CAPITULO ONZE | BEM-VINDA

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"Fogo e gelo

Esse amor é como fogo e geloEsse amor é como chuva e céus azuisEsse amor é como o sol nascendoEsse amor me fez tentar a sorteNão me abandoneAinda estou apaixonada por vocêAinda estou apaixonada por você"

Still Falling For You

Mike observou-me com tanta paixão que quase não notara quando o sinal ficará verde. Eu sorria como uma criança que acabara de ganhar um doce, ele pôs uma das mãos em minha coxa.

Naquele momento a saudade que sentirá do contato com seu corpo, com sua boca! Fora tão tremendo que quase o fizera parar em algum beco escuro, apenas para apreciar um pouco mais da sensação de êxtase que me trouxera.

Tal momento parecerá até mesmo irreal. Depois de sete anos eu estava ali, em sua companhia e de todas as minhas queixas, meu maior arrependimento fora não ter aproveitado cada segundo ao seu lado. No entanto aquilo me parecera insignificante agora, eu não poderia recuperar o tempo desperdiçado, ainda assim pudera fazer aquele tempo valer a pena, iria desfrutar de cada instante daquele futuro incerto que tínhamos a nossa frente.

Ficará tão contente quando avistará a estrada escura de barro, sinal de que estávamos um pouco mais perto de casa. Mike conduzia devagar, eu não estava incomodada, havia um bom motivo para isto. Ele não conseguirá concentrar o olhar selvagem na estrada. Constantemente fitava o retrovisor para observar meu reflexo. Os meus olhos.

Ele sorria para mim! Eu ainda era capaz de fazê-lo sorrir. Isso deixará meu coração tão completo. Naquele momento todos os meus pensamentos, tantos que faziam uma veia saltar em minha testa se resumia a ele e o quanto eu o queria. Nunca sonhará que ficaria tão feliz ao entrar na vila, meu coração palpitava.

Ele queria ir com calma, mas eu não seria forte o suficiente para deixá-lo ir embora aquela noite. Logo quando o destino parecerá deixar tudo em plena harmonia. Ele tirou o blazer antes de descer do carro e abrir a minha porta. Já devia ser tarde. Não havia mais cidadão algum na rua ou pendurados na janela! A comunidade pacata dormia tão cedo quanto acordava.

–– O que achou? Quis saber, ele me levará para jantar, mas a ideia fora minha. Estávamos em minha varanda, como no dia de meu retorno, desta vez não estava encharcada ou com a maquiagem borrada, não soubera dizer como Mike fora capaz de achar-me linda aquela noite.

–– Devo admitir que melhor do que eu achei que seria. As mãos se resguardaram no bolso. Um gesto costumeiro que expressava bem o seu nervosismo ou insegurança, quase nunca soubera distinguir.

–– Acha que pode ficar melhor? O instigo.

–– Não acha cedo demais para isto? Balbuciou sem jeito, ele queria!

–– Esperamos sete anos Mike, nada que fizermos será cedo demais, ao contrário disto.

Ele admirava-me. Queria lutar contra seus instintos, queria lutar contra o desejo que lhe tomava. Mike era o homem mais controlado que já conhecerá. Éramos opostos como um dia calmo ensolarado e uma tempestade com raios e trovões. Eu era a tempestade.

–– O que acha de ao menos ver o que fiz em meu quarto? Sugeri, ele observou a rua e por fim arfou quando nada parecerá lhe impedir.

Antes de entrarmos ele trancou a picape retirando de lá o ramalhete de girassóis que me entregará, eu acomodei as flores em minhas mãos e o guiei até o quarto, como se ele não conhecesse o caminho. Ele sorriu ao ver o meu bom trabalho. Havia um guarda-roupa, cortinas na mesma tonalidade de amarelo da parede. Colocará até mesmo um criado mudo, onde largará as flores. Tudo parecia novo, exceto pelo sapo de pelúcia sobre a cama e o violão antigo. Eu lhe fitei apreensiva, em expectativa, ansiosa para saber o que houvera achado.

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