" E quando eu pensei que não podia amar.. você chegou, minha doce menina."
Heitor.. um excelente advogado criminal mas que não acredita que o amor pode mais chegar em sua vida. No momento, tudo que quer é voltar para a casa onde cresceu e tirar um t...
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Me sinto.. estranho.
Não sei explicar bem o que estou sentindo. Estou de pé, do meu lado Maria, que está na cama e Ana próximo a porta e o médico nos encarando.
Ele acabou de dizer que Helena abortou.
Mas.. desde quando ela estava grávida?!
- Você sabia sobre o bebê?! - Me viro e a encaro.
Seu olhar está distante, parece não acreditar ainda.
- Claro que não.. eu.. eu estava tomando anticoncepcional..- Diz me encarando com seus grandes olhos azuis.
- Você se acidentou recentemente ou passou por algum momento difícil, situação estressante?!- O médico pergunta encarando Helena.
- Ela sofreu um acidente.. na verdade tem um tempinho, mas o que isso tem haver?! - Pergunto.
- Ela tomou remédios muito fortes pra dor certamente.. alguns desses remédios contém componentes que anulam o efeito do medicamento preventivo. - Diz batendo o dedo na prancheta.
- Entao eu não estava engordando por causa do remédio..- Helena diz pensativa.
- Mais ou menos..como o medicamento perdeu seu efeito, ele começou a fazer efeito reverso em você.. como um medicamentp para ganhar peso, entende?! E claro.. o fato de algumas mulheres sentirem vontade de comer mais no período da gravidez também ajudou. - O médico explica.
- O que eu faço agora?! - Helena pergunta ao médico.
- Muitas pessoas podem optar por esperar, e permitir que o aborto progrida naturalmente.. ou podemos..- O médico começa a dizer mas Helena o interrompe.
- Eu prefiro..- Diz se deitando na cama.
- Tudo bem.. mas por precaução faremos um escaneamento e um exame de sangue para ver se é necessário qualquer outro tipo de tratamento.. - diz e antes de sair da sala nos informa - caso vocês tentem ter filhos novamente, procurem ajuda médica. Ainda é cedo pra dizer mas devido o uso dos remédios, talvez a senhora encontre problemas pra engravidar..- O homem diz da forma mais confortante possível e se vai.
Ana me olha e assente saindo da sala me deixando a sós com minha menina, eu não sei bem o que fazer ou falar neste momento.
Chamo Helena baixinho e a mesma me encara, os olhos estão vermelhos.
- Meu amor.. eu sinto muito..- Digo e ela deixa as lágrimas rolarem.
Me curvo sobre a cama, Helena me dá espaço e então me deito ao seu lado. Abraço minha menina e ela chora silenciosamente em meu peito.
Fico ali alisando seu cabelo até escutar ela fungar baixinho.
- Desculpa..- Diz baixinho.
- Desculpa pelo que minha princesa?! - Pergunto a afastando do meu peito e a encarando.
