Capítulo 32

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Eu caminhei até o pé do morro, onde ficava a casa da mãe dela. Pedi pro Vitti avisar pra ela, que tinha algo importante pra conversar com ela. Não queria ligar pra ela, sei lá..

Fiquei um pouco afastado, observando a lua e as estrelas. Pô, a noite é linda pra caralho!

Vi alguns menores transitando de um lado para o outro, e fiz toque com todos.

Saudades do movimento!

Vi o carro dela chegar, e os moleques liberarem a entrada dela. A gata não tá ruim não, irmão!

Tá bem pra caralho. Tem loja, mora na área nobre do rio, casa grande pra porra! Minha nega fez a vida direitinho, orgulho da minha gatinha.

Ela desceu do carro, e ainda não tinha me visto.

Gostosa pra caralho! Ela olhou o relógio, que tava no pulso dela e ficou resmungando.

Típico da Letícia. 

Vi ela abrindo a porta do carro, e pegamos algo dentro dele, e eu saí do lugar que eu tava, me aproximando dela.

Fiquei atrás da mesma, e respirei fundo.

Vidal : Sentiu minha falta? - Ouvi ela derrubar algo no chão, assim que ouviu minha voz, e virou lentamente, assustada.

Letícia : Meu Deus, eu não acredito! Vidal, seu filha da puta! Como você fez isso? - Me abraçou, e depois começou a bater no meu peito. - Eu te odeio! Eu te odeio! Eu te odeio!

Eu ri, segurando as mãos dela e olhei pra mesma, que tava quase chorando.

Vidal : Para de neurose, caralho! Eu tô de volta! Tô de volta! - Puxei ela pra um abraço, que durou uns 3 minutos.

Letícia : Tu sumiu sem me dar nenhuma explicação.. por quê? - Separei do abraço, e respirei fundo.

Vidal : Tava ameaçado de morte, gatinha! Não podia arriscar. - Ela me olhava, com os olhos lacrimejando.

Letícia : Não quis manter contato? Foram 15 anos, Vidal! 15 anos... - Ela chorou. - Eu achei que você tinha morrido, e que não tinham achado o corpo. Nós ficamos aqui.. sem nenhuma explicação. - Eu abracei ela de novo, acalmando a mesma.

Vidal : Me perdoa? Eu não tinha como me comunicar. Tu acha que eu queria ficar longe da minha família? Da minha mãe? Tu já viu a minha coroa? Tá velhinha, pô! Velhinha! Eu perdi tudo. - Ela se soltou de mim, me olhando. - Rolou tanta coisa, gatinha! Tanta coisa.. Tu não tem noção.

Letícia : Não precisa pedir perdão! Tá tudo bem! - Ela respirou fundo. - Eu quero que tu me conte tudo! Eu tô em choque! - Me mostrou as mãos tremendo, e eu ri. - Tu pode sair da favela? - Eu assenti, com um enorme sorriso no rosto.

Vidal : Eu tô livre, caralho! Eu tô livre, Leticia? - Ela gritou de felicidade, pulando no meu colo.

Letícia : Sério? Sério mesmo? - Eu concordei.

Ela me chamou pra ir pra um restaurante fora da favela, pra gente poder conversar.

Feliz de ver ela!

Amor de Fim de Noite. (CONCLUÍDO) Onde histórias criam vida. Descubra agora