Ele arrastou pra fora do baile, cortando caminho e subindo o morro.
Tava fazendo um frio do caralho, e o frio da madrugada é o melhor que tem.
E dentro da favela, nem me fala.. Segurei na cintura dele, e fechei os olhos, sentindo a brisa forte do vento bater no meu rosto.
Ele passou da casa dele, e foi subindo pra parte inferior do morro.
Sara : Tu não passou da tua casa? - Ele riu.
Gui : Tô morando sozinho, gatinha! Gostou? - Riu, acelerando a moto.
Sara : Finalmente ta criando um rumo pra tua vida. - Ele riu.
Gui : O rumo é a madrugada, tá ligado? Eu vi tu curtindo a brisa do vento frio da madruga, vai dizer que não é maneiro? Que tu não sente uma liberdade? - Eu ri.
Sara : Eu te odeio, odeio muito. - Ele negou, parando a moto.
Gui : Agora eu moro no alto do morro, e sempre que eu quiser fumar em paz, eu sento ali.. - Apontou pra uma vista maravilhosa do morro, e tirou as chaves do bolso, abrindo a porta.
Eu peguei na mão dele, e guiei o mesmo até o tal lugar.
Gui : Tá indo pra onde, maluca? Vai descansar. - Parou de caminhar, e eu olhei ele.
Sara : Vamo, por favor.. - Ele respirou fundo, e acabou cedendo.
Nós fomos chegando perto, e quanto mais perto chegava, mais apaixonada eu ficava.
Tão.. tão lindo!
Eu soltei a mão dele, e fiquei paralisada, olhando aquela vista linda..
O mesmo vento frio de uns minutos atrás bateu, e eu fechei os olhos, sentindo a mesma sensação.
Senti alguém me abraçando por trás, e o cheiro era do Gui. Eu me senti em casa.. pela primeira vez.
Ele me abraçou forte, e percebeu que eu tava com frio. Senti ele se afastando de mim, e olhei pro mesmo, que tava tirando o corta vento dele.
Gui : Ei, vira aqui.. - Me virou com cuidado, colocando o corta vento em mim.
Eu ajeitei ele no meu corpo, e percebi que outra vez, nossos corpos estavam coladinhos.
Eu levantei meus olhos devagar, que se conectaram nos deles.
Gui : Tá mais quentinha agora? - Falou baixinho, com aquela voz rouca e gostosa e eu concordei. Ele chegou perto de mim, me dando um beijinho na testa e logo em seguida, me abraçou forte, colocando o queixo devagar sobre a minha cabeça.
Ficamos abraçados por alguns minutos, ele me olhou novamente, e eu iniciei um beijo lento.
Não teve safadeza, foi um beijo com muito carinho.. e sentimentos.
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Amor de Fim de Noite. (CONCLUÍDO)
Ficção Adolescente+16 |Segunda parte do livro "Alma da Favela." Maktub, particípio passado do verbo kitab É a expressão característica do fatalismo muçulmano Maktub significa: estava escrito Ou melhor: tinha que acontecer Essa expressiva palavra dita nos momentos de...