INFINITOS "LIVRO I SÉRIE DESTINADOS"

CAPITULO TRÊS | SHOW DE TALENTOS

"Pra você guardei o amor
Que nunca soube dar
O amor que tive e vi sem me deixar
Sentir sem conseguir provar
Sem entregar
E repartir"
Pra você guardei o amor - Nando Reis.

–– Me perdoe? Supliquei, não queria a piedade de Mike, mas queria redenção para o meu coração, por partir, por tê-lo feito sofrer, talvez por isto... Por isto estava ali, talvez por este motivo o destino houvesse me feito voltar, para ter o perdão de Mike e de minha família. Eu os havia abandonado sem dó ou piedade.

  Talvez para reencontrar a essência de quem eu era. Por um logo tempo vivia apenas como um robô. Desejava apenas agradar a todos, aos meus produtores, fãs, gravadoras, Tyler, não sabia mais quem eu era, do que realmente gostava, duvidava saber o que era realmente sentir amor.

   Sim, quando estava no palco, quando sentia as melodias de uma música, quando ouvia o público gritar meu nome: "Anne, Anne, Anne". Era algo que fazia por amor, gostava da sensação, gostava da forma como aquilo preenchia meu peito, mesmo que por poucas horas.

  Logo eu voltava para meu grande apartamento. — eu tinha um bonito lar, luxuoso no centro de Nova York, mas era vazio — Era grande demais para quem vivia só. Era assustador na escura madrugada, onde cada passo que dava era ecoado pelas paredes sem graça que eu nunca teria tempo para colorir.

–– Está tudo bem Anne. Agora Mike me desconcertou, ele me abraçou sem restrições, era como se o tempo não houvesse passado, era como se fossemos apenas simples jovens sonhadores. Era apenas eu e Mike.

–– Você é feliz? Eu não esperava desabar sobre Mike, mais ao menos de forma tão desastrosa e humilhante, ali em seus braços. Eu era apenas uma garota comum, não havia expectativa para que fosse perfeita.

–– Sim, Anne. Sou muito feliz, tenho uma bela fazenda, uma noiva que amo, tenho tudo que poderia querer! Arfou. Sim eu já sabia que Mike era noivo, mas... E a fazenda? Não podia ser...

–– Aquela é sua fazenda? Apontei para lugar que deixara há alguns minutos.

–– Sim.

Estava ali. A explicação para empolgação de vovô para me trazer e a reprovação nos olhos de vovó, como não tinha percebido? Vovô sempre fora um grande torcedor para que meu romance com Mike engatar.

–– Ela é muito bonita. Afastei-me um pouco      

–– É muito bonita. — Se gabou orgulhoso do sonho realizado — Mas... o que faz aqui?

–– Vovô... ele... ele me trouxe para que o ajudasse a vacinar os cavalos. Começava a me recompor.

–– Ah, bem... Eu tenho alguns trabalhos para resolver, até mais Anne.

   Ele não me parecia ter pressa para realizar alguma coisa, ele parecia fugir de mim. Eu também fugiria, depois de meu surto psicológico, talvez Roberta, minha assessora estivesse certa, talvez fosse bom para mim, visitar um psicólogo.

  Na volta para casa, vovô observava meu silêncio com cautela, estava contente por nem ele nem ninguém de minha família terem feito perguntas sobre meu descontrole no almoço.

Eu não saberia dizer o que estava acontecendo comigo, apenas um dia naquele lugar fora o suficiente para criar uma perfeita confusão em meu ser.

Estar com Mike era algo desconcertante, toda vez que o via, era como se os anos não houvessem se passados para nós. Mas havia, eu havia o superado, sabia que sim, mas por quê? Por que então ele me deixava tão balançada?