INFINITOS "LIVRO I SÉRIE DESTINADOS"

CAPITULO VINTE E QUATRO I PERDÃO

Por um erro, na ultima postagem foram postados 3 capitulos juntos, por isso esse é o 24 !!

Espero que gostem, qualquer me contem la no instagram @orsolonkassia, beijooosss

"O coração do homem

planeja o seu caminho,

mas o senhor lhe dirige

os passos. Provérbios 16:09"

Meus dedos dos pés estão amarelados por conta do barro, meus braços cruzados abaixo do seios porque estava encharcada e começava a sentir frio. O caminho da praia para minha casa a pé não era nem mesmo cerca de 15 minutos, mas já havia cerca de meia hora que eu perambulava pela estrada. Minha mente era uma completa desordem, estava tentando assimilar ainda todos os acontecimento daquele dia.

Tyler e Bec, Jonas ser o pai de Rafael, Mike me revelando que Sophia o ameaçou não deixá-lo perto do filho caso não se case com ela. A luz da igreja está acesa e as portas abertas, ergo a sobrancelha curiosa, é madrugada, não devia ter ninguém ali.

— Pastor Josue? Chamo quando alcanço o último degrau de escada até a porta. A construção é antiga, ainda assim o piso ainda é cinza em cimento e as paredes brancas tingidas com alguma espécie de tinta barata, a única coisa nova são os instrumentos próximos ao púlpito e os bancos de madeira maciça, lembro de que o único instrumento que tinham antes era o violão que eu trazia para tocar nos dias de culto. As janelas nas laterais também houveram sido envernizadas recentemente, o cheiro do verniz ainda era forte.

—Camilianne, o que faz na rua a essa hora? — O pastor me lança um sorriso amarelo.

— Fui a praia e acabei perdendo a noção do tempo. Me sento ao cantinho de um dos assentos tremendo — E o senhor, o que ainda faz aqui?

— A fiação da igreja estava precisando de reparos e a senhora Avelar mandou um rapaz para o concerto, ele só tinha tempo livre durante a noite, terminamos, eu estava começando a fechar as janelas para ir embora, parece que vem chuva ai. Se senta ao meu lado, jogando sobre meus ombros o casaco cinza de lã que ele até então usava.

— É melhor eu ir embora então. Estou prestes a me pôr de pé, quando ele segura minha mão.

— Eu estava ansioso para o dia em que você voltaria aqui. Eu já devia ter feito uma visita a igreja, mas eu não conseguia me sentir digna, desde que eu fora seguir minha carreira eu nunca mais tinha pisado em igreja alguma,  por pura falta de tempo e logo depois por ter atitudes distantes demais das quais as igrejas pregam, me recordo de como eu amava aquele lugar, Tereza costumava dizer que uma artista bebada dava manchete, uma artista louvando não.

— Eu... devia ter feito uma visita. Falei desanimada.

— Sua avó me fala sempre sobre você, ora muito por você, sempre orou. O olhar de Josué é acolhedor, sempre fora algo que gostei muito no pastor, ele não julgava, ele estava sempre disposto a acolher, um olhar sereno, uma voz terna e de alguma forma parecia que ele sempre sabia o certo a se dizer.

— Eu tenho muita sorte —Dou de ombros— O senhor sabe sobre o bebê não é mesmo? A forma com qual ele desviou o olhar mais rápido do que uma criança quando pega fazendo uma traquinagem, o jeito como os dedos pressionaram a madeira do banco, ele não precisava nem mesmo me responder para que eu soubesse que sim, ele sabia.

— Não se chateie com seu avô —Eu não estava chateada, apenas um punhado surpresa por ter sido vovô a contar— Ele apenas precisou de um amigo para desabafar.

— Não estou chateada, fico contente que ele tenha tido o senhor— Há um breve silêncio, um tanto constrangedor— Ele ficou muito bravo?

—O que? Não, claro que não, ele estava apenas preocupado querida.O som terno e suave da voz do pastor faz com que eu me sinta um pouco menos desconfortável ao prosear sobre aquilo.