25 - Decepção

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Hakon

Desde que a Manuela se ligou a mim, notei mudanças sutis em seu comportamento. Ela parece mais atirada, confiante, atrevida seria a palavra certa.

Parece que suas reações a tudo a sua volta ganhou uma emoção maior. Isso deve estar ligado a característica que a Haskia disse que ela poderia ter.

O artifício que ela usou pra me fazer ir no jantar, me surpreendeu, de forma positiva. Chegamos ao jantar, o qual eu não estava interessado em ir e ela parecia radiante.

Estou conversando com alguns lobos que são alfas em outras regiões e ouço em alto e bom som e provavelmente todos os ali, também escutaram, minha mulher dizer como foi fazer sexo oral em mim.

Sigo o mais rápido para onde ela está.  — Manuela, pelos deuses, pare de falar cobre isso. Todos aqui tem audição aguçada.

O jeito que ela me olhou, foi um misto de vergonha e surpresa, por ter esquecido de onde estava. — Sério que todos me escutaram?

—Talvez, se estivessem conversando, não, mas foi alto o suficiente para ser ouvida. — Ela me abraça, envergonhada e sinto a força da nossa conexão.

Minutos depois um dos alfas que estava no jantar, descobre que a Marfa é sua predestinada. Começa a rosnar e leva a amiga da Manuela para fora da casa. —Ele vai machuca-la. — Ela está preocupada, mas não sabe que o lobo jamais faria qualquer coisa intencionalmente.

Continuamos o jantar, e depois Marfa e Manuela se trancam no quarto. Tempos depois minha amada vem até a sala. E sua áurea,  agora muito mais evidente perto de mim, diz que está acontecendo alguma coisa.

—Está tudo bem? — Eu sei que não, mas ela desconversa. Acredito que seja por causa da amiga. Não consigo sentir seu cheiro de mentira, mas agora é perceptível quando ela está com algum problema.

—Vou para a cozinha, conversar com a Haska e Talula, depois nos falamos. Meu sexto sentido me manda averiguar o que de fato está acontecendo, mas ignoro e continuou a conversar com os outros homens.

Algum tempo depois, não sinto seu perfume único, apenas o rastro dele. Me levanto e vou até a cozinha, onde ela me disse que estaria e não a encontro.

— Manuela, cadê você? Haskia? Talula? — Eu sei que ela saiu, mas eu tinha que confirmar.

—Meu senhor? — Minha bruxa aparece pálida na porta da cozinha.

— Onde ela se enfiou?

— Ela precisou sair. Levou a Marfa junto.

— Sair para onde?  — Sinto a fúria tomar conta de mim e de todo o espaço a minha volta.

— Ela não quis me contar, para que eu justamente não tentasse mentir a você.

— Ela foi vê-lo? — Sinto o ódio tomar conta de mim.

— Acredito que sim, Hakon, mas ela não foi sozinha, levou a Marfa. — Nesse momento o Sasumo entra na cozinha.

— Eu já escutei, nossas mulheres pregaram uma peça bem embaixo dos nossos narizes? Um alfa e um guerreiro milenar? Ele parece me io divertido.

— Isso não pode estar acontecendo. Ela não seria irresponsável e desrespeitosa a esse ponto. Não posso acreditar.

Ouço os passos de Francis e Ravana chegando a cozinha. — O que houve, Hakon? — O demônio pergunta baixinho.

— Não sei ao certo, mas se minhas suspeitas se confirmarem, trarei sua casa a terra. — Digo me referindo ao inferno.

Pego meu celular e ligo. Ela atende depois de vários toques — Não seja irresponsável. Não faça isso, ou vai se arrepender. — Minha voz é  fria e oca de sentimentos.

Hakon  e o preço da dúvida - Livro I - Os Escolhidos Onde histórias criam vida. Descubra agora