29 | ANSIEDADE

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Peter estava em desespero.

Na verdade, desespero era pouco para o que estava sentindo naquele momento.

Era domingo de manhã, um novo dia, um dia belo e colorido. O dia em que contaria que estava apaixonado por Hanna.

Bem, isso se ele não tiver um piripaque antes.

Na noite anterior, depois dos desabafos, choros e encaradas ardentes por parte de  Peter, eles tinham voltado para casa de Hanna, já que não havia mais clima para festival algum. Eles tinham voltado silenciosos e sem saber como agir.

Peter havia pensado inúmeras vezes, durante o trajeto, em se declarar ali mesmo, mas não havia nem um pingo de coragem em seu organismo, além do fato dele querer fazer aquilo numa situação mais propensa e não após ter chorado nos braços da garota que gosta.

Mas agora já é um novo dia.

E ele diria à ela seus sentimentos.

E ele não estava preparado.

Peter dava voltas e voltas pela sua suíte no hotel quando tomou um susto ao ver a porta sendo aberta de supetão, mas acalmou-se ao ver que era apenas Bryan sendo Bryan.

— Nossa, o que que rolou? — O amigo indagou ao ver o estado deplorável de Peter e seu quarto bagunçado.

O de olhos acinzentados olhou em direção ao que o amigo fitava e praguejou que não havia nem arrumado a cama. Eram onze da manhã, mas havia acordado às seis devido aos seus sentimentos à flor da pele por causa da noite anterior e a ansiedade devido ao dia que se iniciaria. Desde aquele momento, pediu que nenhuma camareira entrasse em seu quarto, já que necessitava de um momento a sós consigo mesmo, porém, olhando a situação atual do quarto — além da cama bagunçada, havia roupas espalhadas no chão e alguns pacotinhos de salgadinho que comera desde que acordara —, acha que teria sido melhor não ter proibido a chegado das arrumadeiras.

— Hum, é, nada demais... — Peter sussurrou enquanto dava voltas no quarto, catando as embalagens para jogar na lixeira.

— Aham, sim, nada demais. — Bryan frisa a frase de Peter — Por acaso o encontro deu errado?

Peter ergueu-se do chão e encarou o amigo com as sobrancelhas franzidas.

— Encontro?

— Sim, ontem. Com a Hanna.

Peter estremece e sua frio ao ouvir o nome da ruiva.

— Ah, isso, bom. Não, deu certo sim. Aconteceram alguns imprevistos, mas foi muito bom.

— Então por que parece que você tomou quatro latas de energéticos enquanto estava numa vibe depressiva? — Bryan ergue uma de suas sobrancelhas, mas depois se espanta e ergue seus braços em direção ao amigo — Espera, não me fala que você tomou quatro latas de energético enquanto estava numa vibe depressiva?! Porra, Peter, eu já te disse que isso faz mal e quando você toma tanto energético assim...

Peter não deixa o mais velho continuar seu discurso idiota e memorizado, jogando, em seu rosto, uma camisa cinza que estava no chão.

— Não, idiota. Eu não tomei quatro latas de energético. Pode parar com teus sermões.

— Ah... — Bryan suspira aliviado e põe a mão no peito, pegando com a outra a roupa cinza e jogando-a no chão novamente. — Nossa, que bom!

— Não vai nem me pedir desculpas pela acusação injusta!? — Peter olhava-o abismado, mas já estava acostumado com tamanha vagabundice e falta de vergonha na cara de Bryan.

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