Capítulo 31

420 31 10
                                    



- Olá, querida filha. Vejo que finalmente tomou a decisão certa.- falou.

Precisei dar tudo de mim para não pular no pescoço dele agora mesmo e fazê-lo pagar por ter tirado minhas mães.

- Vim lhe propor um acordo.- falei- Você deixa Prythian e minha família em paz, vai embora sem causar mais nenhum dano e eu não mato você.

Ele riu. Como se aquilo fosse algo engraçado.

- Você ainda não entendeu, não é?- perguntou dando passos a frente- Você não está em posição de negociar, Luna. Você perdeu, antes mesmo de saber o que  tinha a perder. Acabou.

Sorri de canto.

- É ai que você se engana....Eu não perdi, estou apenas começando. Sua última chance. Vá embora, deixe este mundo e todos que vivem nele em paz. Volte para o seu mundo e eu deixo você e os seus exércitos sairem vivos.- falei. Sabia que o plano que montei era falho e cheio de erros. Mas eu estou com tanta raiva que nem isso me importava. Eu vou acabar com ele, nem que para isso eu tenha que ir junto.

A expressão divertido ainda estava em seu rosto quando ele respondeu.

- Criança tola, você veio até aqui somente para morrer.- falou.

Sorri. Talvez eu fosse morrer ali. No momento, nem isso me importava. Durante uma semana eu imaginei formas de matá-lo e agora que ele estava na minha frente, não iria descansar até vê-lo no chão.

Tomei a decisão que achei certa. Saí sem avisar ninguém, sabia que eles viriam atrás de mim, e eu sabia que não iria voltar. Eles não iriam conseguir parar Trygon, mas eu sim. Só espero que algum dia eles me perdoem. Espero que algum dia, Azriel me perdoe.

Libertei aquele poder dentro de mim e senti a diferença em todo o meu corpo.

- Se é assim que você quer então...

Os soldados que estavam por perto não conseguiram se defender da onda de energia que eu libertei, reduzindo seus corpos a cinzas. Mas o desgraçado ainda estava ali, intacto. Olhei para quem estava atrás dele. O mesmo macho que pegou minha mãe. Raiva dominou meu corpo e libertei mais e mais ondas, dizimando centenas de soldados que se aproximavam.

Era isso, eu estava no meio de um enorme acampamento. Cercada de milhares de soldados. E eu os estava reduzindo, pouco a pouco.

Mais soldados me cercavam e Trygon continuava parado, assistindo tudo.

Eu não me sentia cansada, me sentia livre. Libertando tudo aquilo que eu mantinha preso durante anos, e ainda assim, sentia que tinha muito mais para ser liberto.

Olhei para trás, na direção de Balerion. Ele queimava e devorava todos que avançavam em sua direção. Nunca se machucando devido o escudo que coloquei nele.

Um soldado avançou e sua espada quase pegou de raspão em meu rosto. Quando desviei rápido, ele perdeu o equilíbrio caindo para frente. Segurei seu braço, o puxando na direção contrária e o arrancando de seu corpo. O grito de dor dele só fez aumentar ainda mais minha vontade de matar todos. Girei parando atrás de seu corpo, segurei sua cabeça e torci para o lado, quebrando o pescoço do mesmo.
A esta altura meu rosto e roupa já estavam cobertos de sangue.

Desviei de mais ataques, sempre acabando com todos. Mas eram muitos. Cada vez que eu dizimava um grupo, outro chegava. E mais e mais. Mas eu iria conseguir.

Ergui minhas mãos, levitando todos os objetos pontiagudos que estavam a nossa volta. Adagas, espadas, facas, arames, pedaços de madeira e outros...Lançando tudo na direção dos soldados, matando todos que estavam em um raio de 10 metros.E fui fazendo isso até chegar perto o suficiente de Trygon. Quando achei que finalmente conseguiria matá-lo, um cheiro familiar atinge minhas narinas. E não só um, mas oito. Olho para atrás, na direção de onde o cheiro vem e travo no lugar quando vejo meu parceiro e nossa família.

CORTE DE CAOS E SOMBRAS Onde histórias criam vida. Descubra agora