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Olho para a porta desnorteado

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Olho para a porta desnorteado.

Ela se foi e tudo é culpa minha, eu devia ter contato. Eu sei que devia mas tudo que eu mais quis evitar, aconteceu.

Vejo Ana se aproximar de mim e tocar meus ombros, me viro e vejo a mulher me olhar com compaixão.

- Por que não conversou comigo Heitor?!- Pergunta.

- Eu.. eu só queria que menos gente soubesse..maldita hora que me envolvi com aquela mulher.. ah.. eu só quero minha menina de volta..- Digo desolado.

Me sento no sofá enquanto bebo um copo de água que Ana me trouxe.

- Você não tem ideia pra onde ela foi?! - Pergunta.

Balanço a cabeça negando mas então me lembro de sua amiga Elis.

- Ela tem a amiga.. Elis.. mas eu não tenho o número dela e nem sei onde mora..- Me levanto andando de um lado pro outro.

Me lembro do seu outro celular.

- Ele tem outro celular.. se eu ligar ela não vai atender. Mas se você ligar pode pelo menos perguntar se está tudo bem..- Penso.

Ana pega seu telefone e liga pro número que lhe dei. Ele chama, chama e quando penso em desligar ela atende.

Passo o celular pra Ana que se afasta de mim e demora alguns minutos antes de voltar.

- Então.. o que ela disse?!- Pergunto.

Vejo a mulher suspirar antes de me responder.

- Te chingou e disse que não quer que você vá atrás dela.. mas também disse que está bem e que está com a amiga. - Responde.

Fico mais aliviado de saber que não está sozinha na cidade. Caminho até o quarto me sentindo derrotado, assim que passo pela porta olho pra cama onde fizemos amor tantas vezes, os lençóis que tanta vezes bagunçamos e claro.. seu cheiro que serpenteia pelo ar.

Esmurro a porta irritado comigo mesmo.

Entro no banheiro e tomo um banho frio, talvez seja melhor, pelo menos hoje eu não ir atrás dela.

Ela precisa de um tempo pra assimilar tudo isso. Estou com a toalha enrolada na cintura quando escuto meu celular tocar.

Pego o telefone apressado e vejo que é o detetive, digo a ele que pode vir até minha casa.

Me visto devagar, ainda estou puto por Samantha ter vindo até a minha cama. Mas não posso culpa la totalmente, o maior erro quem cometeu foi eu.

Desço até a sala e encontro Ana varrendo os cacos de vidro do chão. A ajudo e o silêncio entre nós é tão constrangedor, que me sinto uma criança que foi pego pela mãe.

- Pode dizer.. - Digo pois sei que ela quer falar algo.

Ela ajeita os óculos de grau e me encara.

- Esse bebê é seu mesmo?! - Pergunta.

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