23 - Descobertas

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Manuela

Acordo com o peso de seu braço sobre mim. Estou diferente, sinto isso. Meu corpo parece estar sob uma áurea de alegria, porém, necessita sair ao sol. O sopro de liberdade me impulsiona a ir lá fora.

Meu companheiro dorme, me levanto devagar, coloco sua camisa, que vira um vestido e saio nas pontas dos pés. A mansão é linda, dá escada, vejo o andar inferior, várias salas, tudo minimamente decorado, com muitas flores. Tão grande para duas pessoas.

Sigo rumo a uma grande porta, ouço o barulho do mar. Assim que abro, sinto a brisa beijar minha pele. Sorrio, estou feliz, como nunca estive antes. Descalça, piso na grama, abro os braços e sinto o sol.

É  tão lindo. A grama está bem cuidada. Vou andando por um caminho e sinto minha garganta se fechar. Me deparo com um jardim destruído. Começo a chorar.

– Me perdoe, não era pra você ter visto isso. – Me viro e abraço seu corpo.

A sensação de dor e tristeza ganham espaço, onde antes tinha alegria. – O que aconteceu aqui? Isso. – Aponto com a mão. – Me causa dor. Quem fez isso com elas?

–  Vem comigo. – Ele beija minha cabeça e me pega no colo. – Eu sinto muito por ter visto aquilo. Era pra ser um presente pra você, pequena.

– Você fez aquilo. – Não perguntei, apenas confirmei minhas suspeitas e sabia exatamente por qual motivo, ele fez o que fez.

– Eu sinto muito. – Ele se agacha em frente a cadeira que me colocou. – Prometo que será a primeira coisa que irei refazer. – Ele parece incomodado.

– Eu sei o porquê de você ficar assim, o que acha juntos reconstruirmos o jardim? – Ele sorri e aparentemente gosta da ideia.

– Sim. Vamos reconstruir. Mas antes, vamos tomar café da manhã e depois vou me alimentar de você. – Meu corpo reage imediatamente a sua fala.

A manhã foi incrível. Hakon parece insaciável. Diferente do dia anterior, e mesmo eu estando dolorida, queria mais dele em mim. Nada parece o suficiente. – Você precisa descansar, temos a eternidade pra usufruirmos do corpo um do outro.

– Eu preciso comer novamente. Estou morrendo de fome, não sabia que sexo cansava tanto. – Ele gargalha da forma que eu falo.

– Você fica lindo, sorrindo. Porque não sorri muito?

– Não tinha motivos. Agora tenho você. Mas só você merece o meu sorriso. – Estamos nos beijando e o celular dele toca, ele pede licença e atende. –  O que foi, Bruxa?

Fico olhando sua falta de paciência pra falar com Haskia. Os dois tem muitos anos de convivência e sempre foram assim, e sei que no fundo, ele se preocupa com ela.

Ele desliga e vem até mim. – Fomos convidados para um jantar na casa do Francis, mas a verdade é que eu não gostaria de ir.

Empurro meu pé em seu peito e ele o segura sugando meus dados, me causando uma sensação boa entre minhas pernas. – Hummmm. – Ele ergue os olhos. Sorrindo safado. Meu Deus,  como ele é lindo.

– Mas você precisa descansar. – Faço um bico. – Seu corpo agora vai se restaurar rápido. Mas ainda sim, sua imortalidade é recente. Quanto mais o tempo passa, mas mais rápido a cura.

– Então, vamos nesse jantar, se não, eu vou querer você de novo dentro de mim. É normal essa necessidade?

– Sim, acabamos de ligar nossas almas. Elas estão em festa. Mas a verdade é que eu não entendo muito bem. Talula e Haskia devem ter mais respostas.

Hakon  e o preço da dúvida - Livro I - Os Escolhidos Onde histórias criam vida. Descubra agora