem olhou pra mamãe, sorriu e começou elogia lá.- Diz balançando as mãos no ar.

- Foi mesmo? Me conte mais filhão.. como era esse homem?- Pergunto encarando minha esposa que revira os olhos.

Meu filho me conta tudo com detalhes e eu fico todo bobo com sua desenvoltura, nem parece que tem 5 anos.

Minha esposa tem razão quando diz que ele passa mais tempo comigo no escritório lendo do que brincando.

- Mas você sabe o que ele fez depois Heitor?! Esse menino bateu no meio das pernas do homem.. bem lá você sabe a onde. O homem era médico.. - Cruza os braços.

A vontade de rir vem mas quando minha mulher me fuzila com o olhar, reprimo a vontade de rir na hora.

Encaro meu menino que tem seus olhos vidrados em mim com medo de receber um castigo pela atitude.

- Filho eu sei que o papai mandou você proteger a mamãe e a sua irmã. E parabéns pela coragem mas não pode bater nas pessoas.. ainda mais nas partes baixas.. isso dói, você sabe. Você fez a sua mãe passar vergonha no hospital e isso não é legal..- Digo e vejo meu filho me olhar triste.

- Já pro quarto e nada de televisão hoje.. - minha esposa diz e meu menino sai em direção a escada onde sobe devagar acompanhado da irmã.

Assim que somem do meu campo de visão, minha doce menina se senta ao meu lado.

- Você acha que fui muito dura com ele? Quer dizer.. o que ele fez foi errado Heitor. Não estamos criando um filho mimado que faz birra nos lugares.. eu.. eu fiquei irritada. Briguei com ele..- Diz colocando o rosto na curva do meu pescoço.

Acaricio suas costas antes de dizer algo.

- Meu amor.. você agiu como uma mãe que corrige o filho. Isso não torna você uma pessoa horrível.. claro que eu quero saber de você quem é esse safado que andou te cantando - digo e ela revira os olhos - e também achei engraçado o que meu moleque fez - sorrio ao seu olhar repreensivo - mas não acho que você agiu errado. Realmente, ele não deve agir assim..- Digo.

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