Zoe ergueu seu copo. "À sua nova aventura!""À nossa amizade, irmã!" Leila espelhou o movimento.
As duas mulheres beberam um gole de cerveja ao som reverberante do tilintar do brinde.
"Hahaha, você finalmente aprendeu!" Leila apontou para o copo na mão da amiga.
"O quê?" Zoe levantou a voz acima da música de fundo.
"A beber depois de brindar! Você finalmente aprendeu," ela tomou outro gole, "o que explica Tony em sua vida!" Leila indicou com o queixo o cantor que se apresentava no palco.
"Fala sério, Leila!" Zoe pousou o copo sobre a mesa. "Essa coisa de brinde não tem nada a ver com o Tony! Isso é pura superstição." Ela balançou a cabeça. "O que o explica o Tony na minha vida é a reciprocidade, o amor..."
"O ótimo sexo..." Leila a cortou. "Vai me dizer que não é assim?"
"Tá certo, o sexo também é incrível, mas..."
"Nada de "mas", dona Zoe! Olha só, tem tudo a ver com o brinde! Como você não percebe?" As palavras vinham carregadas de certeza. "Você quebrou a maldição!"
Zoe balançou a cabeça. "Não acredito que minha falta de sexo antes do Tony entrar em minha vida tenha algo a ver com isso! Foi uma escolha pessoal."
Leila apertou os olhos. "Ninguém escolhe o celibato de livre e espontânea vontade!"
"Padres e freiras escolhem! Alguns monges também." Zoe tomou um gole de cerveja, prendendo o riso.
"Não!" Leila juntou as sobrancelhas. "Eles não escolhem! O celibato é uma imposição. Eles fazem isso como um sacrifício." Ela deu de ombros, "aqueles que respeitam as regras, pelo menos, porque a maioria deles apenas finge de qualquer jeito."
"Tá, então o que você diz sobre as pessoas demissexuais e assexuais?" Zoe inclinou a cabeça para o lado e encarou a amiga do lado oposto da mesa.
Leila apertou os lábios por alguns segundos. "Elas não existem!"
"O quê!?" Zoe abriu levemente a boca.
"Eles são um mito! Assim como o Papai Noel e o Coelhinho da Páscoa! São pessoas que ainda não provaram um bom sexo quente e selvagem! São só pessoas mal-comidas!" Ela piscou.
"Eu não vou discutir isso com você!" Zoey bufou.
Leila deu um sorriso vitorioso. "Nem adianta! Você perde todas as vezes." A mulher piscou um dos olhos, mas o foco agora era um cara bronzeado que veio direto até ela quando uma nova música começou.
"Quer dançar?" O homem de camisa florida e shorts estendeu a mão para Leila.
Leila lançou um olhar oblíquo para a amiga.
"Vai lá!" Zoe encorajou-a com um movimento de mão. "É sua última noite aqui! Então, "aproveite ao máximo", como a minha melhor amiga costumava dizer."
"Obrigada!" Leila mexeu os lábios, articulando as palavras em silêncio antes de pegar a mão do estrangeiro.
Zoe sorriu ao ver sua amiga conduzida pelo americano, girando na pista de dança lotada.
"Você vai sentir falta dela." Um homem alto e moreno ocupou o lugar vazio na frente dela.
"Sim, mais do que eu gostaria de admitir. Ela é completamente louca, mas tem um coração de ouro." Zoe pegou a mão dele. "Lisa dispensou você cedo esta noite!" Ela sorriu.
"Ela está se exibindo para conseguir um novo carimbo no passaporte." Ele olhou para o grupo de americanos reunido em uma mesa no canto.
"Ah! Saquei." Zoe entrelaçou seus dedos nos dele. "Eu pensei que ela estava saindo com aquele cara belga... hmmm... Arnold?"
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor Áspero
Short Story1. Queda livre Às vezes uma simples escolha pode ter nos levar longe demais... 2. Carolaine Ela tinha uma alma de menina, mas só quem tinha olhos sensíveis podia ver... 3. O Homem Perfeito A busca pelo homem ideal pode levar uma vida inteira... 4. I...