"Na noite mais escura, eu vou
Te procurar no meio da multidãoSeu rosto é tudo o que vejoEu vou te dar tudoQuerida, me ame com as luzes apagadasQuerida, me ame com as luzes apagadas"Xo- John Mayer
"Anne". Quem era Anne afinal? A menina que deixara para trás há anos ou a cantora problemática que agora temia fazer o que mais amava na vida?
Talvez naquele caminho, naquela transição de uma para outra, houvesse perdido as duas...
Todos aplaudiram minha apresentação e eu corri para longe daquele palco, quase escorregando no barro ainda molhado. Não haveria de saber o que me acontecia, por que sentimentos me invadiam com tanta intensidade. Nunca fui alguém assim, nunca me deixei perder a razão por um pulsar mais forte no coração.
De longe eu vi seus olhos e os apreciei com encanto. Ele me fitou com um tímido sorriso, sempre tão tímido, todavia ele já não era mais meu. Uma morena pulou em seus braços com paixão, não pude ver seu rosto, ela ficara de costas para mim, fora melhor, estávamos no lugar que sempre havíamos desejado.
–– Você foi incrível. Ceci gritou em meu ouvido, de certo ela já não estava sóbria, o sorriso meio abobalhado nos lábios me provava isto.
–– Obrigada. — Meus olhos foram de busca aos de Mike, ele já não estava mais lá. Então se desviaram para Ceci — Podemos ir embora?
Porque nunca escutava minha intuição? Sabia que estar ali seria uma péssima ideia. Eu trocava meu peso de um pé para o outro de forma nervosa.
–– Apenas mais alguns minutos Anne... para de ser careta. Resmungou e logo se envolveu no enlace de um moreno que a todo o momento a xavecava. Eu me odiava por nunca saber como negar.
♪
Segundo dia de volta ao lar. Eu continuava no cubículo de Ceci, me sentia melhor assim, ao menos ali sempre teria a companhia de minha prima tagarela sem ter de abrir mão de minha privacidade.
Quando o dia nasceu, Rafael se arrumava sozinho para ir à escola. Eu olhei para Ceci ao outro lado da cama. Bem, ela não tinha condição alguma de acompanhar o filho. Estava totalmente apagada e era previsto que acordaria com uma ressaca e tanta. Quando Ceci disse alguns copos de tequila ela não estava brincando.
–– O que acha de levá-lo até a escola hoje? Diferente da mãe, o menino era arredio, não era muito amigável, ele apenas deu de ombros e voltou a se concentrar em amarrar o cadarço dos sapatos.
O café da manhã fora passado em poucas palavras, Rafael resmungava sobre a mãe não ter o arrumado para ir á escola, algo que incomodava muito vovó e vovô, eles tinham grande desgosto pela falta de maturidade de Ceci. Tia Débora havia saído cedo, ela teria grande trabalho com as encomendas do casamento de Mike e Sophia, pela correria de titia para aprontá-las, deduzi que a data estava próxima.
Rafael e eu caminhamos de mãos dadas pela rua de barro. No caminho até a escola, parei em uma pequena barraquinha de doces para lhe comprar algumas balas, fazendo-o me garantir que só as comeria no intervalo. Algo que me renderá alguns pontos com o menino de poucas palavras, ao menos havia ganhado um enorme sorriso.
A pequena escola havia de ter crescido ao menos uma sala, algo bom para vila, que tinha um número de crianças cada vez maior. Elas necessitavam de espaço e materiais de qualidade, ao menos o espaço eu sabia que agora eles tinham.
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INFINITOS "LIVRO I SÉRIE DESTINADOS"
Romance"EU TENTEI SER O HERÓI DELA, MAS NÃO SE SALVA A HEROÍNA DA HISTORIA" Anne Scott tem tudo o que um dia sonhou: uma carreira brilhante como atriz e é a ascensão no mundo da musica, com apenas vinte e seis anos é a nova grande queridinha do mundo artís...