7 | ME DESCULPE

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Ao tocar o sinal da última aula, Hanna arruma seu material rapidamente e logo sai da sala. Prestes a sair da escola, alguém a chama, fazendo-a se virar com raiva por perceber quem era.

- Algum problema, senhor Elliott? - Pergunta Hanna cerrando os punhos.

- Talvez eu tenha que te lembrar do que a professora lhe disse mais cedo. - Responde Peter se referindo a monitoria.

- Você gosta tanto assim de mim, para ter que chegar ao nível de pedir a professora que eu dê aulas de monitoria à você? - Provoca a garota.

- Nós estamos no mesmo barco. Isso é tão inconveniente para você quanto é para mim.

- Não pareceu na hora, quando você me olhou com aquela expressão.

- Só achei engraçado a sua reação. Parecia que você queria me matar. Aquilo não poderia ser mais engraçado.

Hanna, perdendo a paciência, bufa, vira-se de costas e começa a andar, mas logo é puxada pelo braço.

- Olha, mesmo eu não querendo passar mais nenhum segundo contigo, eu ainda preciso passar de ano. Já dei muito mole não fazendo aquele trabalho estúpido. Sendo assim, eu sou obrigado a fazer monitoria, assim como você é obrigada a me dar monitoria, porque eu acho que a professora não ficaria muito contente ao saber que você não cumpriu sua promessa.

A garota, mesmo odiando isso, teve que concordar com ele. Ela já havia concordado em dar monitoria a Peter e se ela não cumprisse, provavelmente, suas notas cairiam e, assim como Peter, Hanna não desejava repetir de ano. A garota se vira por completo e suspira por desistência, retirando seu celular do bolso.

- O que vai fazer? - Pergunta o garoto confuso.

- Esse é o meu número. - Responde Hanna mostrando o celular ao garoto - Me mande uma mensagem, que te respondo mais tarde com uma data e horário para nos encontrarmos. Não posso fazer isso agora porque tenho um compromisso.

Peter retira seu celular do bolso e adiciona Hanna em seus contatos. Sem se despedir, a garota vai embora, indo em direção à sua casa.

***

Entediada enquanto trabalha, Hanna batucava seus dedos no balcão da lanchonete. Depois do encontro que teve com Peter, a garota foi para casa, mas logo depois teve que ir trabalhar. A lanchonete estava vazia e sem ter nada para fazer, Hanna pega seu celular e confere sua agenda. Depois de um tempo ainda usando o celular, o sino da porta faz barulho, indicando que alguém havia entrado e sem tirar os olhos do aparelho, Hanna espera que a pessoa se sente em uma das mesas, para que depois possa atendê-la.

- Cof-Cof.

Hanna então levanta sua cabeça rapidamente e desliga seu celular. Como estava muito concentrada no aparelho, não havia percebido que o homem sentou-se no balcão ao invés das mesas distribuídas pela lanchonete. O rapaz usa capuz e óculos escuros e tem a aparência de um homem de vinte e poucos anos.

- Me desculpe, senhor! O que vai pedir? - Diz Hanna, ajeitando seu avental e postura.

"Isso já não aconteceu antes?", pensou a garota tendo um breve déjà-vu.

- Um amigo, uns dias atrás, me recomendou o misto quente daqui, então eu queria pedir dois, por favor. Ah, e você poderia embalar para a viagem?

- Claro, espere um pouco, senhor.

Hanna começa a preparar o pedido do rapaz, mas começa a ficar desconfortável ao perceber que o homem a observa atentamente.

- Aqui está, vai querer algo para beber? - Pergunta Hanna ao entregar o pedido do rapaz.

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