Manuela
Conversei com a minha amiga, que parecia estar amedrontada, pela reação do tal lobo ao encontra-la. Ela pediu um tempo, para assimilar o que estava acontecendo e depois falaria com ele.
Segundo Francis, ela terá que ir com o seu companheiro, mas ela se fechou completamente e não consegui saber sua decisão. Fato é que o tal Sasumo, não deixou mais o local onde ela se encontra.
Ele está revoltado por ela não querer abrir a porta para ele. Que não facilita, rosnando do lado de fora. — Amor, eu preciso falar com ela. — Hakon me olha e sabe que não desistirei.
— Se eu disser não, você me escutará?
— Sabe que não. Por isso te amo muito, você antecipa as coisas que sabe que não adianta gastar energia.
Ele fica sorrindo e esfrega as têmporas, me aproximo da porta em que minha amiga se enfiou e bato, sob o olhar atento do seu lobo predestinado.
— Marfa, sou eu, Manuela. Podemos conversar? — Ouço o barulho da chave e o trinco da porta se mexendo. Ela abre a porta, mas seu rosto parece raivoso.
Ouço os passos do lobo atrás de mim. — sabe que precisamos conversar. — Ele diz baixo, mas quase ameaçador.
— Não, vou conversar com minha amiga. Eu não tenho o que falar com você. — Me puxa para dentro do quarto, mas ele segura a porta.
— Não tenho nenhum compromisso por agora, ficarei esperando. Depois que sua amiga sair, saiba que a única pessoa a entrar aí, serei eu.
— Você não tem esse direito. — Ela diz e ele abre um sorriso desafiador.
— Tente me impedir. — Ele fala e ela olha, erguendo uma sobrancelha. Pelo jeito, esses dois darão trabalho.
— Vem Manu. Entre. — Passo pela porta, que é batida com força.
—O que está acontecendo? O que foi isso? Você não pode ficar trancada aqui o resto da vida.
— Quantas perguntas. — Minha amiga está de um jeito nunca visto antes.
— O Francis me explicou mais ou menos o que aconteceu. Ele disse que você é a predestinada do lobo, que está fazendo plantão aí fora.
— As coisas não são assim. Ele chega, me cheira e diz que sou dele. — Começo a gargalhar do seu jeitinho de falar. — Qual a graça, Manuela? — Quando ela me chama pelo nome, é sinal que está brava.
— Desculpa. Mas é que desse lado, o sobrenatural, não é como a gente vivia. Mas o Hakon disse que ninguém quer mais a sua segurança que ele. Que a vida dele tem um propósito especial, encontrar a predestinada, e ele não tinha mais esperanças disso.
—E precisava me assustar daquele jeito, dizendo que eu era dele rosnando e me lambendo, pra segundo ele, deixar o cheiro dele em mim. Só faltou levantar a perna e urinar em mim.
Tenho uma crise de risos, depois de controlada, respiro, enxugo as lágrimas... — Desculpa, mas é que eles tem um lado irracional, você é predestinada de um alfa. Os lobos são territorialistas, alfa então. Mas amiga, que o Hakon não me escute, ele é um gato.
— Eu seu, eu vi, lindo mesmo, mas é se eu não quiser ir com ele? Ele disse que vai me levar, não perguntou se eu quero ir. Ele é um troglodita. — Me aproximo da porta, e ouço um rosnado.
—Eles tem audição aguçada. Não o trate assim, ele está te ouvindo e pode se chatear. Ele ficou enlouquecido e feliz por ter te encontrado.
Conversamos um pouco e ela parecia mais calma. E fui organizando umas coisas que eu já tinha pedido para ela separar para mim.
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Hakon e o preço da dúvida - Livro I - Os Escolhidos
RomanceConteúdo adulto. 🔞 Uma profecia fora lançada. Ele foi criado pelos deuses. Hakon, um guerreiro forjado para lutar, vencer, conquistar e nunca morrer. Era um dos escolhidos. Mas depois de quase dois mil anos, o mundo ficou intediante. As lutas cor...