Caminhei mais um pouquinho, e de longe eu avistei ela caminhando de um lado para o outro, como se tivesse apreensiva.
Eu cheguei mais perto, e ela me viu. Eu tô tão feliz por ver ela, mas ao mesmo tempo triste.
Ela veio correndo ao meu encontro, e pulou no meu colo me abraçando com força.
Amanda : Eu tava com tanta saudades de ti! - Me abraçou forte.
Sara : Eu também estava.. - Abracei ela com mais força ainda.
Ficamos uns dois minutos abraçadas, até nos separarmos.
Sara : Amiga, quê que tu veio fazer aqui? O Samuel.. - Ela revirou os olhos, ficando do meu lado e nós fomos caminhando pra casa dela.
Amanda : Sara, me desculpa; mas o Jacarezinho não é do Samuel e eu tenho família aqui. Eu não posso parar de ver minha família, porquê o Samuel não acredita em mim e nem.. nem aceita.. nosso fim. - Falou com pouca emoção as últimas palavras. - Que se dane ele! - Ela abriu a porta, e nós entramos.
Sara : A Giulia não tá? - Ela negou.
Amanda : Ela saiu, sei lá! - Ela me olhou. - Ela.. ela namora o Samuel?
Sara : É.. não exatamente. Eles ficam, a muito tempo. Parecem namorados, mas a real é que o Samuel não consegue te esquecer.
Amanda : Tá explicado porquê a garota me odeia tanto. Ódio gratuito desde quando eu cheguei. Vim entender depois, de tanto a mãe dela falar no nome do Samuel.
Sara : Ele ainda não te viu? - Ela começou a roer as unhas, negando.
Amanda : Não fala ainda. Eu pretendo ir logo pra onde meu pai e depois sair desparecer sem que ele me veja. - Respirou fundo. - Acha que ele vai surtar se me ver?
Sara : Ele vai surtar MUITO. - Ela riu, mas ainda apreensiva. - E cadê teu pai?
Amanda : Ele não me avisou que tava morando em Belford Roxo, me fez vir de boba pra cá. - Ela riu.
Sara : Mas não fica apreensiva não, viu? Vai ficar tudo bem logo! - Ela concordou, e eu abracei a mesma. - Como estão as coisas por lá?
Amanda : Um saco, sabe? O meu padrasto é um ogro, um imbecil. - Eu concordei. - Aqui tem uma vibe tão boa. Se eu pudesse, eu trazia minha mãe pra cá e ela nunca mais precisaria morar com ele.
Ela foi me contando tudo que rolou lá nesse tempo, mas eu precisava voltar pro trampo.
***
Nossa conversa durou umas duas horas, no máximo, e eu avisei que tinha que voltar pro trabalho.
Sara : Qualquer coisa, me liga! - Abracei ela de novo.
Me levantei do sofá, indo pra porta, quando a mesma se abre e eu vejo a Giulia, acompanhada do Samuel.
Puta que pariu!
Giulia : Surpresa! - Abriu um sorriso irônico, e o Samuel faltou comer a Amanda pelos olhos.
O Samuel respirou fundo, soltando a mão da Giulia e saindo da casa dela, que ele nem tinha entrado totalmente.
Amanda : Samuel, espera.. - Ela quase passou por cima da Giulia, saiu feito furacão.
A Giulia ia atrás dela, mas eu segurei ela pelo braço.
Sara : Vai pra onde, gatinha? Tu não trouxe ele? Agora tu vai sentar e esperar eles conversarem. E tu não é nem maluca de se fazer de sonsa, pra sair daqui. Entendeu? - Joguei ela pra dentro de casa, e fechei a porta.
Giulia : Ta achando o qu..? - Interrompi ela.
Sara : Ta achando o que? - Cruzei os braços, repetindo o que ela tinha falado. - Baixa a bola, Giulia. Fica quieta!
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Amor de Fim de Noite. (CONCLUÍDO)
Teen Fiction+16 |Segunda parte do livro "Alma da Favela." Maktub, particípio passado do verbo kitab É a expressão característica do fatalismo muçulmano Maktub significa: estava escrito Ou melhor: tinha que acontecer Essa expressiva palavra dita nos momentos de...