Capítulo 44

1.4K 99 21
                                    

Depois de bastante tempo me arrumando, eu olhei pro relógio e marcavam 15 para às 10.

Não me preocupei com o tempo, até porquê eu já tava arrumada.

Me olhei no espelho, e porra.. que gata!

Terminei de passar o perfume, e logo desci. Vi que meu irmão não estava mais na sala, e deduzi que ele tava no quarto. A bolsa da garota ainda tava no sofá, e a minha mãe tinha sumido.

Ultimamente ela ta assim, some do nada.. Mas falar pa tu, minha mãe ta feliz pra caralho! Nunca tinha visto ela feliz desse jeito.

O Vidal tá fazendo um bem danado pra ela, e se ela ta feliz assim, eu também tô.

O bom, é que ele não tá mais envolvido no crime. E mesmo depois de meses solto, ele não se rendeu pro tráfico, apesar dele ainda parecer um.

Fui até a porta, e encontrei a Estéfane.

Estéfane : Uau.. - Me olhou por inteira, e logo bateu "palminhas". - Você tá um espetáculo! Tá de parabéns! - Ela segurou minha mão, e fez eu dar uma voltinha. - Muito linda! - Me olhou, e eu ri envergonhada.

Sara : Você também tá uma gata! - Ela riu.

Estéfane : Vamos? Eu vim de moto. - Eu concordei, e logo a gente arrastou pro baile.

Fomos o caminho rindo, e ela me contava umas histórias interessantes sobre a vida dela.

Estéfane é uma menina firmeza, sem neurose!

Fomos chegando perto do morro, e já ouvi o funk nas alturas e as luzes iluminando a favela por inteira.

Porra, que saudades!

Desci da moto, e logo vi a Marcela tendo dificuldade pra entrar. Fui rápido até ela, antes que ela arrumasse problema com os vapores.

Sara : Qual foi, Dudu? Ela tá comigo, irmão. - Cheguei perto dela, e o Dudu me olhou, atravessando o fuzil pelas costas.

Dudu : Essas idéias ta certa mermo, Sara? Vai me meter em b.o com o Vitti não, né? Tô de olho em tu, fica esperta! - Apontou o dedo na minha cara, e eu assenti, vendo a Estéfane chegar perto da gente.

Sara : Sim irmão, já te meti em rolo ruim? - Ele riu.

Dudu : Tu é cheia de caôzada, não é? Filha da puta! - Riu, negando e ele liberou a entrada.

Fui subindo com elas duas, e eu passei na casa da minha avó, deixando os capacetes lá.

Dei um beijo na testa dela, e depois nós caminhamos até chegar lá.

De longe, avistei o Vitti encostado na grade da quadra, fumando maconha, com seu exército de soldados, incluindo o Guilherme.

Vacilão!

Senti os olhar do Guilherme pesando sobre mim, e logo eu abracei a Estéfane.

Estéfane : Opa, calma.. - Riu fraca, envolvendo os braços no meu pescoço.

Ele continuava olhando, e eu me senti incomodada.

Sara : Vamo pegar bebida? - Ela concordou, e eu procurei a Marcela, que já tinha sumido, então nós subimos.

Subimos pra pegar bebida na parte de cima, queria ficar bem longe dele.

Sara : Já tinha vindo a um baile antes? - Ela concordou, e eu peguei a bebida da mão da moça, em seguida, pagamos as duas.

Estéfane : Já, mas não nesse. - Bebeu a caipirinha, que por sinal, tava muito forte. - Nossa, tá muito forte! - Eu concordei. - Mas eu gosto assim. - Ri fraco.

***

Nós bebemos, eu não muito.. mas ela, sim. E dançamos pra caralho também.

Já se passaram umas duas horas desde que o baile começou, e não rolou nada demais ainda. Só umas olhadas, uns beijos no pescoço e mão boba.

Gosto dela, porquê ela respeita meu tempo.

Começou a tocar uma música, e o álcool, se misturou com a vontade que eu tava de beijar ela. Logo, meu corpo não se responsabiliza pelas minhas atitudes

Eu puxei ela pra perto, e olhei fixamente nos olhos dela. Fingi que ia beijar, e voltei a boca, e um sorrisinho bobo surgiu no canto da boca dela.

Estéfane : Filha da puta! - Falou baixinho no meu ouvido, e eu ri.

Eu virei de costas pra ela, e comecei a dançar pra mesma. Ela segurava forte na minha cintura, e depois me virou, fazendo eu ficar frente a frente com ela.

Não esperei muito, e ataquei os lábios dela. Nossa boca se encaixou direitinho, parecia conexão. Eu passei a mão pelo cabelo dela, fazendo carinho na nuca dela, enquanto a mão da mesma, subia na minha coxa.

Ela apertou minha coxa levemente, fazendo um carinho em seguida e separou nossas bocas. Mas mesmo assim, eu senti a respiração ofegante dela. Nos olhamos por alguns segundos, ainda coladas e com a cabeça junta uma a outra. Fiquei sem reação, e tudo que eu queria era não olhar pra ela, por pura vergonha.

Sara : É.. eu vou.. vou pegar uma bebida. - Ela concordou.

Não, eu não fiz isso! Eu.. gostei. Sabe? Mas eu não me senti bem. Não, não era pra eu ter feito isso.

Um sentimento de culpa invadiu meu peito, e eu me afastei um pouco de todos.

Me encostei na parede de um beco, que dava acesso ao baile e passei a mão pelo cabelo.

Respirei fundo, e achei perigoso ficar em um beco escuro e sozinha.

Me levantei, passando a mão pela minha roupa, pra tirar a areia que tinha ficado na parte de trás.

Vi uma sombra tapar toda a visão do baile, e o que tava iluminando, não estava mais.

Amor de Fim de Noite. (CONCLUÍDO) Onde histórias criam vida. Descubra agora