39 | INDEPENDENTEMENTE DO QUE ACONTECER

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Era estranho o lugar a sua volta, mas Hanna, imediatamente, o reconheceu. Engoliu em seco.

— Os sonhos não iriam parar...? — Ela perguntou a si mesma num sussurro.

O lugar era totalmente florido, assim como no sonho que tivera há tempos. Seu primeiro sonho com Peter. Um sonho com quê de romance.

Era lindo, belo e magnífico o lugar ao seu redor. Milhares de tipo de flores desabrochavam ali e seus olhos se iluminavam com isso.

Ao olhar as flores ao redor, notou que não estava com a mesma roupa que vestira, e sim com aquele lindo e delicado vestido que pegara emprestado de Alyce. Era um sonho no final das contas.

No entanto, por mais bela que fosse a paisagem ao seu redor e do magnifico vestido que usava, não tinha forças para sorrir. Ainda tinha Peter. Ou melhor, não tinha.

As lágrimas voltaram aos seus olhos ao lembrar de seu garoto e a raiva floresceu, ao perceber que o destino ainda continuava a lhe pregar peças, não parando com os malditos sonhos mesmo depois de tudo. Mesmo ela sabendo que quando se sonha, não se sabe que está sonhando. Então, o que seria aquilo?

— Por quê? — Ela grita para os céus e começa a chorar.

Dez, quinze ou vinte minutos, ela não sabia, não parava de chorar. O tempo ali era diferente. Acabou as suas forças e ela desabou no chão, ajoelhada. Com os olhos inchados e os braços um pouco trêmulos, em meio a todas as outras flores coloridas, bem em sua frente,  havia um lírio branco, que logo chamou a sua atenção.

Engolindo em seco e suspirando, enfim ela esticou o braço para acariciar a flor, costume seu, porém, ao tentar realizar o ato, paralisa ao notar um breve detalhe não percebido antes: um fio vermelho amarrado em seu quinto dedo, o mindinho.

Sua respiração parou e sua visão embaçou, mas o efeito durou pouco. Ao fim do raciocínio, levantou-se tão rápido do chão que ficara tonta. Olhou para os cantos e até onde o fio a levava e notou que, no topo de uma pequena colina, encontrava-se uma única árvore em todo o cenário. Era até lá que o fio a guiava.

Sem pensar, correu tão rápido que não enxergou a sua volta. Arfares pesados e longos escapavam de sua boca. Os ombros voltaram a tremular e seus olhos piscavam freneticamente. Dessa vez, não havia correntes a segurá-la.

Correu o mais rápido que pode e, muito ofegante, chegou ao topo do morro, notando, então, uma figura alta, esbelta e misteriosa de costas ao lado da árvore. Seus olhos iluminaram em esperança.

Hanna, ainda ofegante, olhou para a sua mão e acompanhou com os olhos até onde o fio iria. E, então, suas suspeitas foram confirmadas: a outra ponta estava amarrada no dedo de outro alguém.

Deu alguns passos receosos e puxou o fio para si. A figura, ao virar-se, paralisou o corpo da jovem. Não conseguia mais respirar.

— Não... — Sua voz morreu.

Os olhos de Hanna encheram-se de lágrimas novamente e ela perdeu suas forças subitamente. Não conseguia acreditar na pessoa que estava em sua frente. Preste a se segurar na árvore ou simplesmente cair no chão, Peter, igualmente petrificado, sai de seu transe.

— Hanna!? — Ele perguntou assustado.

Mesmo atordoado e surpreso, o garoto a segurou com toda a delicadeza, impedindo-a que fosse ao chão. Preocupado e assustado, ele trouxe o corpo dela para si e a abraçou com toda a força que tinha, quase chorando de saudades.

— Ah, Hanna! — Ele suspirou eufórico enquanto colocava a mão sobre o cabelo dela, massageando-o.

Enquanto isso, Hanna estava perplexa com o quão realista era ele. Como poderia ser apenas um sonho? Estava tão paralisada que não conseguia dizer nenhuma palavra, enquanto Peter soltava mil.

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