CAPITULO TREZE | EX-NAMORADO

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"É possível que lar
seja uma pessoa e
não um lugar?"
(Anna e o Beijo Francês
-Stephanie Perkins)

Ele se aproximou e me puxou para perto antes mesmo que eu pudesse dizer algo. Envolveu minha cintura com seus braços. Eu segurei a mão de Mike com precisão. Fora em vão, ele a soltou chateado.

–– Senti tanto sua falta Anne. A mágoa ainda estava lá, camuflada em meu peito. Eu tive de me conter para não lhe empurrar com mais fúria do que realmente fizera.

–– O que faz aqui? O sorriso dele morreu e por fim me soltou, no entanto não se afastou.

–– Você sumiu, estive a sua procura durante dias, tenho tanto a lhe explicar. Ele tinha! Ainda assim não gostaria de escutar nada que tivesse a dizer.

–– Como conseguiu me encontrar? Tyler nunca estivera na vila, nunca mostrei grande interesse em lhe trazer, sempre acreditei que não fosse o tipo de lugar que lhe agradaria.

–– Eu vi sua foto em alguns jornais –– É claro que a notícia já havia se espalhado ––Deduzi que estivesse com seus avós e quase obriguei Roberta a me passar o endereço.

Eu tinha de ligar para Roberta, eu a fiz prometer que não contaria a ninguém. Principalmente meu ex-namorado traidor, mesmo que ele fosse o seu irmão. Tyler levou o olhar para Mike que dera dois passos para trás quando ameaçava se aproximar. Como se o visitante tivesse algum tipo de doença contagiosa.

–– Eu sou Tyler, namorado da Anne. Ele só podia estar de brincadeira. Mike gargalhou com sua pretensão.

–– Eu me lembro bem quando você disse que precisava de um tempo sozinho. Ressaltei furiosa demais pela forma como se referiu a mim.

–– Eu disse um tempo Anne.

–– E eu lhe dei este tempo, gostaria que fizesse o mesmo por mim. Apontei para porta.

–– Mas Anne. Tyler mostrou-se infeliz. Ressentimento queimava em seus olhos normalmente contentes. Como os de um menino que nunca ficara triste.

–– É melhor ir embora. Mike por fim dissera algo, punhos cerrados como se desejasse lhe amedrontar.

–– E você é? Tyler era mais magro. Poucos centímetros a menos em altura que quase passava despercebido, ainda assim fora corajoso suficiente para enfrentá-lo.

–– Mike. A forma como sua voz se manifestará fizera com que até mesmo eu temesse. Eu estremeci e os pelinhos de meus braços se eriçarem.

–– Eu só quero conversar com a Anne, me explicar. Ele pareceu sincero e ao mesmo tempo exausto. Tyler chegará ao Brasil vinte quatro horas depois da foto se espalhar. Tivemos nosso romance, não queria que assim como eu e Mike, houvesse coisas necessárias a ser ditas deixadas para depois.

–– Vai embora depois que conversarmos? Impusera minha condição.

–– Anne! Mike pestanejou, trincando o maxilar frustrado.

–– Se quiser que eu vá. Deu de ombros, tão seguro de si!

–– Vai ser apenas uma conversa. Virei-me para Mike. Queria que houvesse uma forma de lhe assegurar que não existirá nada mais entre mim e Tyler além de falhas e feridas.

Ele encaixou meu rosto entre seus dedos, mirando-me com grande esforço. Ele estava a tentar me dar a confiança que lhe requeria. Não gostara de algo na forma com a qual me fitava, eu tive vontade de agarra-lo e simplesmente não deixa-lo ir, ainda assim eu sabia que era necessário. Seu telefone tocou e ele me largou algo naquela ligação lhe trouxera angústia.

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