Eu caminhei até o pé do morro, onde ficava a casa da mãe dela. Pedi pro Vitti avisar pra ela, que tinha algo importante pra conversar com ela. Não queria ligar pra ela, sei lá..
Fiquei um pouco afastado, observando a lua e as estrelas. Pô, a noite é linda pra caralho!
Vi alguns menores transitando de um lado para o outro, e fiz toque com todos.
Saudades do movimento!
Vi o carro dela chegar, e os moleques liberarem a entrada dela. A gata não tá ruim não, irmão!
Tá bem pra caralho. Tem loja, mora na área nobre do rio, casa grande pra porra! Minha nega fez a vida direitinho, orgulho da minha gatinha.
Ela desceu do carro, e ainda não tinha me visto.
Gostosa pra caralho! Ela olhou o relógio, que tava no pulso dela e ficou resmungando.
Típico da Letícia.
Vi ela abrindo a porta do carro, e pegamos algo dentro dele, e eu saí do lugar que eu tava, me aproximando dela.
Fiquei atrás da mesma, e respirei fundo.
Vidal : Sentiu minha falta? - Ouvi ela derrubar algo no chão, assim que ouviu minha voz, e virou lentamente, assustada.
Letícia : Meu Deus, eu não acredito! Vidal, seu filha da puta! Como você fez isso? - Me abraçou, e depois começou a bater no meu peito. - Eu te odeio! Eu te odeio! Eu te odeio!
Eu ri, segurando as mãos dela e olhei pra mesma, que tava quase chorando.
Vidal : Para de neurose, caralho! Eu tô de volta! Tô de volta! - Puxei ela pra um abraço, que durou uns 3 minutos.
Letícia : Tu sumiu sem me dar nenhuma explicação.. por quê? - Separei do abraço, e respirei fundo.
Vidal : Tava ameaçado de morte, gatinha! Não podia arriscar. - Ela me olhava, com os olhos lacrimejando.
Letícia : Não quis manter contato? Foram 15 anos, Vidal! 15 anos... - Ela chorou. - Eu achei que você tinha morrido, e que não tinham achado o corpo. Nós ficamos aqui.. sem nenhuma explicação. - Eu abracei ela de novo, acalmando a mesma.
Vidal : Me perdoa? Eu não tinha como me comunicar. Tu acha que eu queria ficar longe da minha família? Da minha mãe? Tu já viu a minha coroa? Tá velhinha, pô! Velhinha! Eu perdi tudo. - Ela se soltou de mim, me olhando. - Rolou tanta coisa, gatinha! Tanta coisa.. Tu não tem noção.
Letícia : Não precisa pedir perdão! Tá tudo bem! - Ela respirou fundo. - Eu quero que tu me conte tudo! Eu tô em choque! - Me mostrou as mãos tremendo, e eu ri. - Tu pode sair da favela? - Eu assenti, com um enorme sorriso no rosto.
Vidal : Eu tô livre, caralho! Eu tô livre, Leticia? - Ela gritou de felicidade, pulando no meu colo.
Letícia : Sério? Sério mesmo? - Eu concordei.
Ela me chamou pra ir pra um restaurante fora da favela, pra gente poder conversar.
Feliz de ver ela!
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Amor de Fim de Noite. (CONCLUÍDO)
Novela Juvenil+16 |Segunda parte do livro "Alma da Favela." Maktub, particípio passado do verbo kitab É a expressão característica do fatalismo muçulmano Maktub significa: estava escrito Ou melhor: tinha que acontecer Essa expressiva palavra dita nos momentos de...