Capítulo 23 - Conversa

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Oi oi gente! Desculpa, mas vai ser bem curto ele ok? Beijinhos!

Izzy


            Meu mundo desabou. Foi como um castelo de areia, mas ao invés de ver ele desabar eu o senti desmoronar. Observo paralisada a carta em minhas mãos... Há um conflito em meu interior: verdade ou mentira isso? Se for verdade, porque Jack nunca mencionou sua filha pra mim?

            Baixo meu braço lentamente, afim de encontrar o rosto de minha vó. Pelo visto ela fazia a mesma coisa para saber qual era minha reação. Sobe um soluço e depois outro, e percebo que estava chorando. Minha vó estende os braços e corro para seu colo.

            Apoio meu rosto em suas pernas e me deito na cama.

            - Por que vó? Quem fez isso? — pergunto entre soluços e lágrimas.

            Ela tenta me acalmar com seus cafunés. — Eu não sei minha filha, mas quem está por trás disso não quer que vocês fiquem juntos. Isso tem a ver com essa tal herança Ane, eles querem que vocês desistam desse casamento.

            - Mas se eu desistir você e o vovô terão que pagar a dívida e...

            - Não se preocupe conosco pequena... Você o ama não é mesmo?

            - Sim vó... — digo com sinceridade. A encaro. — Isso se tornou um problema, não é mesmo?

            - Amar nunca será um problema. Não amar é que se torna um. Pelo que vejo ele também sente algo por você...

            - Mas e...

            - SH. Agora você terá uma longa e longa conversa com ele sobre isso. Não briguem, tentem não chamar muita atenção, pois o inimigo pode estar ao lado. — ela fica olhando para os lados em busca de alguma coisa. — Ou até mesmo aqui dentro... — sussurra. — Vá até ele e mostre isso. Não demonstre nada durante esse trajeto ok?

            - Sim... — dou um beijo em seu rosto e saio mais graciosamente possível.

<3

            Ando pelos corredores e não encontro ninguém. Ufa! Vou direto até seu escritório e entro sem bater. Encontro Jorge e ele rindo. Logo que entro eles cessam o riso. Minha cara deve ter causado isso porque com certeza estava muito macabra. Lógico, acabei de chorar milhões de litros... Devo estar horrível.

            - Posso falar com você a sós? — não quis ser ríspida, mas fui.

            Jorge sai esbarrando em tudo, pelo visto andaram bebendo.

            - Ah! E Jorge... — ele para e dá meia volta para me encarar. — Fique a vontade... — sorrio. — Aproveita e janta conosco...

            - Obrigada mas...

            - Irá jantar conosco. — corto. — Feche a porta sim... — digo não olhando diretamente para ele, mas sim para Jack.

            Escuto a porta se fechar e vou direto a mesa de bebidas dele. Sirvo me uma  dose generosa de uísque. Não irei ficar bêbada. Prometo.

            - O que aconteceu Ane? — diz preocupado. Não respondo. Pego meu copo e sento em umas das cadeiras frente a sua mesa. Ele se senta também.

            - Sabe... — começo. Beberico meu uísque. — Esse casamento é muito estranho. — ele ia comentar algo, mas o corto com um levantar de mãos. Fico olhando para o teto em busca de calma e muita paciência. — Sei que durará somente um ano, falta só alguns meses... Certo. Beleza.

            - Onde está querendo chegar Ane?

            - Sh! — digo brava. — Estou tentando estudar nosso casamento.

            - Tudo bem... Prossiga.

            - Estava pensando em filhos... - ele franze a testa.

            - Filhos? — ele repete. — Mas nosso contrato diz...

            - Eu não estava falando dos meus... — digo inocentemente. — Sabe... Se eu tivesse uma menina, eu colocaria o nome de Emily... O que acha? — vejo mil emoções em seu rosto. Surpresa, medo, raiva...

            - Como você... — diz nervoso se levantando da cadeira.

            - SENTE-SE AÍ! — grito. Sinto lágrimas se acumularem. Respire. — Pensei que confiava em mim Jack... Te contei tudo sobre minha vida, absolutamente tudo e fico sabendo que você tem uma filha? E que você nem dá a devido atenção pra ela?! — começo a andar de um lado para o outro. — Já vi de tudo nesse mundo, mas nunca pensei que você faria uma dessas coisas...

            - Por favor, me deixe explicar...

            - Tudo bem... — ele alisa seus cabelos nervosamente.       

            - Isso foi a cinco anos, antes do meu pai falecer e antes de você é claro. Meu mundo era somente festa e o foco no trabalho. E mulheres. Um dia fui a u bar sozinho, meu dia estava uma merda, tinha brigado com meu pai. Comecei a beber e não parei. Até que apareceu uma moça, Sandra, sentou ao meu lado e começamos a conversar. Quando vejo, estava de manhã. Dormi com ela e nem tinha percebido. Ela me encontra depois de um tempo dizendo que estava grávida... Meu pai quase me deserdou por isso. Disse que era pra dar um jeito nisso e que não era pra mídia saber disso. Poucos sabem desse caso. Nunca vi a menina, meu pai cuidou dela enquanto eu cuidava da mídia. Ela está em um internato e...

            - E o resto eu já sei... — entrego a carta pra ele. Espero ele ler, bebendo é claro. Isso me acalma. Vou beber todos os dias!

            - Quem te deu isso? — pergunta muito sério.

            - Minha vó recebeu uma carta, não tinha remetente. Quem mandou isso tinha certeza que me mostraria. Ela me disse que não era pra fazermos alardes dobre esse assunto por que...

            - Pode estar aqui dentro, eu sei. — ele anda com as mãos na cintura pelo escritório. Pensando. — Entao, quem está por trás dessa carta está também ligado com a invasão daquele dia...

            - Muito provável...

            - Merda!! — diz coçando a cabeça. — O que vamos fazer?

            - O que nós não, o que VOCÊ vai fazer...     

            - E o que seria?

            - Irá trazer a Emily pra cá...

Contrato de CasamentoOnde histórias criam vida. Descubra agora