12 - O ciúme de Manuela

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Hakom

O dia passou arrastado,  maldita hora que eu disse que não iria ficar com ela. É impossível conseguir vencer o desejo que sinto. Desde que a toquei,  só penso na Manuela.

Estou como um viciado em busca da droga preferida. A casa toda cheira a ela e agora depende de mim o momento de nós unir. Mas como submete-la a uma vida perdendo todos a sua volta?

Sou, sempre racional,  mas hoje, estou uma bagunça de sensações. Os deuses tinham realmente uma ideia real de que amor nos tira o foco. Eu nem tive o vínculo com ela e não penso em outra coisa a não ser protegê-la e ficar sempre ao seu lado.

E sem contar que ela é linda. A mulher mais perfeita que já conheci. Como posso pensar em não dividir a eternidade com ela?

Agora eu estou desesperado e só tem dois dias que a conheço. Uma guerra entre desejo e bom senso se inicia dentro de mim.

Haskia e Ruth saem com ela para o vale das flores,  para treina-la antes que ela se machuque ou acabe ferindo alguém.

Ela era uma humana e agora foi jogada nesse turbulento mundo sobrenatural com um poder que pode sobrecarrega-la a ponta de tirar sua vida.

Resolvo ir até o lobo, já que Rav voltou para o inferno,  como ele mesmo disse. – Francis? Podemos conversar?

– Entre guerreiro. Como está sendo a vida ao lado da sua predestinada? Ainda se negando a receber sua companheira por direito, sua metade da alma?

– Todos os lobos são assim ou essa melosidade com predestinada é coisa sua. – Ele gargalha.

– Nós,  lobos, desde que transformamos pela primeira vez,  os homens, aos 20 anos, despertamos o desejo de encontrar nossas mulheres. Todo lobo anseia por ter sua companheira. Eu, mesmo sabendo que não teria uma, não fugia a minha natureza de procurar.

– Você sabe que já tentei inúmeras vezes morrer. Mas sempre voltava. Cheguei a conclusão que não temos alma. Por isso não morremos, não tem o que receber do outro lado. Como submete-la a isso?

–Mas e ela? O que acha disso?  Ou tomou uma decisão unilateral?

– Eu tomei essa decisão sozinho. Ela carrega a minha essência, ela sempre vai querer estar comigo. – Esfrego o rosto.  – Eu desejar estar com ela, tem sido desesperador.

–  Tem ideia do que ela está sentindo? O medo, rejeição, tudo nela dever ser ampliado. A alma dela pertence a você, mas você a nega. Ela não viverá para sempre, mas terá uma vida de merda.

– Você tem razão. Mas o medo em vê-la sofrer com a amiga indo e ela ficando, por exemplo, tem um peso grande em minha decisão.

–  Você conseguiria ver sua predestinada com outro homem? – Rosno só em pensar.

– Ela não pode ter outro homem. Não depois de termos descoberto o que somos um para o outro. Isso não, eu mataria quem quer seja a toca-la. Ela é minha Francis, minha.

– Então eu acho que já tomou sua decisão. – Ele fala e coloca as duas mãos atrás da cabeça e sorri da minha cara de pânico. –  Quando eu encontrar a minha. Ficarei muito feliz e não me virão um bom tempo, eu a levarei daqui para um lugar ermo, só nós dois.

– A ilha ainda está a venda? Pergunto, tendo uma ideia do me eu pretendo fazer.

– Posso conferir para você. Não fica distante da minha. Mas não é perto o suficiente para chegar num simples mergulho.

Peço para ele confirmar a venda e tomo a decisão de que precisava ser tomada. Vou para minha ala.

Mais tarde ela volta e vou fazer o certo, conversarmos. Preciso retornar ao Canadá em breve então a deixarei para trás.

Hakon  e o preço da dúvida - Livro I - Os Escolhidos Onde histórias criam vida. Descubra agora