CAPITULO QUINZE | JÁ ESTIVE AQUI

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"Se eu tivesse que dar tudo

o que eu tenho

Isso irá retornar do amor que esta crescendo.
Vou dar-lhe de bom grado
Porque nada se compara

Aos momentos que nós compartilhamos"
If Tonight Is My Last-
Laura Izibor

Mike olhou feio para o irmão que em nada parecera se incomodar. Eu o vi soltar minha mão e serrar os punhos, eu me sentia mal por ter criado aquela rincha. O que me fez ressaltar uma nota mental de nunca mais ingerir álcool, principalmente o tipo de bebida barata que era bem mais forte do que de fato aparentava ser. Natan abriu os lábios para dizer algo, mas fora interrompido pelo redemoinho rosa que correra para os braços do homem ao meu lado.

–– Kasie Azevedo eu lhe disse para não correr. A garotinha ignorou o olhar zangado da mulher que lhe seguia. Eu invejei sua coragem, o olhar azul tão frígido me causara calafrio. Pela pele clara e cabelos louros a altura das orelhas e semelhança notável a Natan, deduzira que aquela seria a mulher oficial de Robert.

–– Como vai minha garota favorita? Mike aprumou em seu colo a menina que não deveria ter mais do que cinco anos. Olhos verdes como azeitona e cabelos castanhos claros, ela não se aparentava com ninguém da casa, nem mesmo a senhora de nariz empinado.

–– Sinto sua falta. Ela enroscou os braços curtos em seu pescoço. Mike a abraçou com o mesmo carinho, mas erguera o olhar para a insatisfação da mulher ao ver o sentimento fraternal entre eles.

–– Venha Kasie ainda tenho de lhe pentear os cabelos. A mulher sem nome puxara a menina pelas mãos de forma zangada, vendo que ela não lhe seguiria de bom grado.

–– Que bom que chegaram, pensei que não viriam mais. Robert descia as escadas sorridente arrumando o blazer verde musgo que não parecera lhe agradar. Ele coçava o pescoço incomodado com tecido, meu sogro parecia saudável, eu realmente achava uma pena que não estivesse.

–– Há querido, já iria mesmo avisá-lo. O tom temido da esposa se transformara magicamente para amigável e seu sorriso cordial começara a aparecer em seus lábios ou ao menos uma tentativa de sorriso. Vadia!

–– Não quero pentear os cabelos. A baixinha cruzou os braços irritada. Eu quase ri de seu beicinho birrento.

–– Então jantara em seu quarto.

–– Carlota deixa a menina, estamos entre família. As palavras de meu sogro fizera a mulher corar, não por constrangimento e sim por fúria, era visível a quilômetros de distância que Carlota não concordara muito com o jantar organizado pelo marido. Também ficara um tanto alarmada com suas palavras. Robert nem mesmo registrara o filho e agora agira como se o visse com constância. Ele deu tapinhas no ombro da esposa antes de estender-me a mão.

–– Como é bom vê-la novamente senhorita Scott, creio que não conheceu nossa pequena Kasie, minha filha caçula. Eu lhe apertei a mão por educação e sorri para menina que correra por entre sala ignorando meu cumprimento. Eu realmente não era lá muito boa com crianças, o que fez meu coração doer um pouco.

–– É bom vê-lo senhor. Ele passara de mim para Mike que estava a me deixar preocupada com seu silêncio. O pai lhe estendera a mão para um aperto que fora ignorado pelo filho que encarara o gesto como algo ridículo. Constrangido Robert descerra o braço.

–– Vocês custaram a chegar.

Tentou começar uma conversa. Mike lhe fitava os olhos com magoa, estava começando a pensar que era inútil estar ali, não importava se Robert teria seis meses ou uma semana, Mike não conseguiria perdoa-lo. Eu lhe cutuquei o ombro com o meu a espera que dissesse algo. Talvez comparecer aquele jantar houvesse mesmo sido uma terrível ideia.

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