- Como? – ele me olha espantado. Seus olhos cinzas pareciam quererem pular do rosto.
- Vou ter que desenhar Jack Sinclair? – bebo de uma vez o líquido do meu copo. Desce queimando, mas alivia o medo que estava no meu âmago. – Jack, você ao menos viu essa menina? Deu algum presente de natal, aniversário?
O vejo engolir em seco. – Não, meu pai nunca me deixou vê-la... Fiquei sabendo de sua localização logo que ele morreu...
- Sim e agora seu pai está morto, sem ofensas... – ele faz um gesto com a mão como sinal de tudo bem. – Ela precisa de um lar Jack... De uma família. Ela deve saber pelo menos quem são seus pais?
- Eu não sei...
- Nossa... Ótimo. Muito bem pra você senhor certinho! – passo a mão em minha cabeça. – Amanhã você irá trazer essa menina aqui, irá dizer pra mídia, imprensa, o raio que o parta, sei lá! Até pro papa se quiser! Irá dizer que seu pai escondeu a existência da menina por causa da empresa dele, que não queria uma bastarda manchando o nome, algo desse tipo, eu vou adotá-la e você será um pai MA-RA-VI-LHO-SO pra ela... Você irá tentar conquistar ela, ô se vai...
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Ele estava um pouco confuso e nervoso para encontrar sua filha pela primeira vez. Deve ser chocante. E um pouco estressante também.
Jack deu uma entrevista para alguns repórteres sobre Emily. Foi um pouco estranho, eles ficaram animados com essa notícia bombástica. Como quando a gente dá coca pra alguém elétrico...
Jorge me ajudou com a papelada da adoção, que iria sair em breve, mas demos um jeitinho.
Estávamos na frente da escola, e era em outro país... Espanha. Vou ter uma filha que fala espanhol... Meu deus... Já tenho uma filha.
Somos convidados a entrar na sala da diretora, Senhora Dolores, ela fala português, e a escola é brasileira. Ufa, não sei nada de espanhol. Glóooria.
- Então, os convidei para conversar porque a Emily tem alguns problemas...
- Como assim problemas? – pergunta Jack.
- Bom, ela dificilmente fala... Só fala quando é extremamente necessário. Uma das nossas professoras sofreu um acidente e acabou morrendo...
- Sinto muito... – solidarizo.
- Ela se apegou muito a essa professora e quando ela morreu sua voz foi com ela. A fonoaudióloga da escola disse que foi o trauma de perder alguém querido. Espero que consigam fazê-la falar.
- Assim espero. – comenta Jack.
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- Emily... Quero que conheçam seus pais. – a senhora Dolores começa. – Eles vieram de muito longe para pegar você. Eles não sabiam que você estava aqui e quando souberam, vieram o mais rápido que podiam.
A primeira coisa que percebi era a semelhança entre ela e Jack. A cor do cabelo, a cor dos olhos... Até a postura, meio pronta para qualquer incidente. Jack se choca com isso também e fica estático. Paralisado.
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Contrato de Casamento
Chick-LitPLÁGIO É CRIME! Ane perdeu seus pais com 16 anos e foi morar com seus avós maternos. Seu avô possuía uma oficina muito simples e sua vó tinha um pequeno salão de corte de cabelo no quintal da casa. Depois de dois anos aparece um carro na oficina, m...