Capítulo trinta e cinco

3.2K 258 9
                                    

Contar a quantidade de semáforos vermelhos que passei até chegar em casa, era inútil, mas a quantidade de ligações no display do meu celular era bem fácil

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Contar a quantidade de semáforos vermelhos que passei até chegar em casa, era inútil, mas a quantidade de ligações no display do meu celular era bem fácil. Estacionei o carro na garagem e com o lugar iluminado apenas pelo painel do Jeep e pelo aparelho, eu encarava o nome de Corbin na tela piscar sem parar.

Irritado, respirei fundo e apertei o botão verde atendendo meu amigo que me fez xingar metade do caminho com sua insistência em falar comigo.

— Porra, Corbin! Eu falei que a gente conversava amanhã — tirei o cinto de segurança e desliguei o carro.

— Cara, a Maddie caiu da escada — ele disse e um silencioso completo se espalhou ao meu redor, nem a minha respiração eu conseguia ouvir.

— O que? — perguntei com dificuldade por minha garganta doer com cada palavra que saiu.

— Acho que ela passou mal, ou tropeçou, eu não sei — e de novo aquele silêncio perturbador voltou — Connor?

— Onde vocês estão?

— Eu tô com ela e a Khloe, tô quase no hospital, vem pra cá, tá? — Corbin falava cada palavra com o maior cuidado que conseguia, eu conhecia ele, e sabia que enquanto tentava manter a calma, mordia a bochecha até sentir o gosto de sangue como sinal que ele tinha que respirar.

Sem responder ele, encerrei a ligação e encarei o painel apagado na minha frente e até entender realmente o que estava acontecendo tudo que veio na minha mente foi “a culpa é sua, Connor”. Irritado comecei a socar o volante do carro fazendo a buzina fazer barulho até ela parar e eu constatar que quebrei ela de novo.

Liguei o carro notando que minha mão tremia e dirigi até o hospital, novamente ignorando todas as regras de trânsito, mas foi bem pior que a primeira vez.

Eu não prestei atenção em onde deixei o carro e depois de passar pela recepção me controlando para não gritar com a funcionária do lugar, Corbin me mandou uma mensagem dizendo que estavam no terceiro andar.

Subi as escadas porque fiquei sem paciência para esperar o elevador e quando cheguei na sala de espera meu amigo estava perto da passagem do cômodo com a expressão séria e por alguns instantes pensei que receberia alguma notícia que iria me destruir.

— Cadê ela? — perguntei sentindo minha garganta fechar mais.

— Ela está sendo atendida.

— Que merda aconteceu? — perguntei, voltando a me irritar. Caminhei até a cadeira mais próxima e sentei, porque minhas pernas estavam prestes a me deixar na mão com o medo do que poderia acontecer.

— Eu não sei, quando eu entrei, ela já estava no chão — Corbin se aproximou com as mãos no bolso da calça.

Puxei o ar com força e minha garganta voltou a me incomodar, me inclinei para a frente e apoiei os cotovelos nos joelhos e baixei a cabeça apoiando ela nas minhas mãos, a dor que eu sentia começou a se espalhar por meu corpo e logo senti meus olhos arderem assim como meu nariz, eu não ia conseguir, eu precisava colocar aquela merda para fora.

Sempre foi você (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora